Com a mão no título

segunda-feira, 20 de julho de 2020 às 14:00

Hamilton faz a saudação Black Power no pódio

Por: Bruno Aleixo

Pode parecer meio assustador, mas acho que o campeonato de 2020 já tem dono. Sim, estou afirmando isso na terceira prova do ano e ainda sem saber quantas teremos. Mas acho que Lewis Hamilton será heptacampeão mundial de Fórmula 1, igualando o recorde de Michael Schumacher após apenas inacreditáveis 16 anos entre um e outro.

Mas por que acho isso? Porque Lewis Hamilton atingiu um patamar no qual não compara com nenhum outro piloto do grid. Nenhum. E, somado a isso, tem-se que o inglês está sentado num carro que é muito, mas muito, melhor do que todos os outros. E, por fim, a outra Mercedes é conduzida por um piloto que, sim, é eficiente. Mas só.

Portanto, meus amigos, o negócio é focar na divertida batalha entre Renault, McLaren e Racing Point pelo terceiro lugar da tabela de classificação. A Red Bull ocupa um segundo lugar isolado, sem adversários. Nem à frente, nem atrás. E a Ferrari, melhor nem comentar.

Mas de onde viria essa conclusão de que Hamilton está num nível superior a todos os adversários? Simples, porque o inglês parece ter atingido um patamar no qual faz o que quiser na pista. Em qualquer condição. Vejam as corridas na Áustria. Na primeira, ele teve uma volta anulada por exceder os limites da pista. Saiu em quarto. Partiu para cima dos adversários e já estava colado em Bottas quando a equipe, convenientemente, pediu para que os pilotos cuidassem do carro até o final. Na corrida seguinte, na classificação debaixo de chuva, enfiou uma luneta de 1.2 segundos no adversário mais próximo. E quem era? Max Verstappen, a quem reputo a condição de segundo melhor do grid. Mas ainda longe do multicampeão, principalmente pela falta de experiência. Na corrida, já com pista seca, passeou pelas curvas do circuito sem ser incomodado.

Situação semelhante ao que aconteceu na Hungria. Enquanto Bottas, após uma largada lamentável, se esfolou para conseguir ser terceiro, Lewis jamais teve qualquer susto ao longo das 70 voltas da corrida. Tocou tranquilo, sem adversários. Ninguém que pudesse exigir dele qualquer movimento maior de perícia, nem mesmo no início da prova, sob pista molhada (que geralmente iguala um pouco a questão do equipamento).

Existe charme em ver um piloto que está claramente acima dos adversários. Mas não quando esse piloto está num carro tão superior, infelizmente. Aí, a graça acaba, porque não sobra muito espaço para que a genialidade apareça. Hamilton vive, hoje, uma situação semelhante a que viveu Michael Schumacher em 2004, justamente quando o alemão levou o Hepta, sem adversários (nem mesmo no box ao lado), montado numa Ferrari quase um segundo mais rápida que todas.

Se é para ver um piloto no auge, claramente superior a todos os outros, mas com um equipamento não tão eficiente, melhor ver o que fez Ayrton Senna, em 1993, quando tinha uma McLaren que era a terceira força do grid. Aliás, quando Senna assinou com a Williams, para 1994, a expectativa geral era de um domínio semelhante ao que vemos hoje.

E é isso. O que temos para 2020 é o melhor piloto do grid, com o melhor carro da categoria. Então, meus amigos, acho que o campeonato já tem dono mesmo.

Bruno Aleixo
São Paulo – SP

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