Avaliação das equipes após a pré-temporada da Formula 1

quarta-feira, 6 de março de 2013 às 13:17
Largada F1 Coreia do Sul em 2012

Formula 1 2012

 

RED BULL

Parece que a campeã mundial ainda é a equipe a ser batida, com Martin Brundle relatando em Barcelona que “o carro parece forte na pista” e Sebastian Vettel e Mark Webber conduzindo seu trabalho de inverno sem nenhum alarme ou desconforto óbvios.

Várias atualizações foram instaladas no RB9 nos dois últimos dias de testes, incluindo asa dianteira e mudanças na traseira, e apesar de sua velocidade não ter sido especialmente impressionante, é a capacidade da Red Bull de manter aquele nível incansável de desenvolvimento que torna a organização de Milton Keynes uma oponente formidável.

De qualquer modo, o fato de o RB9 só ter liderado a tabela de tempos em um dos 12 dias de testes poderia apoiar a alegação da própria Red Bull de que eles não esperam dominar em Melbourne. “Não estamos sozinhos, com certeza”, disse Webber após seu penúltimo dia de testes. Já Vettel insistiu que é “impossível apontar os favoritos”.

Se a Red Bull realmente mostrou o que pode fazer é outra coisa. Ao longo de todo o mês de testes, o RB9 pareceu bem melhor na pista – equilibrado e acelerando enquanto outros carros tinham de aliviar o acelerador – do que no relógio, e a suspeita quase universal é de que a Red Bull nunca teve menos de 60 kg de combustível no tanque. É válido lembrar que, dois anos atrás, a equipe só tirou combustível do RB7 pela primeira vez na classificação na Austrália, quando eles pulverizaram sua oposição.

No entanto, a boa notícia para este ano é que, mesmo levando em conta o peso do combustível, avalia-se que a Red Bull possui apenas uma ligeira vantagem sobre suas competidoras. E nem tudo foi perfeito com o RB9 no último fim de semana, com o DRS passivo removido e o novo design da asa dianteira retrabalhado.

Quando Vettel, frustrado com o quão pouco a equipe conseguiu aprender sobre os pneus de granulação rápida, reclamou que “nós nunca tivemos um inverno mais inconclusivo do que este”, ele não estava blefando. A Red Bull provavelmente ainda está na frente, mas parece que pelo menos duas outras equipes estão bem próximas.

FERRARI

Um inverno de duas metades para a Scuderia, com o alívio no início de fevereiro de o F138 ter sido considerado um passo à frente comparado ao F2012 posteriormente temperado com o reconhecimento de que a Ferrari está, nas palavras de Fernando Alonso, “um pouco atrás dos primeiros colocados”.

Contudo, é difícil saber o quão atrás, principalmente porque a equipe só vai estrear seu pacote de corrida para Melbourne durante os treinos de sexta-feira no Albert Park. Esse atraso – todas as outras equipes de ponta conseguiram experimentar sua especificação da Austrália em Barcelona – é outra razão para preocupação, mas o próprio Alonso parece tranquilo e otimista. De fato, se a Ferrari conseguir fazer o novo pacote funcionar imediatamente no Albert Park, as coisas irão parecer bem melhores.

De acordo com o espanhol, o carro atual já é “200 vezes melhor” do que seu antecessor era há um ano, e mesmo com um pódio na abertura da temporada provavelmente sendo sua expectativa máxima, não podemos descartar a possibilidade de Alonso tirar outro coelho de sua cartola – afinal, ele terminou em quinto no ano passado com um carro que nem sequer passou para a Q3.

McLAREN

A especulação de que a McLaren estava um pouco preocupada após a conclusão do primeiro teste de Barcelona foi de encontro à admissão de Jenson Button de que a equipe estava enfrentando problemas para compreender seu novo e revolucionário monoposto.

Porém, como foi escrito na época, a falta de clareza da McLaren era precisamente o que se esperava depois de sua decisão de construir seu carro novo ao redor de uma filosofia de projeto totalmente nova. A mesma proeminência também precisa ser dada ao alívio de Jenson na metade do segundo teste de Barcelona, quando a equipe teve seu “melhor dia do inverno”.

