Lando Norris: Não é justo eu pedir para Oscar me ajudar

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025 às 13:03

Lando Norris (centro) com Piastri e Verstappen

A disputa pelo título da F1 domina o noticiário desta semana. Lando Norris declarou que pedir a Oscar Piastri uma ajuda na acirrada disputa pelo título neste domingo “não seria uma pergunta justa”, enquanto a equipe tenta evitar que Max Verstappen assegure o campeonato. Contudo, ele sugeriu que ajudaria sem hesitar caso as posições estivessem invertidas. A corrida de domingo é o ápice da temporada.

Norris lidera o campeonato, mantendo uma margem de 12 pontos sobre Verstappen, da Red Bull, e 16 sobre Piastri, seu companheiro de equipe na McLaren, antes da corrida decisiva. A matemática é clara: Norris precisa apenas de uma P3 para conquistar o título. Além disso, ele pode garantir o campeonato com uma P4, desde que Verstappen não suba ao degrau mais alto do pódio. É uma equação complexa.

A McLaren manteve sua postura. A equipe insistiu que nenhum dos pilotos interferirá na corrida do outro, enquanto ambos possuírem chances matemáticas de vitória. Um cenário hipotético, no entanto, intensificou as especulações sobre a ação da equipe. Isso demonstra a importância do momento.

Caso Verstappen cruze a linha de chegada em P1, com Piastri em P2 ou P3 e Norris em P4, o piloto da Red Bull ganhará o campeonato. Contudo, Norris venceria o campeonato mundial se Piastri permitisse a ultrapassagem até o P3.

A delicada política interna da McLaren e as regras Papaya

Questionado sobre as implicações desta situação, Norris respondeu com franqueza. “Não, nós não discutimos isso. Sinceramente, eu adoraria que fosse o caso! Mas considero que não pediria porque… não sei… Depende do Oscar, percebe? Não creio que dependa necessariamente de mim.”

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Piastri, sentado ao lado de Norris durante a coletiva de imprensa da FIA, sorriu enquanto o colega britânico articulava sua resposta. Embora os dois pilotos tenham mantido um relacionamento harmonioso ao longo da temporada, persistem as especulações sobre o rigor da equipe em seguir a política interna. A McLaren apelida este código de “Regras Papaya”. Estas regras de corrida permitem que seus pilotos disputem a posição de forma tão livre quanto possível, garantindo que não haja prejuízo mútuo.

Um ponto de inflexão na resposta de Norris surgiu em seguida. Ele deixou implícito que facilitaria a conquista do título por Piastri, caso a dinâmica da corrida assim exigisse.

“Seria a mesma coisa se o cenário fosse inverso. Eu estaria disposto ou não?”, questionou Norris. “Pessoalmente, acredito que sim, pois sempre pensei assim; é o meu modus operandi. Mas a decisão não é minha e eu não farei tal pedido a ele.”

“Também não desejo perguntar porque não me parece uma questão justa. Ao mesmo tempo, se o Max vencer, e o resultado for esse, que seja. Parabéns a ele e foco total no próximo ano.”

“Se o Verstappen vencer, isso não altera absolutamente nada em minha vida. Ele merecerá a vitória, mais do que nós.” O piloto reconheceu o mérito do rival.

A jornalista Rachel Brookes, da Sky Sports F1, direcionou primariamente a questão a Norris. Quando o moderador Tom Clarkson, da FIA, subsequentemente questionou Piastri se ele acataria uma solicitação para ceder a posição, o australiano riu. Ele retrucou: “A Rachel perguntou isso ao Lando!”

Opiniões da gestão da equipe e George Russell sobre ordens

Após uma breve pausa reflexiva, Piastri complementou: “Nós não discutimos isso internamente. Dito isto, até que eu saiba o que esperam, não tenho como fornecer uma resposta. Eu preciso saber o que é esperado de mim.”

O chefe da McLaren, Andrea Stella, havia sinalizado que a equipe discutiria a questão das ordens como prioridade. Isso ocorreu logo após o GP do Catar, onde o erro estratégico desastroso da equipe colocou Verstappen próximo de uma improvável conquista antecipada do título.

Zak Brown, CEO da empresa, havia declarado anteriormente neste ano sua preferência em testemunhar Verstappen conquistar o título. Ele faria essa escolha a se desviar da política fundamental de permitir que seus pilotos corram livremente e em condições de igualdade. A filosofia da equipe é colocada à prova.

George Russell, piloto da Mercedes, questionado sobre o mesmo tema em uma coletiva de imprensa separada, foi enfático. Ele disse que Piastri ser instruído a abrir posição não seria “justo, aceitável ou razoável”. Tal manobra visaria auxiliar Norris na disputa pelo campeonato mundial.

“Eu não considero aceitável ou razoável solicitar a um piloto que ainda tem chances matemáticas na última corrida que ceda a posição para o seu companheiro de equipe”, afirmou Russell. “Isso não seria justo com ele.”

“Ambos os pilotos precisam ter uma chance real. Se um deles perder por conta dessa política, é preciso simplesmente reconhecer que o outro piloto [Verstappen] executou um trabalho superior.”

“Em outras temporadas, como no caso de Checo [Perez] e Max na Red Bull, ou [Rubens] Barrichello e [Michael] Schumacher na Ferrari – quando um piloto está claramente na briga pelo campeonato na corrida final e o outro já não possui chances – então, sim, considero que seria razoável fazer esse pedido.”

AS - www.autoracing.com.br

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