CEO da Alpine está farto de desculpas

Laurent Rossi

As coisas ainda não estão indo como Laurent Rossi esperava na Alpine em 2023. Na temporada passada, a equipe francesa terminou em P4 no campeonato de construtores e Rossi queria no mínimo manter isso. No entanto, o P4 ou melhor parece muito longe de ser alcançado. A Aston Martin ultrapassou a Alpine, que está apenas em P6 no campeonato de construtores.

Como CEO da Alpine, Laurent Rossi estava confiante de que sua equipe poderia aproveitar o impulso de 2022 para esta temporada, embora Oscar Piastri e Fernando Alonso tenham sido perdidos para McLaren e Aston Martin, respectivamente. A Alpine então foi buscar Pierre Gasly, que inclusive já venceu uma corrida na F1. Junto com Ocon, eles deveriam começar a diminuir a diferença para as equipes de ponta. No entanto, a diferença só aumentou.

Falando ao site oficial da Fórmula 1, Rossi foi duro. Ele espera, apesar da temporada ainda estar no começo, um ano difícil. “Não quero desistir, mas algumas coisas precisam mudar. Precisamos continuar reforçando a equipe para aumentar o desempenho. Uma das coisas que precisa mudar urgentemente é mentalidade.”

Rossi não quer mais desculpas

Ele não diz isso em voz alta, mas o francês parece sugerir que nem todos na equipe estão trabalhando o suficiente e que há pessoas que são rápidas demais para se satisfazer com pouco. “Começa assumindo seus erros, não repetindo os erros, aprendendo com eles. Tudo bem cometer erros, mas não se pode cometê-los duas vezes porque isso significa que você não aprendeu. Este ano, há muitas desculpas que levam ao baixo desempenho e à falta de excelência operacional.”

Uma desculpa comum de que a diferença para equipes estáveis como Red Bull, Ferrari e Mercedes simplesmente não vai diminuir é que essas equipes de ponta têm melhores instalações. Rossi, porém, não quer saber disso e aponta para a Aston Martin. “A Aston tem menos engenheiros do que nós, até onde eu sei. Eles ainda não têm túnel de vento próprio, não têm uma fábrica funcionando no momento.” Segundo ele, a equipe inglesa tem agido de forma inteligente ao contratar as pessoas certas e que têm sido muito criativas e eficientes. “Então, não há desculpa, não compro a desculpa de recursos.”

Alpine muito abaixo do desempenho

A meta para 2023 era pelo menos terminar em P4 no campeonato mundial. A diferença para a atual P4 Ferrari já é de 64 pontos após cinco GPs. Rossi: “Não entro em uma competição e redefino meu objetivo porque é mais fácil. A equipe conseguiu ficar em P4 ano passado. Eles têm condições de chegar em P4 mais do que outros. Quero que eles fiquem em P4. Se não o fizerem, vai ser um fracasso.”

Se a Alpine não melhorar ao longo da temporada, o CEO Rossi pode intervir. “Se eles falharem dando 500% do melhor e virando este navio, haverá circunstâncias atenuantes e é um bom presságio para o futuro. Se não, a regra dos negócios é que haverá consequências. E não vou esperar até no final do ano”, avisa.