Crise na Ferrari: Montezemolo critica falta de liderança

sexta-feira, 12 de setembro de 2025 às 9:16

John Elkann

John Elkann, presidente da Ferrari, voltou aos holofotes nesta semana não apenas pela Fórmula 1, mas também por um processo fiscal de grande repercussão.

Ele e os irmãos Lapo e Ginevra aceitaram pagar 183 milhões de euros em acordo com o Tesouro italiano. Além disso, cada um cumprirá um ano de serviços comunitários, segundo a imprensa local.

A decisão encerra uma disputa longa e desgastante. O caso estava ligado à herança da avó, Marella Caracciolo. Os promotores alegaram que a família teria falsificado a residência fiscal dela na Suíça para evitar impostos após sua morte em 2019.

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Elkann, que também preside a Stellantis, não admitiu culpa. No entanto, aceitou a conciliação, que ainda depende de aprovação judicial.

Montezemolo aponta vazio na gestão da Ferrari

Enquanto Elkann enfrenta esse capítulo fora das pistas, a Ferrari segue pressionada pela fraca performance de 2025. No festival Visioni dal Mondo, em Milão, o ex-presidente Luca di Montezemolo fez críticas duras à gestão atual da Scuderia.

“O que me entristece hoje é ver uma Ferrari sem liderança. Não há comando claro e sobretudo falta uma alma forte e determinada. Fazem-se anúncios que geram expectativas exageradas. Primeiro é preciso vencer, depois anunciar”, declarou o dirigente de 78 anos, que liderou a equipe na era Schumacher.

Ele reforçou que estabilidade é essencial. Segundo Montezemolo, cada troca constante de comando faz a equipe perder rumo e recomeçar do zero.

“Quando você vence, precisa trabalhar mais. E quando não vence, ainda mais. O segredo é escolher as pessoas certas. Eu tive grandes profissionais, líderes claros. (Mattia) Binotto teria dado resultados melhores se tivesse continuado. A instabilidade só atrasa o progresso”.

Títulos distantes e cobrança dos tifosi

Além disso, Montezemolo lembrou que a Ferrari não consegue disputar campeonatos até a última corrida há muitos anos.

“Vi imagens maravilhosas dos fãs em Monza, mas também uma equipe que, apesar de tantas promessas, não vence há meses. Mesmo que tivesse vencido, isso não seria suficiente. A Ferrari precisa ganhar o mundial. Só isso importa”, afirmou.

“Já passamos por tempos terríveis. Perdemos nove ou dez títulos na última corrida. Hoje, a Ferrari nem chega à prova final com chance real. Espero mudanças urgentes, sobretudo pelos torcedores. Eles seguem acreditando sem vacilar. Por isso, a Ferrari carrega ainda mais responsabilidade com sua torcida”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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