Andando em Zandvoort antes da F1! (vídeos)

sexta-feira, 5 de junho de 2020 às 16:38

Zandvoort em reforma

Colaboração: Donato Campelo

Quando anunciaram o retorno da F1 nos Países Baixos, Holanda para maioria das pessoas, muitos pensaram no circuito de Assen, na cidade homônima, já que a infraestrutura da região não só é desenvolvida como Assen recebe a Moto GP e ainda Moto2 e Moto3 a anos consecutivos.

Porém, pouca gente ao redor do mundo sabe que o promotor do Dutch GP Jan Lammers é radicado em Zandvoort desde sempre e ainda é responsável pelo BMW Driving Exeperience em um espaço anexo ao circuito.

O problema que Zandvoort era ultrapassado, deveria passar por reformas extensas e uma grande modernização de infraestrutura. Só para se ter ideia o último GP por lá foi em 1985. Os holandeses correram contra o tempo, literalmente enfrentaram tempestades… diga-se de passagem não só climáticas, mas qualquer obra nos Países Baixos é sinônimo de crítica por parte dos ambientalistas, mesmo a construção de residências é complicadíssima quiçá de uma pista de corridas com carros poluentes.

No fim Jan Lammers costurou muito bem e minimizou rapidamente as polêmicas perante a imprensa, afinal a cobertura de um GP no país de Max Verstappen é promissora para todas.

O que ninguém esperava foi algo como o COVID 19. Adiaram, adiaram e finalmente (infelizmente também) cancelaram. Nada de Dutch GP neste ano.

Porém as regras de quarentena foram e continuam sendo relaxadas gradualmente, o que possibilitou um track day em Zandvoort. Era uma chance incrível para correr lá antes da F1.

Mas confesso que Zandvoort nunca me apeteceu, eu nunca tinha ido lá, mas não é muito difícil de ver o traçado no Google Maps e em vídeos. Mas no novo traçado, após a reforma, a coisa estava um pouco obscura… vídeos na chuva, improvisados. O melhor vídeo foi de Max Verstappen com uma Red Bull no novo traçado mas comparar um F1 com um carro de rua é impossível.

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O que deu para ver foram as duas curvas em relevé: curva Hugenholtz (curva 4) e a curva 15 e última do circuito, que muito antes de ser em relevé já era chamada de Arie Luyendyk. Uma justa homenagem ao “Holandês Voador” que agora fez ainda mais sentido. Minha máxima experiência foi na Parabólica da Granja Viana de kart… melhor que nada.

Eu vi categorias regionais antes da reforma e as áreas de escape são mínimas. A pista lembra uma característica do assassinado, Autódromo de Jacarepaguá no Rio, areia é uma constante já que fica na beira da praia. Perigo certo para meu humilde carro de rua de 18 anos de idade.

De qualquer forma topei o desafio e fui. Inscrição e capacete a postos lá fui eu… 250 km até lá.

Chegando lá eu só posso pensar: Onde eu fui amarrar meu burro?! O meu carro era o mais humilde. Por aqui os carros de rua e de pista só se diferenciam pela placa. Ou seja, cheio de carro de pista com placa para trafegar na rua.

Fora meu bólido, recém ingressado na maior idade, só havia 2 Porsche (um GT3 RS) e uma BMW e46 328 com pneus de rua. O restante era semi ou slick total.

Em pouco mais de um ano eu nunca havia acelerado com meu carro, e quando eu digo isso não estou falando de velocidade máxima e sim de fazer curvas rápido. Então, carro desconhecido, em pista desconhecida, com outros pilotos desconhecidos e com carros assustadoramente superiores.

Apesar de eu ter pensado em ir embora eu dei uma chance ao azar e caso eu visse algo mais acintoso eu pararia…

Chegou a hora. Tensão máxima e eu já erro a marcha na entrada da reta quase 7 mil giros… já passa um Subaru de time attack a milhão por mim… insano!!! Bandeira de pista escorregadia e logo depois bandeira vermelha, um outro Subaru WRX saiu da pista e sujou tudo. Veja o vídeo P1/4.

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A brincadeira recomeça e eu estava cheio de graça já, sem controle de tração, sem controle de estabilidade e é claro que eu quase bati. Errei a freada e para evitar a barreira de pneus eu entrei na brita… carro atolado e eu rezando para ninguém fazer o mesmo e bater na traseira do meu carro. O resgate foi rápido, mas a impressão é que levou entre 10 e 15 minutos… Resgate feito, mais uma bandeira vermelha, eu morto de vergonha e as rodas traseiras destruídas na brita. Veja o vídeo P2/4.

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Saímos novamente do box, mas a emoção não acaba. Um monte de brita vai caindo já na saída dos boxes e dessa vez eu iria deixar os auxílios ligados, mas o painel parecia uma árvore de natal de tanta luz piscando. O controle de tração entrava em acionamento a todo momento cortando todo desempenho.

O receio de uma colisão na traseira volta, desligo os auxílios o carro acorda e logo depois alarme de ABS acende e apita. Logo penso que a brita, além das rodas danificou algum sensor de rotação dos cubos. Nada demais, só que agora é sem ABS também e mais um red flag… agora vazaram óleo na pista. Veja o vídeo P3/4.

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Agora a última parte e melhor. Foi só curtir, pena que durou pouco.

Próxima brincadeira: Nurburgring!

Até lá!

Donato Campelo
Heerlen – Holanda

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