Crise de Hamilton na Ferrari gera reações intensas

quarta-feira, 6 de agosto de 2025 às 9:39

Lewis Hamilton

O sonho de Lewis Hamilton na Ferrari, antes cercado de esperança, transformou-se rapidamente em um cenário de dúvida e pressão.

Após o GP da Hungria, o heptacampeão mundial fez duras declarações. Ele se chamou de “inútil” e sugeriu que a equipe deveria “buscar outro piloto”. Além disso, revelou que há “muitas coisas acontecendo nos bastidores que não são boas”.

Naturalmente, esse desabafo repercutiu fortemente na Europa. Em especial, as mídias italiana e alemã reagiram com intensidade, levantando questionamentos sobre o futuro de Hamilton na equipe de Maranello.

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Na Alemanha, teoria da conspiração e críticas ácidas

A primeira reação veio da Alemanha. O Sport1 sugeriu uma teoria polêmica: segundo o site, Hamilton teria sido discretamente rebaixado dentro da Ferrari após enviar dossiês internos propondo mudanças técnicas e organizacionais.

Ao invés de acolher as ideias, a equipe teria optado por priorizar Charles Leclerc, que conquistou a pole em Budapeste.

No entanto, o ex-piloto Marc Surer rejeitou essa hipótese. Para ele, a teoria não faz sentido. “O que a Ferrari ganharia com isso? Só sairia prejudicada. Lewis precisa continuar se adaptando ao carro, assim como Leclerc está fazendo”, afirmou.

Apesar disso, outras figuras foram muito mais duras. Bernie Ecclestone ironizou a situação: “Hoje, o safety car tem mais chances de vencer uma corrida do que Hamilton ser campeão de novo”.

Por sua vez, Ralf Schumacher, da Sky Deutschland, foi direto ao ponto: “Você não precisa passar a vida toda pilotando em círculos”.

Na Itália, críticas divididas e preocupações com motivação

Enquanto isso, na Itália, as análises ganharam contornos mais emocionais. O Gazzetta dello Sport reuniu várias opiniões de figuras históricas do automobilismo italiano.

Jarno Trulli, por exemplo, classificou Hamilton como “um mistério”. Segundo ele, “Lewis decepciona nos treinos, melhora um pouco nas corridas, mas nunca brilha. Esse não é o Hamilton que conhecíamos”.

Já Ivan Capelli apontou um conflito interno no britânico. De acordo com ele, Hamilton vive “uma vida dupla”: é influente e articulado fora das pistas, mas parece perdido dentro do carro.

“Ele perdeu o brilho nos olhos. Antes, sua maior força era liderar a equipe nas fases difíceis. Agora, nem isso ele consegue fazer”, afirmou.

Arturo Merzario, que correu pela Ferrari nos anos 1970, foi ainda mais direto. Segundo ele, a contratação de Hamilton nunca teve apoio interno.

“90% da Ferrari foi contra essa decisão. Foi uma jogada comercial. Lewis não se sente valorizado e isso destrói qualquer motivação”, criticou.

Além disso, Vicky Piria, comentarista da Sky Italia e piloto de GT, acrescentou outro ponto: “Lewis subestimou a dificuldade. Ele entrou em uma equipe que não foi construída em torno dele, onde não tem relações consolidadas. Por isso, está em desespero, mas não desinteressado”.

Da mesma forma, Davide Valsecchi, campeão da GP2 em 2012, opinou que a Ferrari ganhou o “inverno midiático” ao anunciar Hamilton. No entanto, ele alertou: “Esse ganho de imagem está virando um problema real. Eu teria apostado num piloto mais jovem”.

Regulamento de 2026 ainda é esperança para muitos

Apesar de toda a turbulência, há quem ainda enxergue um caminho para a recuperação.

Vários nomes italianos respeitados – como Matteo Bobbi, Vitantonio Liuzzi, Giancarlo Minardi e Emanuele Pirro – acreditam que a reformulação técnica de 2026 pode oferecer a Hamilton uma nova chance de brilhar.

Segundo Pirro, não se trata de idade. “Lewis continua faminto por vitórias. O problema é que ele ainda não encontrou sua zona de conforto. Ele é mais sensível do que muitos imaginam – e isso ficou evidente na Hungria”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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