Adrian Newey nomeado chefe de equipe da Aston Martin

quarta-feira, 26 de novembro de 2025 às 17:23

Adrian Newey – Chefe de equipe Aston Martin

Adrian Newey foi nomeado chefe da equipe Aston Martin de Fórmula 1 para a temporada de 2026, numa decisão surpreendente, para não dizer chocante. Newey nunca foi chefe de equipe em mais de 4 décadas trabalhando na Fórmula 1.

Newey sempre foi considerado um engenheiro absolutamente genial, mas detentor de uma personalidade introvertida, que evita discussões e não gosta de mandar.

Após a realização do GP de Las Vegas, surgiram intensos rumores indicando que a Aston Martin estaria avaliando a substituição de Andy Cowell. A imprensa especializada cotou Christian Horner, Andreas Seidl e Mattia Binotto para a posição de Cowell. No entanto, o proprietário Lawrence Stroll descartou Christian Horner de forma imediata. Ele não se manifestou sobre os demais nomes. Antes da corrida no Catar, a equipe emitiu um comunicado oficial. Nele, anunciou-se que Newey assumiria o posto de chefe de equipe a partir do próximo campeonato, gerando grande burburinho no paddock.

Movimentos estratégicos e a função de Cowell

Cowell, por sua vez, assumirá a função de Diretor de Estratégia. Essa mudança visa garantir que a Aston Martin consiga otimizar as parcerias técnicas estabelecidas entre a equipe, a Honda, a Aramco e a Valvoline. Ele também trabalhará em íntima colaboração com os parceiros da equipe para assegurar a integração perfeita da nova unidade de potência (UP), do combustível e do chassi do novo carro.

Ao comentar sobre a notícia, Newey declarou: “Nos últimos nove meses, testemunhei um talento individual significativo dentro da nossa organização.” Ele complementou: “Estou ansioso para abraçar essa responsabilidade adicional, enquanto nos posicionamos da melhor maneira possível para competir em 2026. Naquele momento, enfrentaremos um cenário regulatório completamente novo. A Aston Martin estará operando como equipe de fábrica da Honda. Além disso, teremos o considerável desafio imposto pelo novo regulamento técnico da Fórmula 1.”

O desafio de 2026 e o investimento de Stroll

Cowell acrescentou: “Implementamos alterações estruturais extremamente necessárias durante a transição para uma operação de equipe de fábrica completa. Estabelecemos as bases necessárias para Adrian e para toda a estrutura. Este é o momento apropriado para que eu assuma uma função distinta como Diretor de Estratégia.” Ele detalhou ainda: “Nesta nova atribuição, auxiliarei a otimizar a parceria técnica entre a equipe, a Honda, a Aramco e a Valvoline. Minha tarefa será garantir a integração perfeita da nova unidade de potência, do combustível e do chassi do carro.”

A Aston Martin almeja desenvolver um carro verdadeiramente capaz de vencer corridas no ano de 2026. O proprietário Lawrence Stroll já investiu grandes somas desde que assumiu o controle da operação. Desde a modernização de sua sede em Silverstone até a contratação de Newey como principal sócio técnico, a Aston Martin está realizando uma preparação intensiva para a próxima era do regulamento.

Desempenho recente e análise de risco

Desde a aquisição por Stroll, a Aston Martin não finalizou nenhuma temporada acima da quinta colocação no campeonato de construtores. A melhor performance da equipe ocorreu em 2023, ano em que Fernando Alonso conquistou alguns pódios. A presença de Cowell no departamento de motores da Aston Martin pode ser exatamente a peça que faltava para o desenvolvimento da equipe. Isso ocorre enquanto Adrian Newey lidera o departamento de design e também gerencia as operações da equipe nas pistas.

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Toto Wolff, líder de outra equipe de ponta, disse à Sky Sports que “a liderança de Andy na HPP da Mercedes foi um fator crucial para o nosso sucesso no campeonato nas últimas temporadas.” Acrescentou que “Ele deu uma contribuição excepcional ao nosso legado no automobilismo. Valorizo e aprecio nossa relação de trabalho desde 2013. Tenho certeza de que ele alcançará grande sucesso no próximo desafio que decidir encarar.”

Dinâmicas internas e a questão da sobrecarga

Contudo, a situação não é totalmente tranquila. Há relatos de que Newey e Cowell tiveram desentendimentos por diversas razões, inclusive a saída do engenheiro Eric Blandin. Se a Aston Martin desejar evitar a repetição de atritos internos, a contratação de Horner teria sido uma decisão equivocada.

Embora Horner e Newey não tenham se manifestado publicamente após a saída de Newey da Red Bull, existem fortes indícios de que Newey não deseja mais trabalhar sob a liderança de Horner. Por isso, Lawrence Stroll agiu para evitar qualquer conflito potencial que pudesse desestabilizar a organização.

A saída de Cowell do cargo de chefe de equipe pode não parecer positiva em uma análise superficial. No entanto, a transição para uma função focada na área de unidades de potência pode ser precisamente o ajuste necessário para o projeto da Aston Martin.

Resta a questão crucial de se Adrian Newey não ficará excessivamente sobrecarregado. Ele acumulará a função de chefe de equipe com a responsabilidade de ser o principal cérebro técnico da Aston Martin F1. Pode dar muito certo, mas também pode ser um “tiro no pé” a médio prazo.

AS - www.autoracing.com.br

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