Calendário árduo da F1 afeta a saúde dos pilotos

Pilotos da Fórmula 1

A sequência de viagens da Fórmula 1 tornou-se tão árdua que uma epidemia de doenças prejudicou o final da longa temporada 2023.

“Eu espero sinceramente que as receitas de Lemsip não estejam dentro do limite orçamentário”, brincou Christian Horner, chefe da Red Bull, na última etapa em Abu Dhabi. “Tem sido um regime bastante brutal”.

Esse regime envolveu 22 corridas, incluindo cinco nos últimos seis finais de semana e a mudança de fuso horário de 12 horas entre Las Vegas e o Oriente Médio em poucos dias.

“Um pouco de gripe”, admitiu Valtteri Bottas ao ser questionado por um repórter do Viaplay.

Esteban Ocon esteve acamado durante grande parte do último fim de semana da temporada, embora tenha conseguido resistir no cockpit o tempo todo.

“Normalmente, você fica doente quando retorna daqui”, disse o francês. “Mas fizemos uma ou duas provas a mais do que no ano passado e o corpo não está fisicamente preparado para isso”.

George Russell, da Mercedes – também representante da GPDA, Associação dos Pilotos da F1 – admitiu que teve um domingo particularmente difícil.

“Eu tossia a cada volta”, revelou o britânico. “Mas quando você está amarrado no carro, não consegue respirar fundo para acabar com a tosse. Foi horrível”.

“Mas são todos no paddock. Vários dos meus mecânicos estão doentes, pessoas no escritório dos engenheiros, realmente sofrendo com as constantes mudanças de fuso horário”.

“O corpo não sabe onde você está, comendo em horários diferentes, ficando em hotéis, ambientes e climas diferentes. O corpo está ficando confuso”.

“Creio que há conversas sobre o regulamento impedir o pessoal de fazer todas as corridas no próximo ano”.

O calendário do próximo ano terá inéditos 24 GPs, incluindo muitas das mesmas mudanças de fuso horário – com ajustes sendo improváveis ​​em um estágio tão avançado.

No entanto, as equipes e pilotos parecem concordar com a necessidade de mudanças depois disso – pelo bem-estar do circo itinerante de 4.000 pessoas da categoria.

Mike Krack, chefe da Aston Martin, acrescentou: “Da maneira como isso já foi discutido em todo o pit lane, acho que haverá alguns ajustes para o futuro”.