Adrian Newey teme guerra de gastos na F1

domingo, 7 de fevereiro de 2016 às 10:20
Adrian Newey

Adrian Newey

O controverso sistema de fichas de desenvolvimento para os motores será banido a partir do próximo ano. Tal fato divide opiniões: ao mesmo tempo que permitirá que as fabricantes recuperem terreno mais facilmente, também trará uma inevitável “guerra de gastos”, tanto para quem quer se manter na frente como para quem quer se aproximar.

“Mais gastos, simples assim”, afirmou Adrian Newey, diretor técnico e lendário projetista da Red Bull. “Se você lembrar das reuniões dos grupos técnicos de trabalho em 2012/13, o acordo era de que os motores seriam congelados mas as equipes que estivessem atrás ainda seriam autorizadas a continuar desenvolvendo. Isso não aconteceu”.

“Assim torna-se um frenesi de gastos, os valores gastos pelas grandes fabricantes são muito elevados, e como empresas como a Renault não estão dispostas a gastar tanto dinheiro, as lacunas ficam maiores e não menores”, explicou ele, criticando por tabela a fornecedora da Red Bull.

As montadoras agora terão que reduzir o preço de suas unidades de potência para as equipes clientes. Mas, segundo Newey, deveriam fornecer também o mesmo equipamento, visando nivelar o grid.

“É muito curioso para mim esse conjunto de regras. A fabricante tem que fornecer o mesmo hardware para outras equipes, mas não tem qualquer obrigação de fornecer o mesmo software e, portanto, a mesma performance. As equipes clientes não podem reclamar porque o seu contrato não permite isso”, prosseguiu ele, que admite que a Renault é uma exceção à regra.

“Eles sempre deram as mesmas unidades de potência às suas equipes clientes, em todos os sentidos da palavra, incluindo software. É uma opção da Red Bull e da Renault continuarem juntas. O problema, claro, é que, se a Renault não for capaz de competir em gastos e desenvolvimento, estaremos em uma posição onde nem eles nem nós poderemos ser totalmente competitivos”, comentou o dirigente, que teme que os motores sigam ditando os resultados dos campeonatos.

“Você não pode fotografar um motor em sua parte interna. Então, se você tem uma vantagem, você pode mantê-la por algum tempo. Isso aconteceu com a Ferrari na última temporada: alguns engenheiros da Mercedes foram para lá e isso deu a eles um salto muito significativo em desempenho”, finalizou.

EB - www.autoracing.com.br

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