Carros estão ficando difíceis de ultrapassar e pilotos querem mais DRS

quarta-feira, 6 de setembro de 2023 às 15:45

Max Verstappen

Os principais pilotos de F1 estão sentindo que a eficiência aerodinâmica cada vez melhor dos atuais carros de efeito solo do esporte está levando mais uma vez a dificuldades de ultrapassagem.

A reintrodução no esporte do conceito de efeito solo, onde a força descendente (downforce) de um carro é gerada principalmente pela parte inferior da carroceria, principalmente pelo assoalho, não é igual ao que foi feito em 1978 pela equipe Lotus e depois copiado por todas as equipes. O conceito de efeito solo era diferente e naquele conceito as asas dianteiras sequer eram necessárias, na verdade atrapalhavam.

Nelson Piquet – BT50, Brands Hatch, 1982

Mas a abordagem atual foi razoavelmente bem-sucedida no cumprimento do objetivo da F1 de tornar o carro mais fácil de seguir, reduzindo significativamente o turbilhão do ar sujo que o acompanha e, assim, melhorando as oportunidades de ultrapassagem.

Mas, gradualmente, o desenvolvimento aerodinâmico levou a um aumento do outwash de um carro, ou o volume de ar que sai da borda de fuga da asa dianteira e que é canalizado para fora, o que impacta diretamente o redemoinho de ar na traseira do carro de trás.

Pilotos querem mais DRS

Com os pilotos agora lutando mais uma vez para seguir uns aos outros, o papel do Sistema de Redução de Arrasto (DRS) de um carro nas ultrapassagens é agora ainda mais importante, como explicou Carlos Sainz, da Ferrari, no fim de semana passado em Monza.

“Em 99% das pistas, acho que precisamos de DRS, e precisamos de um DRS poderoso, porque esses carros estão começando a se tornar um pouco como 2021 ou 2020, onde está ficando cada vez mais difícil de acompanhar”, disse ele.”

“Obviamente Monza é um caso especial porque você não tem apenas o DRS, você também tem retas muito longas que geram vácuo, o que ajuda um pouco mais o carro que está atrás.”

“Mas acho que no resto das pistas precisaremos muito do DRS.”

Max Verstappen, da Red Bull, concordou com a opinião de Sainz, embora o holandês reconhecesse que tem o luxo de ter um carro rápido nas retas e cujo DRS é particularmente poderoso.

“Acho que na maioria das pistas ainda temos dificuldade para seguir ou ultrapassar”, disse o piloto da Red Bull.

“Quer dizer, já no início do ano muita gente estava reclamando das dificuldades em ultrapassar.”

“Temos o luxo de ser um carro rápido e ainda podemos ultrapassar como em Miami, onde acho que todo mundo estava reclamando da ultrapassagem – lembra dos briefings, com o DRS?”

“Acho que os carros estão ficando cada vez mais eficientes e têm mais downforce. Então, é mais difícil de seguir e eles são mais eficientes nas retas.”

“Naturalmente em Monza há menos efeito DRS porque quase não há asa no carro. Mas acho que realmente depende da pista.”

“Em Monza, por exemplo, o Carlos estava colocando o carro no da pista durante a freada na curva 1, é quase impossível fazer alguma coisa, porque se eu tentar e ele se mover um pouco para a direita, lá não há mais espaço.”

Sergio Perez está na mesma página que seu companheiro de equipe e Sainz, insistindo que um DRS ainda mais eficaz é o único caminho a seguir para manter as corridas boas em determinadas pistas.

“Eu realmente concordo”, disse ele. “Acho que definitivamente menos DRS não é o caminho a seguir. Lembro que estávamos discutindo para realmente aumentar o efeito porque os carros estão ficando mais difíceis de seguir.”

“Acho que aqui em Monza o efeito DRS, como Max diz, é muito, muito pequeno. Então, não acho que em outros lugares possamos correr com menos DRS. Na verdade, precisamos mais do DRS em algumas pistas para podermos ter corridas melhores.”

AS - www.autoracing.com.br

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