Entenda as novas UPs da Fórmula 1 de 2026 em relação às atuais de 2022

quarta-feira, 17 de agosto de 2022 às 19:21

Combustível sustentável

A unidade de potência (UP) que será introduzida para a temporada de 2026 continuará a usar o atual motor de combustão interna V6 de 1,6 litro, mas com um limite de fluxo de combustível reduzido que produzirá aproximadamente 400kW de potência, o que equivale a cerca de 536 hp . O atual componente MGU-H do sistema híbrido será totalmente removido, como esperado, enquanto a potência total gerada pelo sistema de recuperação de energia (ERS) aumentará para cerca de 350kW, ou 469 hp.

Os dois trens de potência juntos terão cerca de 1.005 hp utilizáveis considerando a tecnologia atual. Mas até 2026 esses números certamente vão mudar, uma vez que a tecnologia tanto da combustão com o novo combustível, quanto da geração e implantação da energia elétrica estarão muito mais desenvolvidas.

A introdução das novas UPs também acarretará mudanças no regulamento esportivo. A partir de 2027, todos os pilotos continuarão limitados a apenas três motores de combustão interna por temporada, além de três turbocompressores e duas centrais eletrônicas de controle e armazenamento de energia. No entanto, os pilotos serão limitados a três ‘conjuntos de escape’ – bem abaixo dos atuais oito sistemas de escape permitidos – enquanto também serão limitados a apenas dois MGU-Ks, um a menos do que atualmente. Somente para a temporada de 2026, todos os pilotos receberão um elemento adicional de cada componente.

Além disso, novas restrições financeiras das unidades de potência entrarão em vigor no início de 2023, limitando todos os fornecedores de UPs para a temporada de 2026 a um total de despesas anuais de USD 95 milhões para 2023, 2024 e 2025, com o limite aumentando para USD 130 milhões a partir da temporada de 2026 em diante.

A taxa de fluxo de combustível 100% sustentável para o motor de combustão interna será limitada pela energia e não pela massa ou volume , e o desenvolvimento da metade inferior do motor (bloco, virabrequim, bielas, bombas e acessórios) será limitado.

Os fabricantes terão mais liberdade para desenvolver a metade superior do motor, com o objetivo de otimizar o sistema de combustão em torno dos novos combustíveis. É dessa área que eles poderão extrair mais potência do motor de combustão interna.

Como esperado, o MGU-H desaparecerá e haverá um impulso geral para limitar o uso de materiais exóticos caros nos projetos de motores, com o objetivo reduzir os gastos.

Mas os novos fabricantes – por enquanto Porsche e Audi – terão direito a USD 10 milhões extras nas duas primeiras temporadas e USD 5 milhões na terceira.

Essa perspectiva não era popular entre os fabricantes atuais, que achavam que a remoção do MGU-H era uma concessão significativa o suficiente por si só.

Apesar das críticas de alguns fãs, a potência da UP será preservada – senão aumentada – mesmo com o consumo de combustível para se completar uma corrida caindo pela metade do que era em 2013.

As dimensões internas do motor, como os pistões, agora serão mais bem definidas do que antes, e os acessórios, como escapamentos, que são frequentemente substituídos nos motores atuais, precisarão durar toda a vida útil de cada motor.

A perda do MGU-H será substituída pelo aumento da potência do MGU-K para 350kW (cerca de 469bhp). Mas isso acarretará na volta do turbo lag, que é um pequeno atraso para a turbina girar quando o piloto acelerar, principalmente em saídas de curva. Bom, porque a sensibilidade dos pilotos fará mais diferença na reaceleração do que atualmente.

A FIA diz que essas regras terão como objetivo “aumentar a relevância das células, potência eletrônica e MGU-K para carros de produção” dentro dos Sistemas de Recuperação de Energia, e que os layouts gerais das UPs serão mais restritos “para evitar a perspectiva de um fabricante conseguir desenvolver o tipo de vantagem que a Mercedes ganhou no início da era híbrida ao separar o turbo do compressor”.

Limites para testes de dinamômetro também serão introduzidos para controlar os custos.

Não se sabe ainda se a retirada do MGU-H aumentará o ronco do motor. Teoricamente sim, mas como o fluxo de combustível será menor, uma coisa pode anular a outra.

AS - www.autoracing.com.br

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