Todos os sinais indicam que a McLaren não terá um ritmo vencedor no começo da temporada – apesar de veloz, o MP4-28 é inconsistente e “afetado pelas saídas de frente” e degradação dos pneus, de acordo com Mark Hughes, comentarista da Sky. Mas a McLaren não estava focada em vencer em Melbourne e na Malásia quando construiu o MP4-28. Tendo atingido o teto de performance com a filosofia de projeto por trás do MP4-27, sua intenção era construir um carro que possa melhorar ao longo da campanha.

Resumindo, a McLaren correu o risco de regredir a curto prazo a fim de ter um ganho substancial a longo prazo – e, um mês após a estréia de seu carro novo, sua temporada de testes mal começou.

MERCEDES

Tendo sido relativamente discreto durante os primeiros testes em Jerez e Barcelona, o W04 repentinamente ganhou destaque no último fim de semana na Catalunha, quando Lewis Hamilton e Nico Rosberg estabeleceram os tempos mais rápidos do inverno.

Na realidade, com Rosberg praticamente admitindo que seu tempo de 1m20.130s – marcado em uma volta única estilo classificação – foi o máximo que o W04 poderia fazer, imaginar a Mercedes como candidata ao título ainda é prematuro. Eles só provaram sua velocidade nos testes; as batalhas que começam em 17 de março são as que realmente contam.

Ainda assim, é difícil não questionar o quão bom este carro pode ser – e ainda mais difícil não ficar empolgado com o prospecto de um Hamilton competitivo um ano antes do previsto. “Definitivamente, poderemos vencer uma corrida em algum ponto”, admitiu o novo contratado da Mercedes depois de desistir de suas tentativas de acalmar a empolgação gerada por sua velocidade de sua última aparição antes de Melbourne.

A questão crítica é se a Mercedes pode sustentar esse ritmo impressionante quando o sol realmente brilhar, e até o W04 provar que não destrói os pneus como seu antecessor, eles continuam correndo por fora na luta pelo título. Entretanto, alguns trechos fortes de ambos os pilotos com o pneu médio certamente ofereceram encorajamento.

Acima de tudo, a impressão bem-vinda de que a Mercedes certamente é uma ameça à elite já é mais do que a maioria esperava. Podemos não saber quanto combustível Rosberg estava carregando quando cravou sua volta em 1m20.1s, mas o fato é que a volta mais rápida na classificação para o GP da Espanha do ano passado foi mais de dois segundos mais lenta, 1m22.8s.

LOTUS

Junto com a Mercedes, a Lotus se mostrou como uma força emergente – ou pelo menos deu a impressão de que poderia ser uma força se curasse a dose de falta de confiabilidade que estava ameaçando se tornar crônica no final do segundo teste de Barcelona.

Apesar de a Lotus frequentemente ter impressionado quando estava na pista, o problema foi que o E21 não pareceu tão eficiente parado na garagem – que é onde ele passou uma quantidade preocupante de tempo em cada um dos três testes. O fato de Romain Grosjean ter admitido que estava se sentindo mal preparado para Melbourne, apesar de ter completado aproximadamente o dobro de voltas de Kimi Raikkonen, é uma indicação de quão pouca quilometragem a equipe alcançou comparada às suas rivais.

A preocupação com a falta de tempo de pista da Lotus se tornou particularmente aguda nos dois últimos dias dos testes de inverno, quando Kimi ficou doente no sábado e então não participou da última manhã por causa de uma falha na caixa de câmbio. Invernos menos do que perfeitos prejudicaram a equipe de Enstone anteriormente, mas apesar de o ritmo do E21 parecer bastante promissor, a única certeza é que a promessa do carro não será cumprida a menos que ele possa se tornar confiável.

