Ano de aprendizado rende dividendos para Lewis Hamilton

terça-feira, 20 de maio de 2014 às 18:41
Paddy Lowe e Lewis Hamilton

Paddy Lowe e Lewis Hamilton

Por: Corredor X

Lewis Hamilton juntou-se a Mercedes no ano passado e lutou durante toda a temporada para se adaptar ao acerto de carro da equipe, bem diferente daquele que estava acostumado na McLaren. Seus problemas iniciais geravam em torno de um carro que tinha um acerto básico para as tocadas de Michael Schumacher e Nico Rosberg. Não era raro vê-lo nas coletivas de imprensa aparentemente decepcionado com seu desempenho após treinos de classificação e corridas.

Naqueles típicos frenesis, a mídia levantava a hipótese de que ele estava mais uma vez “desfocado” e suas emoções estavam arruinando suas performances. Com a notícia de que este ano Lauda aconselhou o jovem piloto a se livrar de seu cachorro nas reuniões e se concentrar no trabalho, seria fácil acreditar que ele é uma pessoa maleável precisando de uma figura paternal para guiá-lo.

A verdade é que ele tem trabalhado duro ao longo dos últimos meses com os engenheiros da Mercedes para desenvolver o carro mais a seu gosto. “É um processo demorado. Michael tinha um estilo de condução diferente do meu. Ele exigia coisas diferentes, diferente posição de assento, diferente acerto do carro. Acho que Nico e Michael tinham uma mesma direção em relação ao equilíbrio do carro. Mas o meu é um pouco diferente e eu acho que nós chegamos hoje num acerto híbrido: o Nico cedeu um pouco, eu cedi um pouco e agora exigimos as mesmas coisas do carro.”

Um dos pontos fortes de Hamilton sempre foi sua modulação dos freios no momento em que termina o downforce gerado em alta velocidade e entra a aderência mecânica. No ano passado, ele lutou com esse aspecto mais do que qualquer outro. “Trabalhei no simulador no ano passado analisando os dados de quanta pressão você aplica no freio, a posição de pivô do freio, o cilindro mestre, material de freio diferente, realmente focando nas configurações de freio. Por exemplo, eu disse-lhes que precisávamos desenvolver melhor, dei-lhes uma ideia de software e eles acabaram desenvolvendo um software que eu uso e que me ajudou a chegar à migração do freio e todo esse tipo de coisa.”

“Sobre o acerto do carro, realmente trabalhamos duro nisso, porque eu gosto de um carro traseiro, mas está traseiro demais agora. No ano passado, eu estava muito desconfortável de modo geral e não compreendia alguns aspectos técnicos sobre o carro que Nico estava usando há anos. Ele sabia disso, por isso, muitas vezes nas reuniões eu não entendia exatamente o que ele estava falando. Lógico, ele usava isso como vantagem para ele mesmo. Então passei a estudar cada um dos aspectos para ter certeza de como usá-los a meu favor. Levou todo o ano passado para realmente entender e sentir cada aspecto do carro. No ano passado, as coisas foram acontecendo e eu não sentia o carro completamente debaixo de mim.”

Com Button afirmando recentemente que Hamilton gosta de fazer jogos mentais – característica que o próprio Button é muito adepto – a mera sugestão de uma vantagem para Rosberg é reveladora. O documento “secreto” que a Mercedes preparou para o GP da China para Nico estudar foi utilizado pela imprensa para “sensacionalizar” uma história que normalmente não seria manchete. Nenhuma menção foi feita desses documentos estarem disponíveis para Vettel estudar, quando ele falou que tinha que “examinar melhor” o ritmo de Ricciardo.

Mas a mídia – principalmente a inglesa – adora pegar no pé de Hamilton. Será que é porque ele vende?

AS - www.autoracing.com.br

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