Barrica, Nelsinho, GP Brasil e mais…

Barrica, Nelsinho, GP Brasil e mais…

Como estou sem escrever colunas desde o dia 2 deste mês, temos muitas coisas para comentar. Vou começar pelo caso do Crashgate envolvendo Flavio Briatore, Nelsinho Piquet e Pat Symonds. A Renault não sabia, foi pêga de surpresa e fez o certo; demitiu Briatore e Symonds, uma vez que Nelsinho já estava fora. Trata-se de um caso bizarro, absurdo onde todos erraram. Briatore vinha errando há muitos anos na F1 e quase todo mundo lá esperava por uma chance de se livrar dele. Conseguiram, o homem foi justamente banido da F1 e de todas as categorias onde a FIA estiver envolvida, ou seja, foi banido do automobilismo. Pat Symonds pegou uma suspensão de cinco anos, o que na prática também o tira definitivamente da F1.

Nelsinho Piquet gozou da delação premiada e portanto não foi punido oficialmente. É difícil julgar Nelsinho. O que ele fez foi absolutamente lamentável e completamente errado. Tudo começou – e eu sempre disse isso – na escolha de ser piloto de Flavio Briatore e ainda dividir uma equipe com Fernando Alonso, um bicampeão mundial que teve uma péssima experiência anterior em dividir uma equipe com um novato conhecido, Lewis Hamilton. Briatore sempre foi conhecido por seu temperamento imprevisível e explosivo, além de caráter pra lá de duvidoso. Alonso também não é flor que se cheire e fez um contrato com a Renault onde ele praticamente manda na equipe. Isso também sempre foi muito óbvio, eu também disse isso desde o começo e agora o Nelson Piquet pai confirmou na entrevista ao Fantástico, que você pode ver na íntegra na home do Autoracing, já que a edição mostrada domingo no referido programa estava totalmente cortada.

Então a gente soma esses dois fatores, Briatore e Alonso, e temos entre eles um garoto que carrega um sobrenome de muito peso nas costas, assustado, inexperiente e apavorado com a possibilidade de perder o emprego e manchar o nome. Sim, quando Nelsinho topou a tramóia de bater seu carro deliberadamente para beneficiar Alonso, ele nunca imaginou que aquilo viria a público. Sua intenção na época foi fazer qualquer coisa para salvar seu emprego e seu nome. O problema é que o tiro saiu totalmente pela culatra; a coisa veio a público e seu nome ficou muito pior do que ficaria se tivesse apenas perdido o emprego. Sua carreira neste momento está por um fio. Se está acabada ou não vai depender da habilidade dos que a gerenciam, principalmente de seu pai.

Mas e Nelsinho como piloto de F1? Olhando por cima ele parece ter sido massacrado por Alonso. Mas é justo “olhar por cima”? Aquele massacre foi real? Também é difícil avaliar, uma vez que ele comprovadamente não teve as mesmas condições de Alonso que, repetindo, é um bicampeão mundial que manda na equipe. Resta agora esperar para ver se Nelsinho consegue uma nova chance numa das novas equipes da F1. Sem dúvida vai ser bem difícil…

Disputa do título de 2009 – Como diz o velho ditado, “a esperança é a última que morre”, mas vai ser muito difícil o Rubens conseguir tirar o caneco das mãos de Jenson Button. A corrida de Cingapura foi um banho de água fria, pois ao invés de Rubens continuar tirando diferença, ela aumentou de 14 para 15 pontos faltando apenas três provas para o final. A próxima corrida é no Japão e os carros da Red Bull devem dominar, uma vez que Suzuka parece feita sob medida para eles. Mesmo que Rubens chegue na frente de Button, a diferença vai diminuir muito pouco. Resta torcer para o imponderável, que neste caso seria Button ter algum problema e não marcar pontos.

De qualquer maneira, o que mais me impressiona é a motivação de Rubens para disputar um título depois de tantos anos na F1 e sendo o piloto mais velho do grid. Apesar da F1 ser uma categoria cada vez mais para pilotos jovens, Rubens prova que a idade verdadeira está em como encaramos a vida.

Dança das cadeiras na F1 – A boataria está correndo solta nesta semana. Neste momento Alonso estaria indo para a Ferrari ser companheiro de Felipe Massa, ou seja uma pedreira para o brasileiro. Raikkonen estaria voltando para a McLaren para apanhar de Hamilton. Rubens iria para a Willians e seu companheiro seria o campeão da GP2 Nico Hulkenberg. Robert Kubica iria para a Renault no lugar de Alonso e Button teria que repensar sua pedida inicial de salário para continuar na Brawn, agora ao lado de Nico Rosberg. Bruno Senna deve chegar na F1, talvez na Force India ou em outra equipe apoiado pela Petrobrás, que voltaria à categoria. Tudo isso envolto no mistério de quem será o novo presidente da FIA; Jean Todt ou Ari Vatanen, este último dizendo que vai mudar tudo(?) na F1 caso seja eleito.

GP do Brasil de F1 – A corrida deste ano promete muito. Assim como no ano passado com Felipe Massa, provavelmente teremos novamente um brasileiro – desta vez Rubens Barrichello – disputando o título. Se você pretende ir na corrida corra para comprar seu ingresso, pois já estão praticamente esgotados. O GP Brasil de F1 é o maior evento anual da cidade de São Paulo, que espera um acréscimo de pelo menos 100 milhões de dólares na arrecadação de impostos no final de semana da corrida.

Até a próxima!
Adauto Silva
adauto@autoracing.com.br