Eddie Jordan aponta erro de Russell na disputa com Alonso

Fernando Alonso e George Russell

Eddie Jordan, ex-chefe da equipe na Fórmula 1, disse que a defesa de Fernando Alonso contra George Russell em Melbourne foi “semi-suspeita à vista”, mas ele sente que cabia a Russell evitar a batida.

O piloto da Mercedes estava perseguindo Alonso no final do GP da Austrália, mas Russell perdeu o controle de seu W15 na curva 6, batendo no muro e parando no meio da pista, encerrando a prova com um safety car virtual. Felizmente, ele saiu ileso dos destroços.

Os comissários atribuíram a culpa a Alonso, considerando sua pilotagem “potencialmente perigosa”, aplicando drive-through convertido para 20 segundos e mais três pontos em sua superlicença.

Os dados de telemetria de Alonso mostraram que ele tirou o pé mais cedo para a curva do que em qualquer volta anterior, além de frear levemente e reduzir marcha em um ponto incomum.

O incidente foi discutido por David Coulthard e Jordan durante o podcast Formula For Success, com Coulthard alegando que Alonso “ganhou um pouco de fama” por essas manobras na área cinzenta, como ele viu em Nurburgring 2003, e Russell foi “surpreendido” por ter se aproximado tão rapidamente.

Entretanto, Jordan argumenta que cabia a Russell “estar atento” ao perigo à frente e manter seu carro na pista.

“Eu vi imediatamente, foi semi-suspeito à vista”, disse Jordan sobre Alonso.

“Mas lembre-se disso, a posição era dele. Vimos o que ele fez com (Sergio) Perez no Brasil. Ele deixou Perez passar para que pudesse ser mais rápido na reta. Ele é um piloto extremamente inteligente”.

“Não há muitos no grid que realmente possam enfrentar Fernando Alonso em jogos mentais porque acho que ele está acima de todos os outros”.

“Então, só ele sabe o que aconteceu, mas me pareceu que o carro desacelerou. Se for esse o caso, cabe ao piloto que está atrás ficar atento a isso”.

“O piloto de trás é sempre quem precisa tomar a iniciativa porque tem de equilibrar tudo o que lhe dá a opção mais segura. Foi um grande acidente, poderia ter sido horrível”.

“Mas George aprenderá com isso. Acho que ele e a maior parte do grid estarão muito atentos quando houver disputas com Alonso”.

A punição de Alonso fez com que ele caísse de sexto para oitavo na classificação final do GP da Austrália, o que provocou uma forte reação de Jordan.

Referindo-se às penalizações pós-corrida como um “ódio” de Bernie Ecclestone, ex-chefe da F1, Jordan deixou claro que o resultado da corrida deveria ser definitivo, com quaisquer punições emitidas posteriormente aplicadas na etapa seguinte.

“No entanto, agora vou acrescentar algo a isso, David”, continuou Jordan. “Fico muito chateado quando assisto a uma corrida e acho que Alonso terminou em quinto ou seja lá qual posição, e depois ele perde três lugares”.

“Eu me lembro de Bernie, era um de seus maiores ódios. Ele dizia aos comissários: ‘Nunca me deem o resultado 30 minutos ou uma hora depois da prova com posições diferentes porque não é justo com a televisão, com ninguém e deixa todos bastante confusos'”.

“Na minha opinião, se eles sentiram que algo estava errado, deveriam ter dito: ‘Você terá uma punição de dois lugares no grid na próxima corrida’. Mas não tire a posição dele na corrida. Por que diabos eles deveriam fazer isso? É um absurdo”.

“Pelo amor de Deus, F1, se controle. O resultado da corrida é o resultados da corrida. E se houver penalizações, elas virão no futuro”.