Cláusula contratual pode explicar dificuldades de Hamilton

segunda-feira, 28 de abril de 2025 às 9:25

Lewis Hamilton e Riccardo Adami

Um detalhe contratual interessante sobre a mudança de Lewis Hamilton da Mercedes para a Ferrari pode ajudar a explicar suas dificuldades atuais.

Alguns estão prevendo que a performance do heptacampeão mundial tem sido tão alarmante recentemente que ele poderia anunciar sua aposentadoria já no meio da temporada.

Escrevendo no Gazzetta dello Sport, Paolo Filisetti, principal jornalista técnico italiano de Fórmula 1, acha que o declínio de Hamilton coincidiu com uma melhora de seu companheiro de equipe Charles Leclerc.

“Suas declarações (de Leclerc) no final da corrida destacaram como sua pilotagem com o SF-25 estava se tornando automática, permitindo que ele extraísse o máximo potencial do carro”, escreveu Filisetti.

Ele acredita que a Ferrari talvez esteja “em uma encruzilhada”, onde os esforços para ajudar Hamilton a se adaptar podem mudar para o desenvolvimento agressivo do carro de 2025 na direção de Leclerc.

De acordo com o Corriere dello Sport, uma cláusula contratual sobre mudança de Hamilton da Mercedes para a Ferrari pode ajudar a explicar as dificuldades de adaptação do britânico.

“Uma cláusula inserida no acordo impede a Ferrari de entrar em contato com qualquer pessoa da Mercedes sobre ir para a Scuderia”, afirma o jornal italiano.

“Portanto, Lewis Hamilton foi totalmente isolado da equipe, deixando-o interagir apenas com engenheiros desconhecidos, sem a possibilidade de ajuda de velhos conhecidos”.

Valtteri Bottas, ex-companheiro de Hamilton na Mercedes que agora retornou à equipe como piloto reserva, disse ao portal italiano automoto.it: “É claramente uma grande mudança depois de uma longa experiência trabalhando com as mesmas pessoas na Mercedes”.

“Na Ferrari, é uma cultura totalmente diferente – italiana – em comparação com a anglo-alemã da Mercedes”.

Bottas tem experiência pessoal de uma transição semelhante, tendo se transferido da Mercedes para a Sauber (então Alfa Romeo) com motor Ferrari há alguns anos.

Porém, quando perguntado sobre o quão difícil sua adaptação se mostrou em termos do tipo de frenagem e diferenças de motor sobre as quais Hamilton falou, o finlandês explicou: “Não foi tão difícil”.

“Não acho que as diferenças sejam tão grandes, além de alguns detalhes em relação à dirigibilidade. A parte mais complicada é o básico, já que até os nomes das coisas são diferentes. Mas depois disso pode ser administrado sem muita dificuldade”.

Segundo Bottas, nem mesmo o estilo de pilotagem é um grande problema.

“Mínimo, principalmente em termos de trocas de marcha e freio motor. Mas tudo é ajustável e você pode encontrar uma solução que o deixe confortável”.

Parecendo apoiar a teoria sobre a cláusula contratual de Hamilton, o finlandês continuou: “A coisa mais difícil de mudar de equipe é trabalhar com pessoas diferentes”.

“Em última análise, este esporte é sobre desempenho humano – trabalho em equipe. Você realmente precisa entender as pessoas com quem trabalha. Como dar o seu melhor e extrair o mesmo deles”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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