Alain Prost: Todas as equipes em crise, exceto a Aston Martin

Alain Prost

Alain Prost, considerado no paddock de toda a F1 como um dos melhores pilotos de todos os tempos, disse que a grande maioria das equipes no grid está “em crise” no início da nova temporada.

Sempre aberto em dar sua opinião, o tetracampeão mundial e ex-chefe de equipe saiu atirando em todos em sua última coluna em no jornal francês L’Equipe.

Com exceção da Aston Martin, Prost, hoje com 68 anos, acredita que todas as equipes estão passando por uma “crise” de alguma equação.

Suas observações ocorreram na véspera da melhor corrida da temporada até agora na Austrália.

“É um início de temporada estranho. Para onde quer que você olhe, você pode ver que as coisas não está indo bem e que, de certa forma, já é uma crise. E uma crise em todos os níveis, seja você grande ou pequeno”, escreveu Prost,.

“Existem, é claro, as equipes de fábrica ou históricas que estão sofrendo, como a McLaren, que não apenas não está se reconstruindo, mas vem despencando.

“Há a Alpine, cuja recuperação ainda é muito lenta. Há a Mercedes, que persiste no seu conceito reconhecidamente inovador, mas que obviamente não funciona.”

Mesmo o líder do campeonato Red Bull não escapou da mira de Prost.

“Seu sistema de favorecer um único piloto, Max Verstappen, que funcionou tão bem, está mostrando seus primeiros sinais de falha”, opinou Prost. “Sergio Perez, agora consolidado na equipe, está descobrindo que pode vencer e não está mais disposto a fazer concessões para ficar.”

“Mesmo que a dominação da Red Bull continue, as próximas semanas serão cruciais para os atuais campeões mundiais. É claro que qualquer coisa pode rapidamente atrapalhar os trabalhos e que, mesmo no topo, uma crise nunca está longe.”

Sobre Ferrari e Aston Martin

Prost também discutiu sua ex-equipe Ferrari – que o demitiu após duas temporadas em 1991, quando criticou o carro chamando-o de caminhão – e a nomeação do compatriota Fred Vasseur como chefe da equipe.

A lenda do automobilismo francês acredita que vai demorar um pouco para que as coisas melhorem em Maranello.

“A Ferrari, ao decidir trazer sangue novo e uma cabeça nova, estrangeira ainda por cima, não tem hoje os resultados que gostaríamos para isso. E eles não chegarão imediatamente”, escreve Prost, que isentou apenas Aston Martin de seu rótulo ‘em crise’.

“No ano passado, decidiu traçar uma linha sob seu carro de 2022 e concordou em se reinventar. Primeiro, mudou os pilotos, sem pestanejar, de (Sebastian) Vettel para (Fernando) Alonso.

“Demorou para entender o que estava fazendo e agora está no topo, longe da crise que os outros estão passando. Uma lição para todas as outras equipes.”