Andretti nunca pensou que “teria de implorar” para entrar na F1

sexta-feira, 3 de maio de 2024 às 9:54

Michael Andretti

Michael Andretti não tem dúvidas de que acabará convencendo a Fórmula 1 de que sua equipe é digna de competir na categoria – mas ele nunca pensou que “teria de implorar” para atingir seu objetivo.

Andretti, junto com seu pai Mario e Eric Warren, diretor executivo da GM Motorsports Competition, se reunirão com Stefano Domenicali, CEO da F1, para uma segunda rodada de negociações durante o GP de Miami deste fim de semana após uma reunião inicial em Londres no mês passado.

As discussões seguem a decisão da F1 no final de janeiro de negar à Andretti uma vaga no grid, alegando não acreditar que a equipe seria competitiva apenas quatro meses depois da FIA ter aprovado sua inscrição por critérios técnicos e esportivos.

Andretti estava convencido de que, em parceria com a gigante automotiva General Motors, a F1 concordaria com sua oferta, apesar dos comentários negativos das 10 equipes atuais ao longo do ano passado de que um novo participante diluiria a premiação em dinheiro.

“Inicialmente, fomos informados pela F1 que seria difícil conseguirmos entrar, mas que se trouxéssemos uma fabricante, basicamente estaríamos dentro”, disse Andretti em uma entrevista ao New York Times.

“Infelizmente, as traves começaram a se mover um pouco, e acho que foi por causa da pressão das equipes. O grande problema foi quando elas começaram a reclamar”.

“Desde então, tem sido nosso trabalho mostrar que vamos trazer muito mais para a festa do que o pedaço da torta que vamos tirar”.

Andretti continua em ritmo acelerado. Até agora, cerca de 130 funcionários foram recrutados para trabalhar no projeto de F1.

Além disso, no mês passado uma fábrica no Reino Unido foi inaugurada em Silverstone para complementar o trabalho realizado em sua sede em Indianápolis.

Os testes em túnel de vento também estão sendo realizados nas antigas instalações da Toyota em Colônia.

“Não creio que as pessoas percebam o esforço que está sendo feito aqui, é isso que estamos trabalhando para mostrar, que é um esforço enorme”, acrescentou Andretti. “Será um esforço tão grande quanto o de qualquer grande fabricante atual da categoria”.

“Esta é uma verdadeira parceria com a GM. Eles não estão apenas fazendo o motor, mas também estão bastante envolvidos no desenvolvimento do chassi”.

“Já testamos peças no túnel de vento. Testamos o bico e fizemos o teste de colisão lateral. Há muitas coisas acontecendo e a GM está extremamente envolvida em tudo isso”.

Após a última rodada de negociações em Miami, Andretti está esperançoso de que a F1 dará uma resposta atualizada “nos próximos meses” enquanto busca ingressar no grid em 2026 usando uma UP cliente por dois anos antes da GM entrar na briga dois anos depois.

O fato do Congresso dos Estados Unidos agora estar apoiando Andretti e exigindo respostas de Domenicali adicionou uma mosca na sopa que só pode servir para consolidar a posição da F1 de que será intimidada, não importa o peso por trás do argumento.

Falando antes da intervenção do Congresso, Andretti disse: “Como eles viram o que estamos fazendo, acho que estão analisando de forma diferente. Espero que eles estejam vendo do jeito que estamos. Isso (as negociações recentes) pareceu definitivamente mais positivo”.

“Estamos construindo a equipe neste momento. Somos cerca de 120 pessoas. Como eu disse, temos um carro no túnel de vento, estamos projetando e a GM ligou o motor. Estamos prosseguindo como se fôssemos entrar”.

“Obviamente, quanto mais cedo tivermos uma resposta, melhor, porque há muitos outros bons talentos à margem que adorariam se juntar a nós, mas eles não vão desistir do seu trabalho a menos que saibam que estamos dentro com certeza”.

“Esse é o maior problema que temos, mas ainda sentimos que podemos facilmente estar prontos para 26 em nossa situação atual. Esperamos obter uma resposta mais cedo ou mais tarde. Nunca recebemos um não definitivo deles”.

Após uma carreira histórica como piloto e dono de equipe, Andretti comanda organizações na IndyCar, Fórmula E, Extreme E e Supercars da Austrália. Ele admite que atualmente está enfrentando sua batalha mais difícil.

“Não há dúvida sobre isso”, disse ele. “É uma luta que nunca pensei que teríamos de lutar, implorar para entrar na categoria, mas espero que o esforço valha a pena, e quando finalmente conseguirmos, será muito mais satisfatório e gratificante”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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