Barrichello crava 1ª pole no FIA WEC no Rolex 6 Horas de São Paulo; Cadillac domina na Hypercar

Eduardo Barrichello

Ao longo dos anos, o Autódromo de Interlagos foi palco de momentos históricos do automobilismo mundial. E em 2025, no Rolex 6 Horas de São Paulo, o público testemunhou mais um dia que ficará por gerações nas memórias de todos os amantes do automobilismo. Eduardo Barrichello cravou sua primeira pole position no FIA WEC exatamente em sua corrida de casa e em sua temporada de estreia, levando o público presente ao delírio.

Para conseguir a façanha, o brasileiro – piloto do Aston Martin Vantage AMR GT3 #10 da Racing Spirit of Léman – precisou de muita perícia para derrotar os dois Lexus RC F da Akkodis ASP Team. Concentrado, Dudu usou 100% de seu equipamento e superou o concorrente mais próximo por apenas 0s024 depois de melhorar ainda mais sua marca de referência, que já era a mais veloz. Seu tempo mais rápido foi de 1min33s849, novo recorde da LMGT3 na pista paulistana.

“Foi muito especial, e ainda ter todo mundo da minha família aqui”, disse Barrichello após a pole, disse Dudu. “Tem sido um ano muito difícil. Infelizmente não depende de mim passar para a Hyperpole, então muitas vezes eu só assistia o outro piloto classificando o carro. E hoje o Anthony (McIntosh) conseguiu colocar a gente na Hyperpole pela segunda vez na temporada. Na primeira (que o piloto bronze Derek DeBoer classificou o #10 para a Hyperpole), em Spa (Bélgica), coloquei o carro em segundo. Foi quase. Mas agora consegui a pole. E isso é sensacional, só mostra o potencial do nosso Aston Martin. Poder fazer uma pole na minha casa é sensacional, ouvir o pessoal gritando o meu nome. Preciso ver ainda os vídeos no meu telefone – que tenho quase certeza que já travou”, completou.

E foi por pouco – mais precisamente 0s026 – que Barrichello quase nem teve a oportunidade de entrar na pista no treino oficial, após o norte-americano Antony McIntosh – piloto bronze de seu trio – ser o 10º entre os 10 que se classificavam da primeira fase do treino (feita apenas pelo piloto com menor experiência em cada trio) para a Hyperpole.

“Eu estava suando dentro do carro. Tinha um país inteiro olhado para mim e falando ‘você tem apenas um trabalho: colocar o Dudu na Hyperpole’. Foi muita pressão”, disse McIntosh, que faz sua estreia no FIA WEC neste fim de semana, após a classificação, disse o americano. “Para mim, estou chegando em uma nova pista, um novo campeonato, um novo pneu. A equipe estava tentando entender o pneu enquanto eu tentava ganhar velocidade nos treinos. Dudu me ajudou, ele é ótimo no simulador, e eu treinei bastante antes para aprender essa pista”.

Porém, apesar do risco de terminar a classificação de maneira prematura, tudo deu certo para Dudu, que verá seu pai – Rubens Barrichello – lhe dando a bandeira verde na largada deste domingo. “Ser um Barrichello me ajudou muito na minha carreira e ajuda, tenho um orgulho enorme de ser um Barrichello. Agradeço o esforço até hoje que ele (Rubens) faz para que eu possa estar aqui, mas hoje essa pole é 100% minha”, completou Dudu.

Barrichelo terá a seu lado na primeira fila o Lexus #87 (José María López, Clemens Schmid, Razvan Umbrarescu). A segunda fila terá o Lexus #78 Akkodis ASP Team (Arnold Robin, Yuichi Nakayama, Finn Gehrsitz) e a Mercedes-AMG GT3 #61 (Lin Hodenius, Maxime Martin, Martin Berry) da Iron Lynx em seu melhor grid do ano. Líder do mundial na classe LMGT3, o Porsche 911 #92 (Richard Lietz, Ryan Hardwick, Riccardo Pera) da Manthey 1st Phorm classificou apenas em 13º lugar no grid de largada.

O BMW #31 dos brasileiros Augusto Farfus e Pedro Ebrahim teve o piloto bronze do trio, o australiano Yasser Shahin, classificando o modelo apenas em 18º lugar depois de um fim de semana desafiador.

