Em entrevista à Betway, Luciano Burti explica benefícios da Superlicença na Fórmula 1

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021 às 2:41

Nos últimos anos, o acesso à Fórmula 1 ficou mais complicado por conta da Superlicença. Os pilotos mais jovens precisam de corridas e bons resultados nas categorias de base, como a F2 e a F3, para garantir pontos suficientes que liberem o acesso à carteira especial. A exigência muitas vezes é criticada, mas não pelo ex-piloto Luciano Burti. Em entrevista exclusiva à Betway, o brasileiro defendeu a ideia e explicou como isso garante mais segurança na categoria.

Atualmente comentarista da Rede Globo, Luciano Burti correu na F1 por duas temporadas, em 2000 e 2001, pela Jaguar e pela Prost. Apesar de ter largado apenas 15 vezes, não conseguindo nenhum lugar no pódio, ganhou experiência o suficiente para entender melhor os bastidores da categoria. Isso significa que a opinião do piloto sobre a Superlicença é importante, principalmente para entender melhor como funciona o projeto feito pela FIA.

Em entrevista feita com os jornalistas do blog Betway Insider, Burti defendeu o rigor da Superlicença e garantiu que isso está fazendo com que a Fórmula 1 seja uma competição mais segura. Ele explicou que as categorias inferiores, como a F2 e a F3, ficaram melhores e mais estruturadas, e isso garante um profissionalismo maior dos mais jovens. O piloto que chega na F1 atualmente, por exemplo, tem mais experiência em pista e acaba diminuindo o número de acidentes durante as etapas.

O ex-piloto brasileiro lembra que no passado era comum ver um piloto milionário, sem qualquer experiência na pista, correr na F1. A Superlicença FIA acabou com isso, pois agora os profissionais precisam de pontos suficientes nas categorias inferiores para sonharem em disputar a principal. Isso significa que todos eles precisam passar, no mínimo, pela F2.

Os pontos para a Superlicença

Conseguir a autorização para correr na Fórmula 1 ficou mais complicada, porém está longe de ser algo impossível. Por exemplo, a FIA determinou que os pilotos precisam atingir 40 pontos para ter acesso à categoria principal. Isso pode ser conquistado com um título da F2 ou da IndyCar Series. No caso de título na F3, o piloto já consegue 30 pontos e precisa de apenas mais 10, que podem ser adquiridos com uma sexta posição na F2, e está liberado para emitir a Superlicença.

Essas informações são usadas por Luciano Burti para defender as exigências que a FIA faz para o piloto chegar na F1. Durante a conversa com a Betway, site de apostas online, ele deu como exemplo o espanhol Fernando Alonso. O piloto campeão em 2005 e 2006, e com mais de 330 GPs disputados, chegou até a Fórmula 1 após muito tempo na extinta F3000. Burti acredita que isso foi fundamental para Alonso conseguir fazer história nas pistas em todo o mundo.

Porém, o piloto brasileiro admite que existem exceções, e fala isso apontando o dedo para o finlandês Kimi Raikkonen. O campeão do último Mundial da Ferrari, em 2007, só disputou a F-Renault, que atualmente é a F4, antes de chegar na Fórmula 1. Isso não impediu que ele superasse vários rivais de peso, como o próprio Alonso e o excepcional Lewis Hamilton, na disputa pelo título daquela temporada. Burti sabe que isso não será mais possível, devido à Superlicença.

Uma nova Fórmula 1

Desde que a Liberty Media comprou a F1, em 2016, algumas mudanças causaram polêmicas nos bastidores da categoria. A Superlicença é algo que gera muitas discussões, porém é inegável que a segurança está sendo colocada como prioridade para os novos diretores. Ter apenas pilotos experientes no grid é algo que garante mais segurança para todos os envolvidos. Porém, isso tudo precisa ser analisado com cuidado para não atrapalhar o surgimento de novos profissionais.

A nova dona da Fórmula 1 gastou mais de US$8 bilhões para controlar a categoria, segundo a revista Veja, e a ideia é criar um ambiente seguro e interessante para todos envolvidos no automobilismo. Isso é algo que tem sido feito, e a Superlicença é um dos meios para garantir mais organização.

O surgimento de pilotos jovens, como foi o caso de Max Verstappen, não deve acontecer novamente na F1. Porém, isso não significa que a categoria vai perder qualidade, como explica Luciano Burti. A ideia é que com mais pilotos experientes tudo fique ainda mais equilibrado nas pistas. Afinal, o próprio Verstappen demorou algum tempo na F1 para virar um piloto de elite.

AS - www.autoracing.com.br

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