Batalha na McLaren: Piastri ou Norris pelo título da F1?

segunda-feira, 21 de julho de 2025 às 17:34

Lando Norris e Oscar Piastri

Faltando pouco para a metade da temporada de Fórmula 1, apenas oito pontos separam os dois primeiros colocados. Oscar Piastri tem 234 pontos, enquanto Lando Norris soma 226. Essa briga interna da McLaren está acirradíssima. Mas quem será que leva o primeiro campeonato mundial de pilotos? A história da F1 pode, de fato, nos dar algumas pistas.

Como chegamos até aqui: A temporada 2025 em ritmo acelerado

Norris começou a temporada em grande estilo, vencendo o chuvoso GP da Austrália. Logo depois, Piastri reagiu com uma vitória no GP da China. Surpreendentemente, a Red Bull apareceu com Max Verstappen vencendo no Japão.

Piastri, então, engatou três vitórias consecutivas: Bahrein, Arábia Saudita e Miami. Por outro lado, Verstappen reapareceu, superando Piastri na primeira curva para vencer em Emilia-Romagna. Norris e Piastri continuaram se revezando. Assim, Norris venceu em Mônaco, antes de Piastri reagir com uma vitória na Espanha.

Recentemente, George Russell aproveitou o clima mais frio e a pista menos abrasiva no Canadá para conquistar uma vitória para a Mercedes. Contudo, Norris voltou à disputa com vitórias consecutivas na Áustria e em Silverstone. Desse modo, a emoção segue em alta.

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O que diz a história sobre disputas apertadas?

A diferença atual entre Piastri e Norris equivale à pontuação do P1 e P2 em uma única corrida. Certamente, não há um piloto com um domínio claro por um longo período. Para analisar melhor, vamos considerar o período a partir de 2010, ano em que o sistema de pontos atual foi introduzido na Fórmula 1.

Nesse intervalo, cinco anos (2011, 2013, 2020, 2022-23) tiveram campeões com mais de 100 pontos de vantagem. Por exemplo, em 2020 (Lewis Hamilton sobre Valtteri Bottas e Max Verstappen) e 2023 (Verstappen sobre Sergio Perez e Hamilton), a vantagem foi sobre o terceiro colocado. Isso porque o P2 era companheiro de equipe do campeão e, portanto, não podia realmente competir. Em outros seis anos (2014-15, 2017-19 e 2024), a diferença ficou entre 46 e 88 pontos.

Considerando a pequena diferença em 2025, esses anos não são guias precisos, a menos que haja uma queda drástica no desempenho de um dos pilotos da McLaren. Isso, portanto, nos deixa com quatro anos nos quais a diferença foi menor que 12 pontos, ou seja, o equivalente entre terminar em P1 e P4 em uma corrida: 2010, 2012, 2016 e 2021.

2021: Verstappen x Hamilton – Uma batalha épica

Campeão: Max Verstappen (Red Bull) – 395,5 pontos Vice-campeão: Lewis Hamilton (Mercedes) – 287,5 pontos Diferença: 8 pontos Vitórias: Verstappen 10, Hamilton 8.

Deixando Abu Dhabi de lado por um momento, Hamilton começou a temporada com tudo. Ele venceu três das quatro primeiras corridas (Bahrein, Portugal e Espanha). Verstappen, por sua vez, venceu em Emilia-Romagna. Diferente de 2025, houve uma clara mudança de ritmo em 2021. Verstappen conquistou quatro das cinco corridas seguintes, com vitórias em Mônaco, França, Estíria e Áustria. Sergio Pérez, seu companheiro de equipe, interrompeu a sequência no Azerbaijão.

Hamilton, então, retomou sua busca pelo oitavo título ao vencer o GP da Inglaterra. Em seguida, Esteban Ocon, da Alpine, surgiu do nada para vencer na Hungria. Na metade da temporada, Hamilton tinha quatro vitórias e Verstappen, cinco. Exatamente o mesmo número que Norris e Piastri têm agora. Além disso, Hamilton liderava com oito pontos de vantagem, a mesma diferença que Piastri tem sobre Norris.

2021: A virada de Verstappen e o final polêmico

O GP da Bélgica entrou para a história como uma “não-corrida” da Fórmula 1. Frequentemente, é lembrado por sua particularidade. As voltas um e dois foram sob safety car, e a terceira volta sob bandeira vermelha, encerrando o fim de semana. Metade dos pontos foi concedida aos dez primeiros pilotos, com Verstappen vencendo com base na classificação.

Verstappen venceu seu GP em casa, na Holanda. Depois, Daniel Ricciardo (McLaren) venceu na Itália. Lewis Hamilton venceu na Rússia e seu companheiro de equipe, Valtteri Bottas, na Turquia. Vitórias consecutivas de Verstappen nos Estados Unidos e México lhe deram o impulso decisivo. Hamilton, por sua vez, ressuscitou sua tentativa de título com vitórias no Brasil, Catar e Arábia Saudita.

