Andretti não desistiu da Fórmula 1

Mario e Michael Andretti com Zac Brown

A tradicional família Andretti ainda não desistiu de entrar na Fórmula 1 e se prepara para conseguir colocar uma equipe para participar na maior categoria do automobilismo mundial.

Falando no Any Driven Monday da Sky F1, Mario Andretti confirmou: “Posso dizer que estamos trabalhando nisso todos os dias e nosso objetivo é claro, forte e real. Estamos tentando atender a todos os pré-requisitos e passar por todos os protocolos.”

“Os objetivos continuam fortes como sempre. Neste momento posso dizer que gostaríamos de estar no grid em 2024 e há muito trabalho nos bastidores e preparação. Você ficaria surpreso com o quanto está acontecendo. E, novamente, só espero que a racionalidade prevaleça aqui.”

No mês passado, a Andretti Autosport revelou planos de expansão de USD 200 milhões para suas instalações de corrida em Indianápolis, com Michael anunciando que “serviria as funções comerciais globais da organização e a base de operações para os atuais programas da IndyCar , Indy Lights e IMSA da equipe e outros programas futuros de corrida”.

Enquanto a F1 voa para a América do Norte esta semana com uma equipe americana, a Haas, o espectro de uma 11ª equipe está flutuando pelo paddock desde que Michael Andretti e sua grande organização de corridas expressaram seu desejo de se juntar ao circo da F1.

Desprezo

Até agora, as equipes atuais da F1, excetuando-se a McLaren e a Alpine, não expressaram nenhuma boa vontade com os objetivos da Andretti. Pior, o CEO da Liberty, Stefano Domenicali, também não ‘mexeu um pauzinho sequer’ para que a F1 aceite a Andretti, pelo contrário.

No entanto, a decisão final nesse caso não é da Liberty Media ou das equipes, mas sim da FIA e seu presidente Mohammed Ben Sulayem, que decidirá se a Andretti Global estará de fato no grid, e a FIA deu aos americanos um plano de processos a serem seguidos.

Foi amplamente relatado como os Andretti foram recebidos com muito pouco entusiasmo no paddock da F1 quando fizeram lobby em Miami e em vários outros casos. As três principais equipes, Mercedes, Red Bull e Ferrari, chegaram a ser deselegantes com Michael Andretti, sequer o atendendo para conversar.

Questionado sobre o tratamento frio de seus futuros rivais, o campeão mundial de F1 de 1978, Mario disse: “É um pouco surpreendente e parte disso é decepcionante, obviamente, nesse nível. Mas, novamente, você sabe, as equipes, todas elas têm seus próprios objetivos.”

“Você precisa olhar para o quadro geral. Quero dizer, é um grande investimento no esporte e é a longo prazo, e não vejo por que isso não seria recebido melhor do que até agora”, disse Andretti.

Com três corridas acontecendo na próxima temporada nos EUA, o momento é mais do que propício para um piloto e equipe americanos levarem o esporte para o próximo nível, além da série Drive to Survive da Netflix.

Maior mercado do mundo

Andretti disse sobre o boom nos Estados Unidos: “O interesse cresceu imensamente no maior mercado do mundo (EUA), especialmente através da série Netflix que eu acho que mostra a F1 em profundidade. E isso é uma coisa linda. Então a F1 está desfrutando de uma grande bolha no momento.”

“Então, vamos alimentar a bolha, não vamos deixar que ela exploda de forma alguma, não que você saiba que isso aconteceria primeiro, mas você sabe, de repente, você terá três eventos de F1 genuínos neste país, o que é sem precedentes e para ter uma equipe americana completa, não acho que isso vá prejudicar a situação de forma alguma.”

“Deve ajudar no que diz respeito ao interesse, você sabe, apenas trazer muitos fãs de F1 que já estão aqui. Então, novamente, estamos olhando para algo que você conhece, egoisticamente, porque do meu ponto de vista, você sabe, não há nada que determine meu amor pela F1 de qualquer outra maneira possível.”

“Mas é por isso que só queremos estar lá. Queremos fazer parte e acho que não há nada de errado nisso”, declarou Andretti, de 82 anos.