Cadillac pode causar revolta na F1 se superar rivais na estreia
terça-feira, 1 de julho de 2025 às 9:20
Graeme Lowdon
Graeme Lowdon acredita que a entrada da Cadillac na Fórmula 1, marcada para 2026, pode causar uma verdadeira revolta nos bastidores.
Segundo ele, se a equipe norte-americana terminar à frente de rivais já estabelecidas no campeonato de construtores, alguns chefes vão “ficar apopléticos”.
A trajetória até a aprovação não foi simples. Depois de quase dois anos desde que a FIA abriu inscrições para uma 11ª equipe em fevereiro de 2023, a F1 finalmente aprovou o projeto em março deste ano.
Com isso, a Cadillac, que agora atua em parceria com a TWG Motorsports e é respaldada pela General Motors, ganhou exatos 12 meses para se preparar para sua estreia, marcada para o GP da Austrália.
Estrutura complexa, prazos apertados
Inicialmente, a proposta de Michael Andretti havia sido rejeitada pela F1. No entanto, após sua saída do cargo de CEO da Andretti Global, a categoria finalmente aprovou a entrada da equipe – agora sob nova liderança e com respaldo financeiro e técnico da GM.
Desde então, a organização vem se estruturando rapidamente. Durante o processo de licitação, a equipe não apenas contratou profissionais estratégicos como também distribuiu suas operações por quatro polos: Indiana, North Charlotte, Michigan e Silverstone.
Este último, inclusive, ocupa seis unidades próximas ao campus da Aston Martin, avaliado em $250 milhões, e será responsável por abrigar os setores técnico, logístico, de produção e manutenção.
Além disso, a equipe utilizará o túnel de vento da Toyota, localizado em Colônia, na Alemanha – o que acrescenta outra camada de complexidade à operação.
Naturalmente, com uma estrutura tão global e prazos tão curtos, o desempenho inicial deve ser limitado. Portanto, a equipe mantém expectativas modestas para o ano de estreia. Ainda assim, a ambição é evidente.
Expectativas realistas, mas com ambição clara
Lowdon, que assumiu a função de chefe da equipe no início de 2024 após atuar como consultor no processo de candidatura, deixou claro que o foco é ser competitivo desde o início – mas sem ilusões.
Ao conversar com os acionistas, ele usou um exemplo prático: “A forma mais direta de explicar isso é pedir que se imaginem donos de uma equipe há 10 anos. Então, de repente, uma equipe nova entra e termina na sua frente. Você ficaria apoplético. Muito irritado”.
Por isso, segundo ele, a única suposição lógica é de que toda nova equipe comece na parte de trás do grid. Caso contrário, algo deu muito errado com as concorrentes. “E, honestamente, essa é a única forma justa de definir o cenário”, explicou.
Apesar disso, o objetivo segue ambicioso: construir um projeto sólido e competitivo, mesmo enfrentando os obstáculos de tempo e logística.
“Queremos ser o mais competitivos possível. Sabemos como é difícil. Os prazos são super, super, super curtos. Ainda assim, estamos felizes com o progresso até agora”.
No entanto, Lowdon reconhece a incerteza do momento. “Não temos a menor ideia de onde estamos em relação aos rivais. Podemos ver os números, sim, mas só saberemos de verdade quando estivermos na pista. E se vencermos alguma equipe, alguém vai ficar bravo”.
Aposta antecipada e confiança total
Lowdon, que anteriormente comandou a Manor/Marussia, conta que fez uma aposta calculada ao apoiar a proposta de Andretti. Assim que se reuniu com o norte-americano, seu conselho foi direto: “Comece a construir a equipe agora”.
Mesmo sem garantias de que a FIA e a F1 aprovariam o projeto, ele acreditava que qualquer atraso colocaria o futuro da equipe em risco. Ainda assim, sua confiança permaneceu inabalável.
Quando perguntado se em algum momento temeu que todo o esforço fosse em vão, ele foi categórico: “Nunca! Nem por um segundo. Senão, eu teria ficado numa praia”.
Apesar de reconhecer que o processo demorou mais do que o esperado, ele sempre acreditou no valor da proposta. “Basta olhar o que estamos trazendo para a F1. O projeto tem valor, tem peso. A dúvida nunca foi se ia acontecer, mas sim quando”.

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