Autoracing entrevista Ingo Hoffmann e sua relação de amor com Interlagos

Ingo lideram grid em Interlagos

Neste fim de semana, o Autódromo de Interlagos atingiu a marca história de 150 Grandes Prêmios realizados pela Stock Car na capital paulista.

Dentre vários pilotos vencendo no templo da velocidade, o rei da pista de Interlagos se chama Ingo Hoffman, que possui 12 títulos de campeão na Stock Car, e 26 vitórias somente no Autódromo de Interlagos, nas temporadas em que competiu nos anos de 1979 a 2008.

Em entrevista concedida ao Autoracing, Ingo falou sobre a importância de Interlagos, e relembrou as etapas da categoria brasileira que aconteceram em Portugal.

Autoracing: Com a Stock Car acelerando em Interlagos desde 1979, completamos, neste domingo (9/7), a marca de 150 GPs disputados pela categoria principal do automobilismo brasileiro no templo da velocidade. Qual a emoção de poder observar, de perto, esse momento histórico?

Ingo Hoffman – Primeiramente, é muito bom estar de volta ao Autódromo de Interlagos, principalmente por conta dos momentos que vivi aqui por conta da minha carreira. Foi neste autódromo que estreei em 1972, ao correr de fusca, e ganhei meu primeiro campeonato da Stock Car ao fim da temporada de 1980, junto com outras vitórias nos anos seguintes. Ao mesmo tempo é gratificante ver a categoria dando continuidade desde 2008 (quando me aposentei) na realização dos grandes prêmios aqui em Interlagos.

Autoracing: Além da Stock Car, o senhor correu aqui com a Fittipaldi. Quais são memórias que você possui dos anos de Formula 1 aqui no Autódromo de Interlagos?

Ingo Hoffman – Curiosamente essa fase da minha carreira foi objeto de muita reflexão nestes últimos dias, principalmente por conta da minha história com Interlagos. Disputei 02 grandes prêmios do Brasil (1976 e 1977) no traçado antigo de Interlagos, que compreendia um total de 7.960 quilômetros.

O traçado do Autódromo José Carlos Pace (Interlagos) era muito mais seletivo do que comparado atualmente, sendo assim tive a grande honra de ter participado de duas edições do GP Brasil antes da reforma de 1979, que mantendo um pouco do traçado original, reduziu-o para 4.309 quilômetros.

Autoracing: Você correu pela Stock Car ao longo de vários anos, principalmente em Interlagos, como você analisa as dificuldades dos pilotos de hoje em dia no traçado do Autódromo da capital paulista?

Ingo Hoffman – A pista antiga, que permaneceu praticamente inalterada entre 1940- 1989, era muito mais difícil. Nos dias de hoje, honestamente, não observo dificuldades nenhuma, no entanto tenho o conhecimento que os pilotos de hoje em dia conseguiriam andar tanto na pista nova que conhecemos (presente desde 1990), assim como na pista antiga, já que a categoria conta com pilotos de máxima excelência. Porém reitero que a pista antiga era bastante seletiva, prazerosa e de extrema dificuldade.

Autoracing: Em 2022 completou-se 40 anos da presença da Stock Car Brasil em Portugal, com duas etapas realizadas no Circuito do Estoril. Como que foi ver a categoria se expandindo para outros países? Lembrando que ela estará na Argentina agora na temporada de 2023.

Ingo Hoffman – Lá atrás, quando fizemos as etapas em Portugal em 1982, a Internacionalização da Stock Car foi uma coisa diferente, pelo fato que tínhamos um piloto português (Pedro Queirós Pereira) participando da categoria (assim como hoje tem o Matias Rossi).

O Queirós queria, talvez no momento de orgulho, mostrar para os amigos portugueses a Stock Car Brasil, na qual ele corria. Devido a esse interesse, o Pedro Queirós falou com Reynaldo Campello, e a categoria foi correr em Portugal, no entanto as etapas portuguesas não valeram para o campeonato daquele ano.

As únicas etapas internacionais que valeram, para as temporadas seguintes, foram em Buenos Aires. Inclusive, acabei por vencer uma das corridas lá na Argentina.

Jonathan Bianchini para o Autoracing