Vasseur admite ter subestimado adaptação de Hamilton

Lewis Hamilton e Frederic Vasseur

Frederic Vasseur reconheceu que subestimou o tamanho do desafio enfrentado por Lewis Hamilton ao trocar a Mercedes pela Ferrari.

Segundo o chefe da equipe italiana, a mudança teve impacto direto na performance do britânico durante a temporada 2025 da Fórmula 1.

Inicialmente, o clima em Maranello era de otimismo. No entanto, ao longo do campeonato, os resultados não apareceram. Além disso, Hamilton passou todo o ano sem subir ao pódio, o que reforçou a sensação de frustração.

Quero ser VIP

Duas décadas de Mercedes tornaram a transição mais dura

Hamilton chegou à Ferrari após quase 20 anos vinculado à Mercedes. Primeiro, correu pela McLaren com motores alemães. Depois, construiu sua era vitoriosa na equipe oficial de Brackley.

Por isso, segundo Vasseur, o impacto foi maior do que o previsto. “Foi difícil para Lewis. E provavelmente dizer que foi difícil ainda é pouco”, afirmou o francês durante o balanço de fim de temporada da Ferrari.

Na sequência, Vasseur foi direto ao ponto. “Pessoalmente, eu subestimei esse passo. Não fazemos as coisas melhores ou piores. Fazemos apenas de maneira diferente”.

Além do carro, praticamente tudo mudou. O software era novo. Os componentes também. Da mesma forma, as pessoas ao redor de Hamilton eram diferentes. Portanto, a adaptação exigiu muito mais tempo.

Equilíbrio extremo do grid ampliou os problemas

Além da mudança estrutural, Vasseur destacou outro fator decisivo: as margens mínimas da temporada 2025. Nesse contexto, qualquer detalhe fora do lugar custava caro.

Hamilton terminou o campeonato 86 pontos atrás de Charles Leclerc no outro SF-25. Enquanto isso, não conseguiu alcançar o pódio em nenhum grande prêmio.

“Se você não está no controle de tudo, perde alguns centésimos. Hoje, isso é decisivo”, explicou.

Para ilustrar, Vasseur citou Abu Dhabi. Naquele fim de semana, apenas um décimo separou o quinto do 15º colocado no Q2. Assim, pequenas falhas se transformavam em grandes prejuízos.

Detalhes que definiram finais de semana inteiros

O dirigente também relembrou o GP da Hungria. Na classificação, Leclerc foi apenas um décimo mais rápido que Hamilton no Q2. Ainda assim, o monegasco garantiu a pole position. Já Hamilton acabou apenas em 11º no grid.

Segundo Vasseur, situações semelhantes se repetiram durante o ano. Como resultado, partes importantes da temporada se perderam por diferenças mínimas.

Sem desculpas, mas com lições claras

Apesar de todo o contexto, Vasseur fez questão de afastar qualquer justificativa. “Isso não é desculpa. Para vencer, você precisa estar à frente de todos”, afirmou.

Mesmo assim, ele reforçou que a Ferrari subestimou a mudança de cultura, além da troca de métodos, pessoas e processos.

No fim da temporada, houve progresso. Ainda assim, o francês destacou que o caminho foi árduo. “Voltamos a um ritmo decente em termos de colaboração e entendimento do carro, mas foi difícil”, concluiu.