Isso significou que o campeonato se resumiu a uma corrida “tudo ou nada” em Abu Dhabi. Ambos os pilotos estavam empatados com 369,5 pontos. Não há espaço suficiente para discutir tudo o que aconteceu naquela corrida. Contudo, uma decisão altamente equivocada do diretor de corrida Michael Masi fez com que Hamilton liderasse Verstappen na última volta. Verstappen, porém, estava com pneus macios novos contra pneus duros de 40 voltas de Hamilton.

Nessas condições, Verstappen ultrapassou Hamilton para conquistar o primeiro de seus quatro títulos. Ele, assim, impediu Hamilton de conquistar o que seria um oitavo campeonato mundial recorde.

2010: Vettel x Alonso – Equilíbrio no final

Campeão: Sebastian Vettel (Red Bull) – 256 pontos Vice-campeão: Fernando Alonso (Ferrari) – 252 pontos Diferença: 4 pontos Vitórias: Alonso 5, Vettel 5.

Embora apertada, a temporada de 2010 tem pouca semelhança com 2025. Na primeira metade da temporada, Fernando Alonso venceu a abertura no Bahrein. Sebastian Vettel, por outro lado, venceu o terceiro GP na Malásia e novamente no GP da Europa (Espanha) na nona etapa.

Nenhum piloto venceu uma corrida em 2010 enquanto liderava o campeonato. Vettel precisou de três vitórias nos últimos quatro GPs (Japão, Brasil e Abu Dhabi) para conquistar o título. Piastri já tem o mesmo número de vitórias que Alonso e Vettel após apenas doze GPs e está a apenas uma vitória de seus pontos totais. Infelizmente, pouco há neste ano que reflita a atual batalha pelo campeonato.

2016: Rosberg x Hamilton – O duelo de companheiros

Campeão: Nico Rosberg (Mercedes) – 385 pontos Vice-campeão: Lewis Hamilton (Mercedes) – 380 pontos Diferença: 5 pontos Vitórias: Rosberg 9, Hamilton 10.

Provavelmente, esta é a comparação mais precisa, já que Rosberg e Hamilton eram companheiros de equipe que tinham permissão para competir um contra o outro. Assim como Norris e Piastri no Canadá, os dois da Mercedes também se envolveram em acidentes, na Áustria e na Espanha.

O que não se pode comparar, entretanto, são as mudanças monumentais que ocorreram em 2016. Rosberg começou com tudo, vencendo as quatro primeiras corridas (Austrália, Bahrein, China e Rússia). O GP da Espanha viu Verstappen vencer seu primeiro GP, em uma corrida que teve as duas Mercedes se chocando e saindo na primeira volta.

Hamilton subiu na tabela em grande estilo, vencendo seis das sete corridas seguintes, com duas consecutivas em Mônaco e Canadá. Rosberg voltou ao topo do pódio na Europa. Depois, Hamilton venceu na Áustria, Inglaterra, Hungria e Alemanha. A Hungria representou a metade da temporada, com Rosberg entrando na corrida liderando por um ponto e Hamilton saindo seis pontos à frente.

Na segunda metade da temporada, as mudanças de ritmo continuaram. Rosberg venceu três das quatro corridas seguintes: Bélgica, Itália, Singapura e Japão. Daniel Ricciardo, da McLaren, interrompeu sua sequência de vitórias na Malásia.

Após o Japão, Rosberg liderava seu companheiro de equipe por 33 pontos, com quatro corridas restantes. Hamilton fez o possível para diminuir a diferença, vencendo todas as quatro corridas nos Estados Unidos, México, Brasil e Abu Dhabi. No entanto, Rosberg conseguiu minimizar os danos ao terminar em P2 em todas as quatro corridas, mantendo a vantagem por cinco pontos. Consequentemente, ele garantiu o título.

2012: Vettel x Alonso – Sete vencedores diferentes

Campeão: Sebastian Vettel (Red Bull) – 281 pontos Vice-campeão: Fernando Alonso (Ferrari) – 278 pontos Diferença: 3 pontos Vitórias: Vettel 5, Alonso 3.

Assim como em 2010, apesar de apertada, a batalha entre Vettel e Alonso não se parece em nada com a de 2025. Pela primeira vez na história, sete vencedores diferentes venceram as sete primeiras corridas.

Na metade da temporada, na Alemanha, Alonso liderava confortavelmente, à frente dos companheiros de equipe da Red Bull, Webber (34 pontos) e Vettel (44 pontos). Curiosamente, Vettel conquistou apenas uma vitória na quarta corrida no Bahrein. A segunda metade da temporada também teve quatro vencedores diferentes. Infelizmente para Alonso, seu melhor resultado foi três segundos lugares, além de dois abandonos.

Vettel, por sua vez, voltou com tudo, vencendo quatro corridas consecutivas em Singapura, Japão, Coreia do Sul e Índia. O sexto lugar de Vettel na corrida final no Brasil foi suficiente para garantir o título. Alonso, portanto, terminou como vice.

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