Diretor de prova da Fórmula 1 pede demissão em menos de 1 ano

Steve Nielsen

A BBC informou que Steve Nielsen se demitiu do cargo de diretor de corrida da FIA para a Fórmula 1, menos de um ano desde que foi nomeado.

Ele foi nomeado em janeiro de 2023 com o objetivo de melhorar as operações de controle de corrida da FIA após uma série de controvérsias nos últimos anos com o ex-diretor Michael Masi.

Nenhuma razão foi dada para a saída de Nielsen, mas fontes dizem que ele estava insatisfeito com várias partes de seu cargo.

Nielsen, 59 anos, não estava disponível para comentar quando abordado pela BBC Sport.

Especialistas da F1 disseram à BBC Sport que Nielsen sentiu que a FIA não estava disposta a fazer as mudanças que ele considerava necessárias para tornar suas operações de controle de corrida mais adequadas.

Todas as equipes e pilotos apoiaram a entrada de Nielsen para a FIA e provavelmente ficarão consternados com sua decisão de sair e preocupados com suas possíveis ramificações.

No GP da Bélgica deste ano, o piloto da Mercedes George Russell, diretor da Associação de Pilotos de Grande Prêmio (GPDA), disse que Nielsen foi “uma grande adição” à equipe de operações da FIA.

A saída de Nielsen, comunicada internamente à FIA em 21 de dezembro, é a segunda de um cargo sênior no órgão dirigente nas últimas duas semanas.

Em 13 de dezembro, Deborah Mayer renunciou ao cargo de chefe da comissão feminina da FIA.

A FIA não respondeu a um pedido de comentário sobre o assunto de Nielsen ou Mayer.

Controvérsias

As demissões ocorrem após o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, ter se envolvido na mais recente de uma série de controvérsias desde que foi eleito em dezembro de 2021.

No início deste mês, a FIA lançou uma investigação de conformidade sobre o chefe da equipe Mercedes F1, Toto Wolff, e sua esposa Susie Wolff, diretora da F1 Academy, com base em “especulações da mídia centradas na alegação de informações de natureza confidencial sendo repassadas a um chefe de equipe de um membro do pessoal da FOM”.

Mas sua posição foi prejudicada quando a Mercedes e a F1 divulgaram declarações fortes rejeitando sua acusação, seguidas por declarações coordenadas e com palavras idênticas de todas as equipes rivais da Mercedes, dizendo que não haviam feito tal reclamação.

Menos de dois dias depois de anunciar a investigação, a FIA divulgou um segundo comunicado dizendo que a investigação havia sido concluída.

Nielsen foi nomeado em uma reestruturação das operações de F1 da FIA, que nomeou Nikolas Tombazis como diretor de monopostos.

Tombazis, que anteriormente havia sido diretor técnico de F1 da FIA, era o chefe imediato de Nielsen.

Nielsen ingressou na FIA após uma longa carreira no esporte, na qual se consolidou como um de seus funcionários mais respeitados.

Ele foi diretor esportivo das equipes Tyrell, Benetton, Renault e Williams antes de ingressar na F1, detentora dos direitos comerciais, em 2017, após a aquisição do esporte pelo grupo norte-americano Liberty Media, sob o mesmo cargo. Ele foi recrutado pelo ex-diretor administrativo Ross Brawn e pelo presidente da Liberty, Stefano Domenciali.

Entre muitas outras coisas, a Nielsen desempenhou um papel fundamental na organização da temporada de 2020 em meio à Covid-19. A F1 foi o primeiro esporte internacional a retomar as atividades durante a pandemia.