Domenicali defende a decisão da Ferrari

Stefano Domenicali

Stefano Domenicali, CEO da Fórmula 1, defendeu a decisão da Ferrari de demitir Carlos Sainz em favor de Lewis Hamilton a partir de 2025.

Sainz está na situação desconfortável de tentar encontrar outro cockpit competitivo para o próximo ano, apesar de aparentemente estar em melhor forma do que seu companheiro de equipe na Ferrari, Charles Leclerc, e também Hamilton.

Ao ser questionado sobre a crescente competitividade da Ferrari e a controvérsia em torno de Hamilton, Domenicali disse ao jornalista italiano Leo Turrini: “O que Lewis tem a ver com isso?”

Turrini lhe disse que a polêmica é que Sainz está saindo no momento em que atinge sua melhor forma. “Alguém acha que não há necessidade de um heptacampeão mundial? Eu entendo o raciocínio, mas é um raciocínio errado”.

O italiano acredita que Sainz não terá problemas para encontrar um carro rápido.

“Gostaria de começar dizendo que Carlos é um piloto cavalheiro e não é coincidência que ele seja o homem do mercado neste momento”, disse Domenicali.

“Ele encontrará uma posição à altura de suas qualidades. Mas com Hamilton, a Ferrari tomou uma grande decisão, não apenas a nível de marketing. É uma escolha estratégica”.

Quando lhe disseram que alguns acham que Hamilton – que terá 40 anos quando vestir o macacão vermelho – é velho demais para devolver a glória a Maranello, Domenicali respondeu: “Quem, Lewis?”

“Não. Estou presente em todas as corridas, Hamilton não perdeu nenhum de seu talento e ainda está determinado a ter sucesso”.

Turrini disse que o atual chefe da Ferrari, Frederic Vasseur, pode estar pensando que Hamilton talvez seja “o novo Schumi” – uma referência à forma como a chegada de Michael Schumacher acabou encerrando o longo jejum de títulos da equipe.

“Sim, mas certamente há uma diferença, e não estou me referindo à idade, embora Michael fosse muito mais jovem quando chegou à Itália. Schumi era absolutamente dominante, enquanto (Eddie) Irvine era claramente o número 2”.

“Lewis agora terá de competir com alguém tão bom quanto Leclerc, que nunca aceitará ser coadjuvante. Porém, eu creio que Fred é perfeitamente capaz de gerenciar a situação que ele ajudou a criar”.

A conversa então se voltou para o domínio total da Red Bull e Max Verstappen no momento, o que, de acordo com muitos fãs, é um grande desestímulo.

“Estou surpreso por você dizer isso”, riu Domenicali. “Não acabamos de ver uma bela dobradinha da Ferrari na Austrália?”

“Sério, eu entendo a objeção. Estamos vivendo um período histórico dominado pela Red Bull. Mas não é novidade, sempre houve ciclos na F1. Eu estava na Ferrari quando conquistamos seis títulos de pilotos e oito de construtores entre 1999 e 2008”.

Ele agora espera que a Ferrari esteja mais uma vez à beira da grandeza.

“Na minha opinião, eles estão trabalhando bem em Maranello. Em Melbourne, a Scuderia ofereceu uma demonstração extraordinária de competitividade. No entanto, é claro que eu também continuo considerando Verstappen o favorito lógico”.

“Porém, a Ferrari deu um salto à frente, separando-se de outras equipes como a Mercedes. É significativo – não é um pequeno detalhe”.