Hypercar: Cadillac faz nova dobradinha e quebra recorde de Interlagos
A classe principal do FIA WEC também teve uma emocionante e imprevisível classificação para o Rolex 6 Horas de São Paulo deste domingo. Depois de um domínio da Porsche na sexta-feira e de uma surpresa da Toyota no último treino livre, o resultado da Hyperpole em Interlagos foi o mesmo da sessão nas 24 Horas de Le Mans, disputadas no mês passado. Ou seja, uma dobradinha da Cadillac Hertz Team JOTA, com o Cadillac V-Series R #12 (Alex Lynn, Norman Nato, Will Stevens) na frente do #38 (Earl Bamber, Sebastien Bourdais, Jenson Button).

Responsável por classificar o modelo na pole em ambas ocasiões, o britânico Alex Lynn fez o recorde da pista para a Hypercar em 1min22s570, superando por exatamente 0s100 o carro gêmeo, pilotado pelo francês Sebastien Bourdais. “Estive muito confiante nos últimos dias, sabia que teríamos boa velocidade para uma volta”, iniciou Lynn após a classificação. “Mas, obviamente, agora na Cadillac precisamos fazer com que isso dure a corrida inteira, construir um bom ritmo. Então vamos nos focar nisso, mas é uma sensação fantástica estar aqui hoje, estou muito orgulhoso – especialmente por serem poles seguidas, com Le Mans. Mas amanhã é o dia que nós precisamos acertar. Nossos pneus não podem se degradar mais que os dos outros e temos que entender qual a estratégia correta.”

A segunda fila traz o Porsche #5 (Julien Andlauer, Michael Christensen) e o Peugeot #94 (Loic Duval, Malthe Jakobsen). A terceira terá o BMW #20 (Sheldon van der Linde, Rene Rast e Marco Wittmann) e o segundo Peugeot, o #93 (Paul di Resta, Mikkel Jensen).

Assim como na classe LMGT3, o dia foi complicado para os líderes do mundial. Primeira na tabela, a Ferrari #51 (Antonio Giovinazzi, Alessandro Pier Guidi, James Calado) não pôde fazer melhor que um 17º lugar no grid de largada. A gêmea #50 (Antonio Fuoco, Miguel Molina, Nicklas Nielsen) ficou um pouco mais à frente, em 14º lugar. Desta forma, o único Ferrari 499P que passou para a Hyperpole foi o #83 (Robert Kubica, Yifei Ye, Phil Hanson), vencedor das 24 Horas de Le Mans 2025. O carro largará em 9º.

A largada para o Rolex 6 Horas de São Paulo está programada para as 11h30 deste domingo, com transmissão do BandSports e do site Grande Prêmio.

Grid para a classe Hypercar (top-5):
1. #12 Cadillac Hertz Team JOTA (Alex Lynn, Norman Nato, Will Stevens) – 1min22s6570
2. #38 Cadillac Hertz Team JOTA (Earl Bamber, Sebastien Bourdais, Jenson Button), a 0s100
3. #5 Porsche Penske Motorsport (Michael Christensen, Julien Andlauer), a 0s264
4. #94 Peugeot TotalEnergies (Loic Duval, Malthe Jakobsen), a 0s378
5. #20 BMW M Team WRT (Sheldon van der Linde, Rene Rast e Marco Wittmann), a 0s492

Grid para a classe LMGT3 (top-5):
1. #10 Racing Spirit of Léman (Eduardo Barrichello, Anthony McIntosh, Valentin Hasse-Clot) – 1min33s849
2. #87 Akkodis ASP Team (José María López, Clemens Schmid, Razvan Umbrarescu), a 0s024
3. #78 Akkodis ASP Team (Arnold Robin, Yuichi Nakayama, Finn Gehrsitz), a 0s114
4. #61 Iron Lynx (Lin Hodenius, Maxime Martin, Martin Berry), a 0s202
5. #95 United Autosports (Sean Gelael, Darren Leung, Marino Sato), a 0s370
18. #31 The Bend Team WRT (Augusto Farfus, Yasser Shahin, Pedro Ebrahim), a 2s198

Programação do Rolex 6 Horas de São Paulo:

13 de julho, domingo
7h: Abertura dos Portões
8h05-8h45: GT Series – Corrida 2
9h-10h: Pit Walk/Sessão de autógrafos
9h05-9h25: Desfile Porsche
9h30-10h: Rolex Hot Laps
10h04-10h10: Volta de honra
10h20-10h30: Box aberto
10h35: Grid Walk aberto
10h55-11h13: Grid Show
11h13: Hino nacional
11h25: Volta de apresentação
11h30: Largada Rolex 6 Horas de São Paulo
17h30: Chegada Rolex 6 Horas de São Paulo
18h-18h20: Coletiva de imprensa
18h30-18h45: Zona mista LMGT3
18h45-19h: Zona mista Hypercar
20h: Fim do evento