Burti: “O risco faz parte deste esporte”

Spa-Francorchamps

A segurança de Spa-Francorchamps tem sido objeto de muitos debates nas últimas semanas. O diretor de corridas de F1, Michael Masi, disse anteriormente que a pista belga é suficientemente segura, enquanto os pilotos e analistas duvidam disso desde os graves acidentes dos últimos tempos.

Ao Motorsport.com, o antigo piloto de F1 Luciano Burti diz que as corridas em geral não são seguras e que Spa não é exceção. “O esporte continua a ser perigoso, afinal de contas. É impossível andar mais rápido do que 200 km/h num carro e pensar que tudo é completamente seguro”, afirmou.

“Isso é simplesmente inviável. A propósito, muitas das pistas atuais já têm mais espaço e os carros têm todos halos nos dias de hoje. No início, fui fortemente contra isso, mas afinal tenho de admitir que estava errado”, prosseguiu o brasileiro.

Porque, tal como Silverstone e Monza, Spa faz agora parte da história da F1. “Talvez eu seja um pouco antiquado, mas Spa faz realmente parte do DNA da Fórmula 1. Dêem uma boa olhada em pistas como Spa, Silverstone, Monza, Mônaco, não se pode criar mais espaço lá, não se pode torná-las 100% seguras. Isso também tem muito a ver com o terreno”, comentou.

“Se passar uma vez pela Eau Rouge, percebe-se imediatamente que não há outra saída”, continuou Burti. “É preciso escolher: ou manter a Eau Rouge na sua forma atual ou construir um túnel. Outra opção é parar de correr em Spa, mas eu sou fortemente contra isso”.

“Não quero que a F1 venha apenas a circuitos como Abu Dhabi ou Paul Ricard, onde se pode manter o pé em baixo e nunca acontece nada. O risco é parte integrante deste esporte. Queremos ver pessoas ultrapassando o limite e infelizmente isso também inclui acidentes graves. Esperemos que ninguém morra num acidente, mas o risco faz parte do DNA do automobilismo”, concluiu.