Alonso: F1 atual é menos “heroica”

Fernando Alonso

Fernando Alonso sente que a Fórmula 1 é menos “heroica” do que era quando estreou, com os carros sendo “mais fáceis” de pilotar.

O espanhol de 42 anos iniciou sua carreira na F1 em 2001, e seu contrato recentemente renovado com a Aston Martin vai até o final da temporada 2026, estendendo sua permanência na categoria para mais uma geração de carros.

Com a evolução da F1, que se tornou consideravelmente mais tecnológica desde a estreia de Alonso, os comentários do espanhol sugerem que ele não vê mais o “respeito” que sentiu naquela primeira temporada na Minardi.

“No bom sentido, é mais fácil para os pilotos desta geração guiar carros de F1”, disse o bicampeão mundial ao The Times.

“Antes era mais heroico. É um sentimento estranho, não triste, mas lembro que quando fiz minha estreia e vim para um evento, vi esse respeito por mim, eu era um dos heróis que pilotavam aqueles carros super velozes”.

“Agora, quando há um jovem piloto que estreia aos 16 ou 17 anos, parece que é mais fácil para todos. Perdemos um pouco daquela coisa heroica que tínhamos antes”.

Apesar da F1 depender de dados há muito tempo, um acesso cada vez maior a eles mudou a forma como as equipes e os pilotos abordam as corridas.

“Lembro que quando cheguei à F1 há 20 anos, o engenheiro não conseguiu me explicar nada sobre o carro”, afirmou Alonso. “Os pilotos deveriam saber como guiar o carro”.

Entrando em detalhes sobre o quanto a F1 está mais avançada em comparação com suas primeiras temporadas, ele destacou a importância da caminhada na pista.

É um ritual que está desaparecendo rapidamente, com alguns pilotos atuais confessando que nem sempre o fazem, como era habitual na quinta-feira antes de um fim de semana de corrida.

“Não tínhamos simuladores, então tive de aprender cada pista onde iria correr no dia anterior caminhando”, explicou ele.

“Agora, os pilotos estão muito bem preparados, têm 200-300 voltas no circuito onde vão correr, por isso conhecem perfeitamente cada ondulação, cada curva, cada zebra”.

“As equipes agora estão muito mais sofisticadas e podem dizer ao piloto como frear naquela curva, como aquecer os pneus, como se preparar para a classificação e como pilotar na corrida”.