Barrichello faz uma comparação entre a Formula 1 e a Indy

segunda-feira, 5 de março de 2012 às 12:05

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Rubens Barrichello é o único piloto no planeta que correu na Fórmula 1 em 2011 e também pilotou o novo Dallara DW12 com o motor Chevrolet V6 da Fórmula Indy, o que lhe dá uma posição única para comparar e contrastar a experiência das duas categorias.

Então, o que chamou sua atenção até agora? “A primeira surpresa foi o fato de que eu não tinha os aquecedores no pneu. Simplesmente entrei na pista, é uma técnica de pilotagem diferente”, admitiu ele imediatamente. “Quando eu saí dos boxes, os pneus estavam frios e quase rodei. Portanto, é algo novo para mim”.

É apenas um dos pequenos “truques” que ele terá de aprender com seu amigo Tony Kanaan enquanto se adapta ao novo desafio. “Tony é muito bom nisso. Ele entra na pista e parece que tem pneus novos o tempo todo”, disse Barrichello.

“Quando eu estava testando em Sonoma e deixei os pits, desliguei o limitador de velocidade – e quase aumentei os giros do motor mais do que devia, porque minha mente ainda estava ajustada para os meus 19 anos de Fórmula 1. Os giros são diferentes, tudo é diferente”.

Felizmente, algumas áreas foram muito mais confortáveis para ele durante seus dois primeiros testes com sua nova equipe, a KV Racing Technology.

“A caixa de câmbio é muito boa, assim como o motor, que tem uma ótima dirigibilidade. Os freios são bons, pois tive os de carbono durante toda a minha vida, e agora eles também estão na Indy. O volante é um pouco mais pesado, tenho de me acostumar a isso. O carro lhe dá um ótimo retorno nas curvas de alta e é bastante estável nas freadas”.

“Ainda não é natural para mim, porque só fiz alguns testes com o carro de Tony. Terei mais dois dias em Sebring e outro dia em Barber, e não sei se estarei bem preparado para a primeira corrida, mas posso prometer que vou forçar até os limites. É apenas uma máquina diferente, e preciso de mais tempo nela. Mas me diverti muito pilotando”.

É claro, Rubens não terá de se adaptar apenas à diferença tecnológica: também é um tipo de cultura diferente, incluindo uma interação muito mais próxima com os fãs nos Estados Unidos.

“Gosto do fato de que ficaremos mais próximos”, disse ele. “Em Sonoma, tínhamos cerca de mil fãs na pista, e foi ótimo. A recepção foi excelente, todos estavam de bom humor. É bem organizado. As pessoas não passam do limite, elas sabem exatamente onde ficar”.

Provavelmente, a diferença mais significativa para Rubens na Indy em relação à situação que ele está deixando para trás na Fórmula 1 é que, pela primeira vez em vários anos, ele terá um equipamento verdadeiramente competitivo à sua disposição.

“A última vez que tive um carro competitivo foi com a Brawn em 2009, quando venci corridas, e estou realmente feliz por voltar a ter um bom equipamento agora. Jimmy já me prometeu um ótimo carro, assim como Kevin, então vou forçar ao máximo”, afirmou ele, referindo-se aos co-proprietários da KV, Jimmy Vasser e Kevin Kalkhoven.

Ele contrastou isso com a situação incerta na Fórmula 1: “A princípio, todos sabiam que eu estava lutando por uma posição na Williams, e não sabíamos se o carro seria bom ou não, mas eu só queria continuar correndo. Quando ouvi a notícia de que não estaria lá, é claro que fiquei desapontado com tudo”.

“De repente, tive a mensagem de que você quer fazer o que adora”, continuou ele, dizendo que todas as mudanças na categoria para 2012 vão igualar o pelotão de um modo que seria impensável na Fórmula 1. “Na Indy, as mudanças de regras e o fato de os carros serem basicamente iguais proporcionam chances, o piloto pode fazer a diferença. Creio que é uma boa chance para mim depois de tanto tempo”.

LS – www.autoracing.com.br 

 

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