Mudanças de regulamento da Fórmula 1 trazem incertezas preocupantes
terça-feira, 30 de dezembro de 2025 às 13:40
Gary Anderson
A Fórmula 1 vai fazer em 2026 uma das mudanças de regulamento mais drásticas de sua história. Contudo, nem todos estão convencidos sobre o rumo da categoria. Com o fim da era do efeito solo, as atenções se voltam para 2026. Além disso, essa temporada trará mudanças radicais nos carros e nas unidades de potência (UP). No papel, a reformulação é ousada. Por outro lado, Gary Anderson teme que isso abra a caixa de Pandora. Ele foi diretor técnico da Jordan e da Jaguar.
Atualmente, a próxima geração de carros não parecerá revolucionária visualmente. Porém, Anderson acredita que os carros serão muito mais complexos e temperamentais. Consequentemente, eles serão muito mais difíceis de dominar. O esporte terminou 2025 com um dos grids mais competitivos da história moderna. Portanto, essa perspectiva por si só é preocupante. A preocupação do engenheiro não se baseia em nostalgia. Pelo contrário, ela se fundamenta em décadas de experiência projetando carros. Ele crê que a categoria pode ter superestimado seu próprio futuro.
Os riscos da nova aerodinâmica na Fórmula 1
O regulamento de 2026 descarta grande parte do aprendizado das equipes desde 2022. Por exemplo, o downforce do efeito solo será reduzido a quase zero. Isso levará os carros a buscarem assoalhos mais planos. Da mesma forma, as asas dianteiras se tornam mais estreitas e simples. Já as traseiras serão ligeiramente menores. Mas a principal mudança é a aerodinâmica ativa. De fato, esse sistema substitui o DRS por dois modos distintos. Haverá um modo para curvas e outro para retas.

Nas retas, ambas as asas reduzirão o arrasto de forma agressiva. Em teoria, isso permite ultrapassagens mais fáceis e altas velocidades. Na prática, Anderson prevê problemas técnicos. Especialmente quando isso for combinado com as novas unidades de potência. Ele alertou no jornal The Telegraph que esse regulamento pode não funcionar. Além disso, as equipes pode enfrentar problemas difíceis ao longo da temporada. Seu maior temor é a dispersão competitiva entre os carros.
Dessa forma, o grid compacto atual pode ser uma lembrança distante. Algumas equipes podem ficar três segundos atrás do ritmo ideal no primeiro GP. Afinal, o novo regulamento é excessivamente técnico e complicado. Essa diferença seria um retrocesso enorme para a F1. Em 2025, apenas 1,6 segundos separavam o mais lento no Q1 do mais rápido no Q3.
Desafios das unidades de potência sustentáveis
Anderson acredita que o verdadeiro perigo reside nas unidades de potência. Com efeito, a partir de 2026, os carros usarão combustível 100% sustentável. Eles perderão o MGU-H. O mais drástico é a dependência de energia elétrica. Ela representará quase metade da potência total. Sem dúvida, essa mudança corre o risco de comprometer a dirigibilidade. Mesmo agora, vemos carros raspando no asfalto no final da reta.
Isso significa falta de energia na bateria para gerar potência extra. Atualmente, os carros usam apenas 20% de energia elétrica. Como será com 50% de dependência? Para os pilotos, isso pode ser extremamente frustrante. Assim, é crucial dar ao piloto a potência quando ele precisa. Quando ele pisa no acelerador, ele quer potência máxima. Isso acontece em média entre 60% e 70% da volta. Por isso, esse pode ser o maior problema em 2026.
“Os pilotos podem perder o instinto nas saídas de curva.” Anderson teme que eles precisem fazer concessões na gestão de energia. Certamente isso diluirá o espetáculo das corridas. Além disso, a crítica mais contundente foca em como o sucesso será definido. “Os engenheiros nos bastidores poderão fazer mais diferença agora. Não serão os pilotos os protagonistas principais. Infelizmente, a FIA e a direção da categoria complicaram as coisas. Eles estão apenas multiplicando os problemas para todos”, continuou Anderson.
O futuro da competitividade entre cada equipe
O esporte corre o risco de se distanciar da influência dos pilotos. Igualmente, ele pode se aproximar de uma loteria técnica. Erros no início do ciclo podem assombrar a equipe por anos. Veremos erros que podem levar anos para serem corrigidos. Certamente levará tempo até que o grid esteja competitivo novamente. Anderson não está defendendo a estagnação total. No entanto, sua frustração reside na escala da mudança.
Ele defende que deveria ocorrer um aprimoramento do regulamento atual. Por exemplo, bastariam carros menores e mais leves. Diferenças maiores de desempenho entre pneus ajudariam a estratégia. Do mesmo modo, ajustes aerodinâmicos sutis reduziriam a sensibilidade à altura. Esses eram objetivos alcançáveis sem infringir as regras. Ele se mostra cético sobre a luta contra o ar sujo. Projéteis aerodinâmicos sempre criam turbulência de forma natural.
Não há como mudar esse fato físico. Em alguns anos, a categoria poderia volta à estaca zero. Assim, ficaria comprovado que isso é um desperdício de dinheiro. Os melhores engenheiros sempre encontram um jeito de contornar as regras. Existem rumores de que a Mercedes está na frente nas unidades de potência. Mas Anderson pede cautela aos analistas. É muito cedo para dizer qual equipe estará na frente. Pode demorar para vermos um grid competitivo como o de Abu Dhabi. Por fim, essa é a perspectiva mais preocupante.
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