Carreira de Leclerc na F1 está “escorregando por entre os dedos”

sábado, 1 de abril de 2023 às 11:40

Ferrari

A Ferrari está em “crise”, de acordo com o ex-presidente da equipe, Luca di Montezemolo. “Você colocou uma faca na ferida”, disse ele no programa LA7 Piazzapulita, “porque junto com minha família, a Ferrari tem sido a coisa mais importante da minha vida. Lamento vê-la neste estado e não acho que seja uma crise de curto prazo”.

O italiano de 75 anos não está sozinho em sua análise da situação atual da Fórmula 1 para a Ferrari. “A Ferrari está passando por uma crise de identidade”, declarou o ex-piloto da Ferrari e importante oficial do automobilismo italiano, Ivan Capelli.

“Escolhas difíceis agora precisam ser feitas”, prosseguiu ele ao jornal La Repubblica. “Porque a Ferrari não sabe mais onde eles estão – a pior condição possível para se estar”.

Mas outro ex-piloto da Ferrari, o tetracampeão mundial Alain Prost, diz que a Ferrari não é a única equipe em crise por causa do domínio absoluto da Red Bull. “Foi um começo de temporada estranho”, declarou o francês ao L’Equipe.

“Onde quer que você olhe, você pode ver que não está certo e, de certa forma, já é uma crise. E uma crise em todos os níveis, sejam grandes ou pequenos”, acrescentou ele.

“Existem equipes históricas como a McLaren que não estão apenas se reconstruindo, mas, ano após ano, estão afundando. Depois, há Alpine, cuja subida é muito lenta. Depois há a Mercedes, persistindo com um conceito reconhecidamente inovador que claramente não funciona”, completou Prost.

O ex-piloto da Ferrari Gerhard Berger, no entanto, concorda com Montezemolo ao admitir que a crise da grande marca de Maranello é “a mais difícil para mim”. “A Ferrari mudou de administração durante o inverno”, explicou ele ao jornal Krone.

“Certo ou errado, vamos descobrir. Mas eles precisam dar uma chance aos recém-chegados, mesmo que as próximas semanas sejam incrivelmente difíceis”, opinou o austríaco.

Mas Montezemolo acha que o principal problema da Ferrari é encontrar novos funcionários. “Trata-se de encontrar as melhores pessoas no mercado”, apontou ele. “Quando montei a equipe dos sonhos, levei Jean Todt, Stefano Domenicali, Ross Brawn e Rory Byrne”.

“Schumacher só chegou quando sabíamos que o piloto faria a diferença. Antes, mesmo com o Superman, não teríamos sucesso. Em suma, tínhamos que construir uma equipe. Espero que isso possa acontecer novamente, mas devem ser os melhores engenheiros do mercado – ou de qualquer nacionalidade porque para vencer é preciso competência”.

“(Charles) Leclerc é muito bom, mas ele está passando por um momento muito delicado em sua carreira porque, embora ainda muito jovem, os anos estão escapando de seus dedos. Mesmo um talento como esse precisa de um carro competitivo”, concluiu Montezemolo.

EB - www.autoracing.com.br

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