WILLIAMS

Uma das equipes mais difíceis de decifrar. O FW35 foi o último, dos carros de 2013, a ser lançado e desde então suas performances na pista têm sido difíceis de ler, até mesmo para a própria equipe. Pastor Maldonado descreveu a última leva de melhorias como “muito diferente” e a pilotagem do carro como “completamente diferente”, quando comparado ao FW34.

Para aumentar as dificuldades, a Williams parece ter testado, em Barcelona, com o carro pesado em combustível. No entanto, Mark Hughes parece ter visto o bastante para classificar o FW35 como “o melhor do resto”.

SAUBER

Depois de fazer bonito em Jerez, a Sauber se escondeu um pouco em Barcelona, ficando fora dos holofotes e não marcando tempos que chamariam a atenção de todos. Depois de elogiar o comportamento do carro de sua nova equipe em curvas de alta velocidade, o piloto Nico Hulkenberg apontou alguns pontos fracos com o passar dos testes – dificuldades nas curvas de baixa e dificuldades no acerto em geral do carro.

Nem o alemão, nem Esteban Gutierrez conseguiram completar suas simulações de corridas, durante o último final de semana de testes, devido a problemas técnicos. Mas em geral, a equipe não parece alarmada, já que a Sauber foi a equipe que mais andou se levarmos em consideração todas as seções de testes desta pré-temporada. Ainda assim, a Sauber não demonstrou ter velocidade suficiente para incomodar as equipes de ponta.

FORCE INDIA

Depois de construir um carregador revolucionário e só aparecer com poucas melhorias para o treino de Barcelona, a Force India se encontra onde, teoricamente, deveria estar, isto é, no coração do pelotão intermediário, projetada para chegar ao Q2 mas a certa distância do Q3. Fora isso, fica difícil dizer mais alguma coisa. Como o pelotão intermediário parece estar bastante disputado, com equipes bem próximas umas das outras, a Force India deve ficar, em condições normais, entre 11° e 18°.

Mas, com a silenciosa reintegração de Adrian Sutil a equipe e o fato que tanto ele quanto Paul di resta conseguiram completar suas respectivas simulações de corridas em Barcelona, a Force India pode estar apostando na confiabilidade, que chega a ser tão importante quanto um bom ritmo, no começo da temporada.

TORO ROSSO

Depois de um mal campeonato em 2012, a Toro Rosso parece ter reencontrado o caminho certo. o STR8 deixou uma boa impressão, e ainda mais concreto são as reações muito positivas de Jean-Eric Vergne e Daniel Ricciardo no paddock. Os dois pilotos precisam mostrar serviço já que nenhum chegou a impressionar em 2012. No entanto, Daniel Ricciardo prega cuidado, dizendo que o carro ainda não está “no ponto”.

Mas, depois de passar 2012 brigando com a Marussia e a Caterham, a nova temporada deve começar vendo uma Toro Rosso capaz de brigar no pelotão intermediário  talvez até brigando esporadicamente por pontos.

MARUSSIA

Definitivamente, a equipe que parece ter dado o maior passo para frente. Para a F1 como um todo, o progresso da Marussia não parece muita coisa, mas pelo que foi visto durante os testes, apesar da confusão para ver quem seria o companheiro de Max Chilton, a equipe ultrapassou a Caterham na briga do final do grid. A quilometragem efetuada pela equipe, 4003 quilômetros, durante os testes de inverno já é um ganho de 4003 km em comparação ao  ano passado, quando a equipe falhou o “crashtest” e não participou dos testes.

Esses são passos pequenos, mas como diz o famoso ditado popular: “De grão em grão a galinha enche o papo”.

CATERHAM

Infelizmente, para a Caterham, um passo para a frente de uma equipe, significa um passo para trás para outra equipe. Com uma dupla de pilotos novata, uma nova base e um novo chefe de equipe, a Caterham parece estar em transição, e o começo da temporada 2013 deverá ser difícil para a equipe de Cyril Abiteboul. Várias melhorias ainda serão testadas no CT03, mas só serão implementadas no carro no começo da temporada européia. Serão 3 longos meses até lá.

 

LS - www.autoracing.com.br

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