Ainda não há necessidade de ordens de equipe, diz Ferrari

Mattia Binotto

Carlos Sainz ainda não está sendo rebaixado para um papel oficial de “número 2” em relação ao líder dominante do campeonato com a Ferrari, Charles Leclerc.

Entre Melbourne – um fim de semana horroroso para Sainz – e o acidente do espanhol no Q2 na classificação de sexta-feira em Imola, foi anunciado um novo contrato de dois anos com a Ferrari para o piloto de 27 anos.

E não há cláusula sobre ele ser o número 2, insiste o chefe Mattia Binotto. “Não, ambos têm o direito de se expressar da melhor forma possível”, disse ele ao jornal italiano Corriere della Sera.

Leclerc está 38 pontos à frente de Sainz no campeonato de pilotos, com a contagem da dupla garantindo que a Ferrari esteja bem à frente do pelotão na classificação das equipes.

“Neste momento, não há necessidade de ordens”, garantiu Binotto. “Sem o erro de Melbourne, Carlos estaria em segundo lugar no mundial. E se vencer, tira pontos de Verstappen, o verdadeiro rival”.

Quando solicitado a descrever a atual dupla de pilotagem da Ferrari, ele declarou: “Leclerc tem ombros largos – ele ocupa todo o circuito. Se ele está na liderança, é muito difícil vencê-lo. Ele é um mago nas disputas”.

“Carlos está trabalhando duro. Ele é um piloto rápido que gosta de analisar os dados. Ele sabe se adaptar e crescer e ainda precisa de tempo. Mas ele sempre chega lá”, acrescentou o dirigente.

Está claro que Leclerc é pelo menos o favorito de fato da Ferrari no momento, com Binotto dizendo que o desempenho em Melbourne o lembrou de seus dias de trabalho com Michael Schumacher.

“Às vezes parecia que eu estava revivendo aqueles bons tempos”, admitiu Binotto, 52 anos. “Faz muito tempo que não ganhávamos com tanta vantagem de desempenho. O que vejo é fome – não apenas o desejo de vencer corridas individuais ou até mesmo o campeonato mundial. Muito mais do que isso”.