Alonso foi “longe demais” com Russell, dizem comentaristas

segunda-feira, 25 de março de 2024 às 9:29

Fernando Alonso e George Russell

Fernando Alonso foi “longe demais” ao “usar os cotovelos” nos momentos finais do GP da Austrália.

Essa é a opinião não apenas de comentaristas, mas também da FIA – cujos comissários deram três pontos de punição em sua superlicença de Fórmula 1 e 20 segundos pelo incidente assustador que efetivamente encerrou a corrida de Melbourne.

George Russell, da Mercedes, implorou no rádio pela bandeira vermelha depois de voltar para o traçado após um forte acidente – provavelmente causado por um brake-test de Alonso.

Amigo de longa data de Alonso e agora embaixador da Aston Martin, Pedro de la Rosa criticou a decisão dos comissários. “Eles não podem dizer aos pilotos como pilotar”, insistiu ele.

“Ninguém aqui freou deliberadamente. Fernando apenas defendeu sua posição, é o que um piloto de corrida faz. Russell deveria ter previsto que Fernando faria tudo o que pudesse para conseguir uma saída perfeita da curva 6 porque ele estava mais vulnerável na longa reta oposta”.

Entretanto, os comissários determinaram que o ato de Alonso de “tirar o pé, frear e reduzir marchas” mais de 100 metros antes do normal foi perigoso o suficiente para justificar a penalização.

Robert Doornbos, ex-piloto da Red Bull, disse ao Ziggo Sport que os comissários também não apreciaram a “performance digna de um Oscar” de Alonso ao culpar problemas técnicos pela maneira como fez a curva 6, que Russell chamou de “bizarra”.

“Se você der uma performance digna de um Oscar, gritando sobre a bateria e o pedal, mas não tiver esses problemas, a FIA viu isso e disse ‘você está falando besteira'”. disse ele.

“A FIA pediu os dados e viu que a taxa de aproximação foi enorme. Também não é a primeira vez que Alonso faz um brake-test um competidor. Um pouco de jogo duro faz parte, mas foi longe demais”.

Outro ex-piloto, Timo Glock, disse à Sky Deutschland: “Fernando está sempre usando os cotovelos. Acho que ele sabia exatamente o que estava fazendo”.

“Sua ideia era pegar Russell desprevenido, fazê-lo perder velocidade e então acelerar cedo para abrir um espaço. Mas foi tão extremo que Russell nem esperava. Alonso usa essas áreas cinzentas para ganhar vantagem”.

Alonso, por sua vez, defendeu sua atitude nas redes sociais. Ele insistiu que com seus “mais de 20 anos de experiência, com duelos épicos como Imola 2005 e 2006, Brasil 2023, mudar o traçado, sacrificar a velocidade de entrada para ter boas saídas faz parte da arte do automobilismo”.

Também constrangedor para Alonso é que ele é considerado um dos favoritos a substituir Lewis Hamilton na Mercedes no próximo ano.

“Eu não quero acusar Alonso de nada porque só assisti algumas voltas até agora”, declarou Toto Wolff, chefe da equipe, em Melbourne. “Mas na volta da batida de Russell, ele freou em um ponto onde não havia freado antes”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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