Aston Martin desce enquanto a McLaren sobe no grid da F1

Lance Stroll – Aston Martin

A Aston Martin foi a história positiva no paddock da F1 na temporada passada, mas a situação em Silverstone piorou significativamente.

Enquanto isso, a McLaren parece ter assumido o protagonismo de “caçadora de Red Bulls” nos dois últimos GPs.

Embora nunca seja fácil tirar conclusões dos testes de pré-temporada, o Autoracing publicou no começo de março que a Aston Martin era a quarta ou quinta equipe mais rápida brigando com o decepcionante Mercedes W15. Seis GPs depois, esta avaliação parece correta em relação ao AMR24 e ao W15. Fernando Alonso ocasionalmente deu à dupla Ferrari e McLaren algo com que se preocupar, mas o ritmo de corrida da Aston é um fator limitante. Apesar do salto incrível do ano passado durante o inverno europeu, a equipe caiu depois de atualizações equivocadas no segundo semestre de 2023 e enfrenta uma dura realidade em 2024.

É um exagero afirmar que a situação na Aston Martin é desastrosa. Eles ainda são uma equipe entre os cinco primeiros e mais atualizações serão introduzidas no GP de Ímola. Nesse sentido, ninguém sabe se mais atualizações vão levar o carro para frente ou para trás no grid.

Eles teriam uma perspectiva mais positiva caso houvesse a certeza que eles tinham entendido seu carro, o que não tem sido o caso. Nesta fase, há doze meses, a Aston Martin era a segunda equipe mais rápida. A Ferrari estava lutando contra a degradação extrema dos pneus, a McLaren não havia ‘achado’ seu carro, enquanto a Mercedes estava tão mal que foi forçada a voltar à prancheta após o primeiro GP.

Aston Martin não conseguiu capitalizar

Nestas condições, a Aston Martin estava na posição ideal para se estabelecer na frente. Infelizmente para Fernando Alonso e Lance Stroll, esta oportunidade não foi capitalizada.

Apesar de Dan Fallows – ex-assistente de Adrian Newey na Red Bull – ter insistido durante o inverno que a equipe aprendeu com seus erros, parece claro que isso ainda não aconteceu. Depois de passar quase seis meses tentando desfazer seus próprios erros, eles caíram para o quarto e agora quinto lugar entre os carros mais rápidos em 2024. Estão numa posição parecida com a da Mercedes, enquanto McLaren e Ferrari mostram trajetórias de desenvolvimento muito mais encorajadoras, principalmente a McLaren, que mostrou um ritmo de corrida alucinante em Miami com ambos os carros.

No último fim de semana, as atualizações da McLaren trouxeram uma melhora significativa no arrasto do MCL38 sem perder downforce. O carro foi muito mais competitivo em linha reta, eliminando uma das maiores fraquezas da equipe de Woking. O outro grande problema, que era nas curvas de baixa, também parece ter sido deixado para trás.

Ironicamente, a Aston Martin desenvolveu uma característica indesejada que conseguiu controlar na temporada passada. No início de 2023, o AMR23 mostrou um gerenciamento de pneus muito bom. Essa característica, aliada ao seu desempenho puro, era uma combinação mortal.

Este ano, a equipe sediada em Silverstone frequentemente experimenta uma grande queda nos pneus desde a classificação até o dia da corrida. O ritmo de uma volta também não é necessariamente espetacular, como evidenciado em Miami.

Embora a superfície única do circuito da Flórida possa ter desempenhado um papel, isso já vinha acontecendo nas pistas anteriores. A Aston Martin desperdiçou a oportunidade do ano passado de se tornar uma equipe regular de ponta e pressionar a Red Bull que – apesar de toda a sua excelência – parece ter sido atingida pelo crescimento gradual e contínuo da McLaren.

A próxima corrida de 2024 em Imola fornecerá algumas dicas sobre se a McLaren se estabelece como rival direta da Red Bull e se Aston pode subir de forma realista no grid novamente.