FIA enfrenta processo que ameaça eleição presidencial

quinta-feira, 30 de outubro de 2025 às 9:12

Laura Villars

A FIA enfrenta um momento delicado. Poucas semanas antes da eleição presidencial de dezembro, a federação foi processada pela suíço-francesa Laura Villars, ex-pilota e empresária.

A ação judicial apresentada na França acusa o novo sistema de votação de impedir a concorrência contra o atual presidente Mohammed Ben Sulayem.

Villars, de 28 anos, entrou com o pedido no Tribunal de Justiça de Paris, solicitando que a eleição marcada para 12 de dezembro no Uzbequistão seja suspensa.

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Segundo ela, as mudanças aprovadas em junho transformaram o processo eleitoral em algo injusto e excludente, já que tornam praticamente impossível o registro de uma candidatura alternativa.

Regras sob contestação

As novas regras exigem que cada candidato apresente uma lista com sete vice-presidentes, representando todas as regiões da FIA.

No entanto, há apenas uma representante elegível da América do Sul: Fabiana Ecclestone, esposa de Bernie Ecclestone, ex-chefe da Fórmula 1.

Como ela já declarou apoio à reeleição de Ben Sulayem, nenhuma outra chapa poderia cumprir o requisito.

“Nessas condições, nenhuma lista concorrente pode incluir um vice-presidente sul-americano”, afirmou Villars no processo, chamando o regulamento de uma “violação dos princípios de democracia e pluralismo da FIA”.

Em seguida, ela fez questão de ressaltar que não está atacando a instituição, mas tentando protegê-la. “A democracia não ameaça a FIA – pelo contrário, ela é sua força”, declarou à AFP.

Audiência marcada e novas reações

Além disso, o advogado de Villars, Robin Binsard, confirmou que o pedido de urgência foi aceito. Segundo ele, o processo revela “graves falhas democráticas dentro da FIA”. A audiência preliminar está marcada para 10 de novembro.

Logo após o anúncio, outros nomes ligados ao automobilismo também se pronunciaram. Entre eles, Tim Mayer, ex-comissário da FIA e filho do cofundador da McLaren, Teddy Mayer. Ele havia retirado sua candidatura no início do mês, apontando o mesmo problema.

“O processo da FIA favorece demais o atual presidente”, disse. Em tom crítico, completou: “É uma corrida de um cavalo só – uma ilusão de democracia”.

Federação mantém silêncio, mas crise cresce

De acordo com RMC e AFP, a FIA recusou-se a comentar o caso, citando o andamento do processo judicial. Mesmo assim, a pressão interna aumenta a cada semana.

Além dessa ação, a entidade que comanda a F1 enfrenta outro processo criminal movido por Susie Wolff, chefe da F1 Academy, que acusa a FIA de má conduta na investigação de conflito de interesses realizada no ano passado.

Assim, o clima nos bastidores da organização torna-se cada vez mais tenso. Embora o julgamento ainda vá acontecer, muitos já veem o caso de Villars como um divisor de águas no futuro político da FIA.

 

LS - www.autoracing.com.br

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