Adrian Newey recorre a especialista em simuladores para a Aston Martin
terça-feira, 4 de novembro de 2025 às 14:03
Simulador da Aston Martin
A Aston Martin recorre ao especialista em simulador da Ferrari enquanto Adrian Newey pressiona por uma reformulação do mundo virtual, conforme publicado pelo The Fastest Lap.
A equipe Aston Martin buscou inspiração na antiga estratégia da Ferrari para resolver um problema bem atual. Assim, Marco Fainello, o engenheiro que ajudou a desenvolver a capacidade de simulação da equipe de Maranello durante a era Schumacher, juntou-se à Aston Martin como consultor. Ele, portanto, reforça justamente a área que Adrian Newey havia destacado publicamente no início deste ano.
Newey chegou em março como sócio técnico e acionista, fazendo sua primeira aparição em um fim de semana de corrida com a camisa verde em Mônaco. Nesse sentido, o projetista não escondeu o que encontrou nos bastidores da Aston Martin.
“É justo dizer que algumas de nossas ferramentas são deficientes”, disse ele na ocasião. De fato, o simulador com os pilotos no circuito precisa de muito trabalho, porque não está apresentando nenhuma correlação no momento, o que é uma ferramenta fundamental. Contudo, a solução pode levar até dois anos.”
A revolução do simulador de Aston Martin e o prazo de 2026
Dois anos é um luxo que a Fórmula 1 raramente oferece, especialmente com a reformulação das regras em 2026 se aproximando rapidamente. Por isso, a Aston Martin tem contratado como uma equipe com prazo definido. Por exemplo, Giles Wood, que trabalhou com Newey na McLaren e na Red Bull antes de uma passagem pela Apple, retornou no verão europeu passado como diretor de simulação e modelagem de veículos. Enrico Cardile veio da Ferrari para se tornar diretor técnico. Além disso, Nick Roberts, um estrategista experiente que trabalhou recentemente na Racing Bulls, deve retornar após o período de quarentena a tempo para 2026.
A contratação de Fainello é o sinal mais claro até agora de que a Aston Martin está tratando a simulação como algo primordial em seu projeto para 2026. O executivo de 61 anos não busca holofotes, entretanto, sua influência é evidente na ascensão da Ferrari no final dos anos 90 e início dos anos 2000. De início, ele ingressou na empresa em 1995, liderou a área de dinâmica veicular de 1997 a 2004 e ajudou a inaugurar o primeiro simulador da Ferrari. Esse foi o tipo de trabalho fundamental que transforma instinto em processo e processo em títulos. Posteriormente, após passagens por carros de rua e corridas de GT, ele deixou Maranello no final de 2016. Atualmente, ele está de volta à F1 e foi recomendado por Cardile. Em outras palavras, isso demonstra o quão bem a Aston Martin está alinhando suas peças.
O imperativo da correlação para o AMR26
O fato é que Newey quer que o mundo virtual corresponda ao real, e rápido. Sob o regulamento de 2026 — 50% de eletrificação, combustíveis totalmente sustentáveis e aerodinâmica ativa — os vencedores não serão apenas as equipes com as melhores ideias. Portanto, serão aquelas que conseguirem iterá-las com segurança e rapidez em um simulador antes de investir em fibra de carbono. Se, por acaso, o simulador de direção não “falar” a mesma língua que o carro, cada decisão custará tempo, dinheiro e títulos.
É aí que o trio Newey-Fainello-Wood entra em jogo. É uma mistura de conceito, metodologia e execução, criada para aprimorar a correlação. A ideia é modelar o carro com precisão, ensinar o simulador a capturar as peculiaridades e transformar o feedback de Fernando Alonso e Lance Stroll em dados que realmente apontem para o caminho certo. Em suma, feche esse ciclo e o desenvolvimento avança. Caso contrário, você ficará perseguindo fantasmas.
Estratégia e o fator Alonso: a chave para 2026
O primeiro carro totalmente novo de Newey na cor verde será o AMR26. Percebe-se que ele está orquestrando a transição para os motores Honda com o mesmo cuidado. A parceria da Aston Martin com a Honda começa na próxima temporada, sob o novo regulamento. Assim sendo, integrar uma nova filosofia de motor (UP) com aerodinâmica ativa é exatamente o tipo de problema multidimensional onde a simulação reduz os riscos. O chefe de aerodinâmica não pode resolver isso sozinho. Logo, a equipe de simulação precisa ser confiável o suficiente e rápida o suficiente para ser o coração da fábrica.
O cronograma é brutal? Certamente. O próprio Newey disse que as ferramentas podem levar dois anos. Entretanto, o calendário oferece cerca de 18 meses entre o choque de realidade em Mônaco e a primeira etapa de 2026. Consequentemente, isso parece uma revolução que começa na fábrica, tanto quanto um projeto de carro.
Fortalecer a equipe de simulação, trazer um peso-pesado para definir o processo, integrá-lo sob a liderança de um diretor de tecnologia que conheça a estratégia de Fainello e dar à equipe de corrida um estrategista que já esteja pensando nos cenários de 2026. Em conclusão, isso não é um luxo. É necessário.
O impacto das novas contratações na liderança
O fator intangível aqui é o vínculo com o piloto. A habilidade de Alonso em moldar o desenvolvimento com feedback preciso e específico é bem conhecida, apesar de sua idade atual. Por conseguinte, se há um piloto que você gostaria que liderasse o trabalho de correlação durante uma reformulação das regras, espera-se que seja o bicampeão. Newey tem sido seletivo com suas visitas à pista este ano. Aliás, quando ele está na garagem, essas conversas definem a lista de tarefas tanto quanto qualquer simulação de CFD.
A Aston Martin passou as últimas duas temporadas se aproximando da liderança, mas sem conseguir conquistá-la. As contratações de Cardile, Wood, Roberts e agora Fainello sugerem uma organização sendo reconstruída para suportar o tipo de agressividade técnica que Newey tanto aprecia. O carro receberá toda a atenção em 2026. Afinal, a verdadeira história acontece no simulador, onde cada décimo de segundo será conquistado duas vezes: uma na tela e outra no domingo.
O tempo está cada vez mais curto. Portanto, se Fainello e sua equipe conseguirem fazer o simulador funcionar em perfeita sintonia com o AMR26, o ano de 2026 da Aston Martin não será apenas sobre um novo motor e um novo conjunto de regras. Pode ser o ano em que seus processos finalmente se movem tão rápido quanto sua ambição.
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