A Fórmula 1 volta com mais do mesmo. Que ótimo!

segunda-feira, 6 de julho de 2020 às 12:24

Hamilton x Albon – Áustria 2020

Por: Bruno Aleixo

A Fórmula 1 está de volta. Depois de 7 meses de uma longa espera (a maior da história), a categoria voltou com um combo representado por: Mercedes muito à frente, RedBull com problemas mecânicos, Ferrari com dificuldades, uma punição absurda e uma corrida morna na maior parte do tempo, salva no final por meio da intervenção do Safety Car. Ou seja, nenhuma novidade. Mas, quem liga?

Depois de tanto tempo, só de termos carros na pista, já foi uma maravilha, né meu filho e minha filha? O grande lance da prova (embora a emissora oficial tenha optado por escolher a roda solta de Kimi Raikkonen !?!?! Bom, mas se pensarmos que o narrador da vez inventou um piloto chamado Gascoyne, então tá tudo bem…) foi mesmo o toque entre Lewis Hamilton e Alex Albon, quando o piloto da RedBull tentou ultrapassagem por fora. No penúltimo Safety Car, a equipe austríaca foi ligeira e chamou o tailandês para o box, optando por colocar os pneus mais macios. A Mercedes, sempre tão boa nas táticas, manteve seus pilotos na pista, assim como a Racing Point fez com Perez.

Depois da segunda relargada, faltando menos de quinze voltas, Albon iniciou aquele que parecia ser seu dia de glória. Primeiro jantou Perez, quando o mexicano errou na freada da curva três. Depois de uma nova intervenção do Mercedão prata, veio uma terceira relargada e Albon partiu para cima de Hamilton. Na primeira tentativa, o inglês se defendeu. Na segunda, tentou novamente colocar o Mercedão preto na linha de dentro, mas Albon, com mais tração e aderência, tomou a trajetória por fora. Quando parecia que ia passar, veio o toque. Alex rodou e caiu para último, abandonando depois com problemas mecânicos. E a FIA decidiu dar 5 segundos de punição a Hamilton, por considera-lo culpado pelo toque.

Vejam que coisa interessante. No sábado, o inglês teve sua melhor volta anulada depois de passar acelerando por um trecho com bandeira amarela (causada por Bottas). Pode-se discutir se a regra é justa ou não, mas ela existe e, nesse caso, foi descumprida. Não cabe interpretação. Já no domingo…

Desconheço uma manobra de ultrapassagem, valendo a segunda posição (e a vitória, pois é possível que Albon partisse para cima de Bottas), que não seja difícil. Se o piloto mais rápido quer passar, o da frente quer defender e não vai dar mais espaço que o necessário. Neste caso, na minha visão, foi o que fez Hamilton. Ele não jogou Albon pra fora, deixou um espaço mínimo, mas deixou. E os carros se tocaram. Culpa de Albon então? Não! Não é fácil passar Hamilton, o piloto da RedBull forçou, fez o que dava, mas não cabiam dois carros na mesma curva e o toque aconteceu. Não há que se falar em punição, na minha opinião.

Muito se falou sobre o fato de Albon ter sido afoito, pois teria o DRS disponível na volta seguinte. Isso é verdade, mas como ter essa cabeça fria se vendo mais rápido e em condições de passar antes da possibilidade de abertura da asa? Difícil condenar assim um piloto com apenas uma temporada completa de F1.

Mas a estreia da F1 não teve só isso. Teve também a performance magistral da McLaren e da Racing Point. No caso da equipe de Woking, convertida em resultado com o brilhante pódio conquistado por Lando Norris, garantido com uma melhor volta espetacular no último giro da corrida. Já o time de Lawrence Stroll, de forma incompreensível, optou por seguir a estratégia conservadora da Mercedes no final, mantendo Perez fora dos boxes, o que lhes custou um provável e espetacular pódio. Mas é uma equipe que vai dar trabalho.

E a Ferrari hein? Bom, a despeito de algumas previsões otimistas, de que o carro se sairia bem em ritmo de corrida, a verdade é que salvaram o pódio por causa dos Safety Cars no final. E Leclerc fez a diferença nesse quesito, realizando ultrapassagens precisas quando foi necessário. Já Vettel, bem, mais uma vez cometeu um erro de principiante. Dessa vez, uma tentativa de ultrapassagem daquelas que não se vê nem mesmo nas piores corridas de Kart Indoor (aquelas festas da firma de final de ano, sabe?). E, na realidade, os carros vermelhos sofreram para superar até mesmo as equipes médias, o que demonstra que a Ferrari andou muito para trás de 2020 para cá. Vai ser um ano sofrido para os italianos.

Bruno Aleixo
São Paulo – SP

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