A adaptação de Hamilton na Ferrari: freios, acerto e desafios da F1
quinta-feira, 7 de agosto de 2025 às 18:34
Lewis Hamilton – Ferrari 2025
A primeira metade da temporada 2025 não saiu como Lewis Hamilton e a equipe Ferrari esperavam. O heptacampeão frequentemente ficou atrás de Charles Leclerc, mostrando dificuldades na adaptação ao carro. O site italiano Formula Passion analisou a jornada de Hamilton até a pausa de verão, destacando os desafios do piloto com o SF-25. Ele ainda busca a sintonia ideal com o carro.
As maiores dificuldades de Hamilton surgiram na frenagem, um de seus pontos fortes na Mercedes. As diferenças de chassi, motor e freios entre as equipes explicam essa adaptação, que continua em andamento.
O primeiro problema
A primeira coisa estranha que Hamilton notou imediatamente em sua primeira volta em Fiorano ainda com o carro de 2024 foi o volante. Ele não é direto como todo carro de corrida, sobretudo um monoposto, exige. Ele tem um lag e alguns pontos neutros, ou seja, em algumas situações de pequenas correções, o volante simplesmente não responde aos pequenos comandos do piloto.
A Ferrari teria feito isso propositadamente para agradar Leclerc e Sainz, mas na verdade provavelmente não agradou nenhum dos dois. Hamilton – que perguntou: Que loucura é essa que vocês fizeram com o volante? em sua primeira impressão sobre o carro, quer um volante totalmente direto, assim como Leclerc. A Scuderia estaria trabalhando nisso ainda.
O estilo de pilotagem de Hamilton
Um tema muito debatido foi a semelhança entre os estilos de pilotagem de Hamilton e Leclerc, que poderia beneficiar a Ferrari. Enquanto Carlos Sainz sacrificava a entrada das curvas para melhorar a saída, Leclerc é mais agressivo na entrada. Embora Hamilton se aproxime mais do estilo de Leclerc, ele prefere uma traseira estável, ao contrário do monegasco que gosta de um carro com sobresterço para ajudar na rotação.
Isso ajuda a explicar os desafios de Hamilton com os carros de efeito solo, que são difíceis de equilibrar em altas e baixas velocidades. Além disso, uma diretriz técnica que reforçou a flexibilidade das asas dianteiras, no final de maio, aumentou o sobresterço em curvas rápidas, complicando ainda mais a situação do britânico.
A evolução do acerto do carro
Hamilton encontrou na Ferrari um carro diferente, mais voltado para a dianteira e com a traseira leve. Ele passou meses experimentando novas filosofias de acerto, mas percebeu que a estratégia de Leclerc era a única que fazia o carro funcionar. “Charles está na equipe há muito tempo e ajudou a desenvolver este carro”, disse Hamilton em Silverstone. “Ele encontrou uma maneira de fazê-lo funcionar. Tentei todas as outras abordagens, mas por algum motivo elas não funcionam. Aos poucos, fui me aproximando do método de Leclerc.”
Recentemente, a nova suspensão traseira ampliou a janela de operação do carro. As atualizações ofereceram mais opções de ajuste, sem a necessidade de configurações extremas. Apesar disso, os benefícios ainda não se refletiram em grandes resultados. A decisão de Hamilton no GP de Budapeste de usar uma asa traseira mais carregada que a de seu companheiro de equipe ilustra a dificuldade do piloto com a instabilidade da traseira.
O freio-motor e as modificações nos freios
A adaptação de Hamilton também envolve o software de gerenciamento do motor e o freio-motor, que ele nunca usou antes. A Ferrari adota configurações mais agressivas que a Mercedes, o que desestabiliza a traseira do carro. O britânico está ajustando seu estilo de pilotagem para se adaptar, enquanto trabalha com a equipe para suavizar a agressividade dos mapeamentos do motor.
Outra diferença notável são os freios. Na Mercedes, ele usava Carbone Industrie, enquanto a Ferrari utiliza Brembo. O tipo de freio influencia o curso do pedal, a modulação da mordia e a velocidade de atrito, aspectos que variam entre os sistemas. A Ferrari e a Brembo desenvolveram novos compostos para as pastilhas traseiras, que oferecem maior responsividade. Hamilton testou a novidade na Bélgica, dando feedback positivo após rodar numa freada na classificação.
Olhando para 2026
Hamilton e a equipe Ferrari trabalham juntos para encontrar a sintonia ideal de frenagem, ajustando o estilo de pilotagem e o carro. A esperança em Maranello é que o carro de 2026, com o fim da era do efeito solo, atenda melhor às preferências do piloto, já que ele nunca se sentiu totalmente confortável com essa tecnologia.
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