Brundle pede mudanças “urgentes” na FIA

quarta-feira, 1 de junho de 2022 às 9:58

GP de Mônaco

Martin Brundle pediu para a FIA fazer mudanças “urgentes” na direção de prova após a confusão do adiamento da largada no GP de Mônaco.

Com a chuva começando a cair, foi tomada a decisão de adiar o início da corrida e houve cenas caóticas no grid, com os mecânicos correndo para as garagens sem saber ao certo com quais pneus os pilotos deveriam largar.

Eventualmente, houve uma volta de formação atrás do safety car e finalmente uma bandeira vermelha antes da prova começar com uma largada em movimento e mais de uma hora de atraso.

“Atrasar uma corrida devido à previsão meteorológica não é necessário”, escreveu Brundle em sua coluna para a Sky Sports.

“Nós temos os safety cars virtual e real, bandeiras vermelhas, mecânicos que conseguem trocar os pneus em dois segundos e dois tipos de pneus para o molhado para cobrir esses desafios. Isso é correr na Fórmula 1”.

Comentando a incerteza da situação, Brundle continuou: “Algumas fontes confiáveis me dizem que houve discussões acaloradas na direção de prova durante o impasse, enquanto todos nós questionávamos o que estava acontecendo”.

“Isso supostamente explica os períodos de inatividade e falta de informação, e a razão pela qual o safety car não estava explorando as condições da pista como é usual”.

Consequentemente, Brundle sente que o sistema na direção de prova precisa ser examinado.

“A FIA, pelo bem-estar da F1, precisa urgentemente de uma mudança profunda com um diretor de prova totalmente capacitado e pelo menos um substituto, um inspetor do circuito e dos sistemas e um departamento de comunicações efetivo. Eu considero isso uma questão da mais alta prioridade”.

Houve alterações na direção de prova após os controversos eventos da etapa final da temporada 2021 em Abu Dhabi, durante a qual o então diretor Michael Masi tomou decisões questionáveis.

Posteriormente, Masi foi removido de seu cargo e substituído por Eduardo Freitas e Niels Wittich – que vão se alternar na função durante a temporada 2022.

Brundle acredita que o ocorrido em Abu Dhabi foi consequência de uma situação que vinha se desenvolvendo há algum tempo, e ele também acha que os efeitos colaterais ainda estão sendo sentidos.

“O que aconteceu em circunstâncias de decisão do campeonato em Abu Dhabi no ano passado vinha se desenhando há meses, talvez até mesmo anos, desde a morte de Charlie Whiting, e foi inevitável considerando que nós tivemos 39 corridas, incluindo muitos eventos organizados às pressas durante a pandemia, sem a estrutura e os recursos necessários da FIA”.

“E o que ocorreu com Michael Masi na sequência tornou o cargo um cálice envenenado que exigirá alguns consertos, se isso realmente é possível”.

“Ele era o homem certo para a função, o substituto de Charlie, mas francamente a F1 e a FIA estavam improvisando às vezes e a coisa toda saiu do controle no que diz respeito à direção de prova dominante, que é essencial”.

Sobre o fato de todas as relargadas terem sido em movimento, Brundle novamente argumenta que isso poderia ter sido feito mais efetivamente a fim de evitar confusões adicionais.

“Nós fomos informados pela FIA às 20:03 após a corrida no domingo que houve problemas de energia devido à chuva forte, o que explica as largadas em movimento depois das bandeiras vermelhas”.

“Se eles tivessem nos avisado por nosso simples e efetivo grupo do WhatsApp, nós poderíamos ter informado as dezenas de milhões de telespectadores no mundo todo e os milhares de fãs na pista, tudo teria feito muito mais sentido”.

“Durante a primeira bandeira vermelha, a corrida pareceu começar aleatoriamente no cronômetro e com uma volta completada. Supostamente, houve um ponto inicial, mas então nós vimos um controle de carro excepcional de pilotos sem nenhuma experiência com os carros de 2022 e as novas rodas de 18 polegadas em um circuito molhado e escorregadio”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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