Campeões da Indy na F1 #6 – Episódio Final: Sébastien Bourdais

Sebastien Bourdais _ Laguna Seca 2009

Por: Bruno Aleixo

E eis que chegamos ao final da nossa série “Campeões da Indy na F1”. O personagem de hoje é aquele que representou a última aventura dos heróis do automobilismo norte-americano na Fórmula 1: o francês Sebastien Bourdais.

Campeão da Fórmula 3000 internacional em 2002, Bourdais foi outro que, sem chance na F1, acabou seduzido pela simplicidade e competitividade da Indy. Contratado pela Newman-Haas, o piloto chegou para compor o time com Bruno Junqueira. A dupla era a aposta da vitoriosa equipe para substituir Cristiano da Matta (que foi para a F1) e Christian Fittipaldi, que deixou a Indy para se aventurar em outras bandas.

Nessa época, é preciso dizer, a Indy, ou Cart, já não era a mesma. A cisão com Tony George e a consequente criação da IRL, em 1996, foram minando as forças da categoria, que aos poucos ia perdendo patrocinadores, fornecedores, equipes e pilotos. Em 2003, Penske e Chip Ganassi já haviam comprado a ideia da categoria rival, e abandonaram a Cart. Além de Christian Fittipaldi, Michael Andretti também parou em 2002. Das estrelas do passado, somente Paul Tracy, Jimmy Vasser, Adrian Fernandez e Bryan Herta compunham o grid. O restante era completado por estreantes e gente como Gualter Salles, Roberto González, Rodolfo Lavim e Alex Yoong. Convenhamos, um grid bastante limitado.

Em seu primeiro ano Bourdais acumulou 3 vitórias, terminando o campeonato em quarto lugar. Nos anos seguintes, porém, empilhou quatro títulos seguidos, tornando-se o único tetracampeão da história da categoria. Foi o bastante para que a F1 olhasse para ele com carinho e, em 2007, Sebastien passou a integrar a Toro Rosso, como piloto de testes.

A titularidade viria no ano seguinte. Ao lado de Sebastian Vettel, então promissor piloto alemão, Bourdais ganhou a chance de fazer uma temporada completa, tendo nas mãos um carro bastante aceitável. Melhor até que o modelo usado pela equipe titular, a Red Bull. A estreia, em Melbourne, foi bastante promissora, com Bourdais andando em 4º lugar a maior parte do tempo. Nas últimas três voltas, o motor apresentou problemas e o francês terminou em 7º lugar, o que não foi nada mal.

O problema é que o restante do ano foi de muitas decepções. Bourdais só voltaria a marcar pontos na Bélgica, com outro 7º lugar. Para piorar, foi amassado pelo companheiro Vettel, que marcou 35 pontos no ano, tendo vencido um GP, em Monza, uma corrida épica. Ficou feio para o francês.

Sébastien Bourdais – Fuji 2008

Em 2009, a F1 teve um novo regulamento. E, com ele, foi-se a eficiência do carro da Toro Rosso. A equipe perdeu Sebastian Vettel para a Red Bull e trouxe o estreante Sebastien Buemi. E mesmo tendo um companheiro inexperiente, Bourdais não foi capaz de superá-lo. Foram apenas 2 pontos marcados até o GP da Alemanha, quando a equipe perdeu de vez a paciência. Foi buscar o promissor espanhol Jaime Alguersuari que, no final das contas, não conseguiu muita coisa com o limitado carro do time de Faenza. Mas seguiu na equipe no ano seguinte.

Bourdais enveredou por diversas categorias, correndo pela Peugeot nas 24 Horas de LeMans. Retornou à Indy em 2012 e, desde então, vem fazendo um bom papel na categoria, conseguindo bons resultados por equipes de menor expressão. É um piloto eficiente, sem dúvida, mas para correr na F1 é preciso muito mais que isso.

Nos anos seguintes, Dario Franchitti, Simon Pagenaud e Joseph Newgarden até tiveram tímidos flertes com equipes da F1, mas tudo não passou de ações promocionais ou cortina de fumaça. A verdade é que com um grid de apenas 20 carros e programas de formação de pilotos cada vez mais bem encaminhados, é difícil que algum time olhe para a Indy com os mesmos olhos do passado. E, verdade seja dita, somente Jacques Villeneuve e Montoya conseguiram algum brilho na F1. Da minha parte, lamento muito.

Bruno Aleixo
São Paulo – SP

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