Adrian Newey conta detalhes da recuperação espantosa da Red Bull

Adrian Newey

Adrian Newey da Red Bull, falou sobre o estrago do relacionamento da equipe com a ex-parceira Renault, após aquela sequência inicial de sucesso de quatro anos e meio seguidos na Fórmula 1 com Sebastian Vettel.

Vettel conquistou quatro títulos consecutivos entre 2010 e 2013 nos últimos anos da era do motor V8 aspirado, com a Red Bull explorando o escape soprado e a Renault como um fator chave para o sucesso daquela tecnologia.

No entanto, o domínio da Red Bull acabou quando a Renault demorou para se adaptar às novas regras da UP híbrida V6 em 2014 e as duas partes seguiram caminhos separados no final de 2018, depois que o relacionamento se tornou cada vez pior.

Com a UP da Honda, a Red Bull encerrou uma espera de oito anos por um título quando Max Verstappen conquistou o título de 2021, com a equipe conquistando sua primeira dobradinha no campeonato de pilotos e construtores desde 2013 nesta temporada, com Verstappen e seu companheiro de equipe Sergio Perez vencendo impressionantes 17 de 22 corridas da temporada.

Refletindo sobre a rota da Red Bull de volta ao topo após uma temporada sem vitórias em 2015, Newey admitiu que a falta de progresso da Renault após um péssimo começo na era híbrida era difícil de lidar.

Em entrevista divulgada pela Red Bull, ele disse: “Os anos dos títulos de 2010 a 2013 foram todos com o Renault V8. Tínhamos um ótimo relacionamento com os engenheiros da Renault.”

“Acho que é justo dizer que eles não tinham o V8 mais potente, mas foi um produto que eles adaptaram para se adequar ao nosso carro – tínhamos alguns requisitos específicos, principalmente na maneira como usávamos o sistema de escape – e a Renault fez tudo para maximizar o que precisávamos do motor.”

Anos sombrios

“Então entramos na era híbrida e a Renault no primeiro ano não interpretou os regulamentos tão bem quanto a Mercedes, então ficamos muito atrás.”

“No primeiro ano, você aceita que todos nós cometemos erros – chassis, motor, novos regulamentos – você pode acertar, você pode errar. Eles entenderam errado.”

“E a UP de 2015 parecia, no mínimo, pior do que a de 14, foi um momento de bastante desilusão e então você percebe que em seu futuro previsível, se fizer um trabalho espetacular, poderá conseguir uma vitória aqui ou outra lá, mas você nunca vai ganhar um título.”

“Portanto, foi uma redefinição, com a qual acho que todos tivemos que aceitar, principalmente após aquele período de domínio no segundo semestre de 2009 e nas quatro temporadas subsequentes, que essa não seria nossa realidade no futuro previsível. ”

A Renault tem lutado para encontrar outra equipe cliente desde sua separação com a Red Bull, com a equipe Alpine, de propriedade da Renault, sendo a única equipe a competir com seus motores atualmente.

Ressurgimento da Red Bull é uma das grandes histórias da F1 moderna

Enquanto a Red Bull desfruta da glória de uma temporada absolutamente dominante de 2022, é incrível lembrar o quão perigoso seu lugar na Fórmula 1 pareceu por algumas semanas no outono europeu de 2015.

Mercedes ou da Ferrari não quiseram fornecer UP para a Red Bull e isso criou uma situação na qual e equipe austríaca enfrentou a perspectiva de não ter um motor para 2016.

Eventualmente, uma reaproximação com a Renault foi alcançada, mas mesmo os envolvidos não tinham a ilusão de que era um casamento de extrema conveniência.

Tendo acertado um acordo para 2018 para colocar a Honda em um período de teste na equipe B Toro Rosso, a própria mudança da Red Bull para o fabricante japonês foi anunciada na primeira oportunidade e, finalmente, com um motor que eles poderiam adaptar às suas necessidades específicas, eles subiram novamente com um ‘H’ no peito e um jovem piloto vibrante em Max Verstappen.

Não é exagero sugerir que a separação com a Renault – e a subsequente assinatura com a Honda – revitalizou completamente todo o programa da Red Bull na F1.

O fato de eles terem se levantado novamente, depois que sua primeira era dominante terminou abruptamente, contribui para uma das grandes histórias da F1 moderna.