Carro de 2007 da Ferrari era ilegal – Nigel Stepney

quinta-feira, 7 de novembro de 2013 às 19:27
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Nigel Stepney

Nigel Stepney se pronunciou pela primeira vez sobre o escândalo de espionagem que abalou a F1 em 2007. O inglês, que agora dirige com sucesso a equipe de carros esporte JRM, foi acusado e condenado por passar segredos técnicos da Ferrari para a equipe McLaren. Ele recebeu uma sentença de prisão suspensa e a McLaren sofreu a maior multa da história do automobilismo: 100 milhões de dólares.

Stepney ainda nega enfaticamente ter cometido aquele delito e, em uma entrevista publicada na última edição da revista Racecar Engineering, ele conta seu lado da história pela primeira vez. “Eu gosto de tentar vencer de forma justa, mas quando eu estava lá discordei com algo que estava acontecendo dentro da Ferrari”, explica.

Na corrida de abertura da temporada 2007 em Melbourne, Austrália, Stepney teve um bate-papo informal com o seu ex-colega Mike Coughlan, então na McLaren. Eles discutiram a asa traseira e assoalho móvel montados na Ferrari F2007, que para Stepney estavam fora do regulamento.

“Eu achei que aquilo que não estava correto, e embora eu estivesse errado em discutir o assunto, ficar vencendo até ser descoberto não era o caminho correto. Fui contra a corrente”, explica.

Coughlan em seguida relatou a conversa para seus chefes da McLaren, que investigaram as alegações e descobriram que elas estavam corretas. A McLaren então, pediu à FIA um esclarecimento sobre a legalidade daquelas peças. A asa foi considerada legal, mas o assoalho não. A McLaren não protestou contra o resultado da corrida que a Ferrari venceu. Uma carta do chefe da McLaren, Ron Dennis, escrita à autoridade italiana de automobilismo em uma data posterior e recentemente mostrada à Racecar Engineering, afirma que: “Nós escolhemos não protestar contra o resultado do GP da Austrália, embora pareça claro que a Ferrari tinha uma vantagem competitiva ilegal”.

Stepney foi mais tarde acusado de passar um dossiê de informações técnicas que foi encontrado em poder de Mike Coughlan, mas é algo que ele nega veementemente: “Na medida em que as informações foram passadas quando eles me mostraram o documento, eu mesmo não tinha conhecimento de 90% delas”.

As informações que vazaram continham uma série de segredos técnicos usados pela Ferrari, inclusive sobre o assoalho, truques do uso de gases para reduzir a degradação dos pneus, ajustes de balanço de freio, entre outros.

Após o escândalo, a FIA desaconselhou qualquer equipe a empregar Stepney, mas depois a situação mudou e o próprio órgão tentou recrutá-lo . “Eu acho que seis meses depois, Mosley retirou o conselho para as equipes não me contratarem e disse que havia mais nos bastidores do que as coisas aparentavam. Eu também tenho uma carta que mostra que recebi uma oferta de emprego da FIA. Mas recusei.”

AS - www.autoracing.com.br

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