Dinheiro ou Academia de jovens pilotos, o que importa de verdade para entrar na Formula 1?

segunda-feira, 4 de outubro de 2021 às 12:33

F3 Macau – 2006

Colaboração: Sidney Pereira Souza Filho

Hoje muito se fala no dinheiro para se entrar no grande grid da F1 e se manter lá, o que não deixa de ser uma verdade, sendo que os pilotos que entraram na F1 comprando suas vagas foram, Stroll na Williams em 2017, já em 2018 vimos a entrada de Latifi na Williams, para 2021 Nikita Mazepin, entrou na F1 com dinheiro bancado na maior parte também pelo seu pai, na equipe americana HAAS.

Os exemplos de pilotos pagantes que estão no grid em 2021 e vão estar na F1 em 2020 acaba por aí, muito dessa freada de pilotos pagantes se dá pela regra da superlicença que foi imposta depois da entrada de Max Verstappen, pular a F2 e fazer praticamente seu 2° ano em formulas exatamente na F1 em 2015. E isso demonstra o quanto a regra vem sendo benéfica, fazendo com que os pilotos em seus anos de categorias de base venham acumulando pontos até conseguir os 40 pontos para conseguir a superlicença.

O primeiro piloto a entrar na F1, seguindo as novas regras da superlicença foi exatamente Lance Stroll que ganhou a F3 europeia em 2016, com uma larga vantagem conseguindo assim sua vaga na Williams em 2017, mesmo que essa vaga tenha sido comprada ele seguiu e conseguiu os pontos para conseguir a superlicença, já Latifi e Mazepin, conseguiram os pontos da superlicença, sem ganhar a F3 e muito menos a F2, mesmo fazendo temporadas por elas.

Quando se olha o grid atual se observa algumas características nos pilotos como uma semelhança na maioria deles, talvez o caso mais famoso seja o Vettel, o piloto com 4 títulos mundiais, correndo na Red Bull de 2009 a 2014, sendo um dos primeiros pilotos da academia a chegar na F1 em 2007 pela BMW e estreando na 11° rodada pela Toro Rosso, e que viria fazer uma temporada completa em 2008 além de trazer a primeira pole e vitória em Monza da Toro Rosso, vitória essa que só seria repetida pelo Gasly em 2020 na mesma equipe, outro membro da academia de jovens pilotos da Red Bull.

Antes de nos aprofundar no programa Red Bull Juniors, devemos falar de um programa que trouxe um dos que para muitos é um dos melhores pilotos da história da F1, Sir. Lewis Hamilton, que foi o primeiro piloto da academia da McLaren a entrar na F1 e correr por ela no ano de 2007, que veio para só dividir a equipe com Alonso atual campeão, mas Hamilton mostrou a que veio e brigou de igual para igual até a última etapa do campeonato de 2007 com grandes chances de ser campeão.

Hamilton, é o piloto com maior sucesso vindo de um programa de jovens pilotos da McLaren e com 7 títulos e 100 vitórias na F1, muito por isso demonstra um pouco do segredo de entrar na F1, talvez não esteja vinculado a dinheiro, mas sim ligado a uma equipe desde o começo da carreira ou de uma parte dela.

Vettel, Hamilton e Di Resta

Seguindo o raciocínio, ainda com uma vaga para o Grid de 2022, de acordo com as Academias que os lançaram na F1 e suas respectivas equipes. Giovinazzi ainda sem vaga confirmada, mas por estar no grid, entra.

Olhando a tabela com mais cuidado, podemos observar um certo domínio de pilotos vindo das academias e com apoio delas, o que pode se chegar em conclusão é que de 20 vagas, 15 estão ocupadas por pilotos frutos de academias, mostrando que além de ter dinheiro, também deve ser bem assessorado por uma equipe de F1. O que pode te colocar em equipes na base postulantes a títulos, é muito comum ver pilotos das academias na Prema, ART, que dominam constantemente os campeonatos da F2 e F3, que são essenciais para conseguir os pontos para a superlicença.

O programa mais bem sucedido no quesito levar pilotos a Formula 1, é sem duvidas a Red Bull, e seu método de dar chances curtas para que seus pilotos demonstrem resultados. Sendo que é muito comum se ver pilotos com as cores da Red Bull correndo nas categorias de base.

O que eu chego na conclusão é que dinheiro é essencial sim, além de estar em uma academia, seja ela Red Bull e Ferrari as com maiores números de pilotos na F1, mas os dois juntos já que o próprio Petecof era da academia Ferrari, e sem dinheiro não conseguiu a vaga na Prema na F3 de 2021, equipe essa que sagrou o membro da Red Bull Jr. Dennis Hauger campeão da F3.

Observa-se um caso curioso na academia da Alpine, onde vimos uma bela atuação na F3 do Victor Martins, como o melhor rookie da temporada, em uma equipe até que modesta, mas o caso que mais se chama a atenção é de outro membro da mesma academia Oscar Piastri, que mesmo que seja campeão da F2 em seu primeiro ano, ele dificilmente vai ter uma vaga na F1 em outras equipes e muito menos na Alpine F1.

Com todos esses fatos vemos a importância de estar ali com dinheiro e na academia certa para chegar na Formula 1, e a importância disso com a implementação dos pontos para conseguir a superlicença.

Sidney Pereira Souza Filho
Jataí – GO

Quer ver todos os textos de colaboradores? Clique AQUI

Os artigos publicados de colaboradores não traduzem a opinião do Autoracing. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate sobre automobilismo e abrir um espaço para os fãs de esportes a motor compartilharem seus textos com milhares de outros fãs.

AS - www.autoracing.com.br

Tags
, , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.