FIA enfrenta duras críticas após o GP da Cidade do México
terça-feira, 28 de outubro de 2025 às 9:25
Liam Lawson
A Fórmula 1 viveu um domingo cheio de tensão, drama e confusão na Cidade do México.
Pilotos, chefes de equipe e analistas criticaram duramente a FIA por decisões incoerentes, falhas de segurança e uma sequência de erros que, mais uma vez, revelou problemas sérios na direção de prova.
Liam Lawson e o susto que paralisou o paddock
O episódio mais assustador ocorreu quando Liam Lawson quase atropelou fiscais que correram pela pista sem aviso prévio. O neozelandês reagiu no rádio, completamente atônito.

“Meu Deus, estão brincando comigo? Eu poderia tê-los matado!” gritou o piloto da Racing Bulls, indignado.
Pouco depois, a FIA tentou justificar o episódio em um comunicado oficial.
“Assim que percebemos que Lawson havia parado nos boxes, cancelamos a liberação dos fiscais e mostramos bandeiras amarelas duplas. Ainda investigamos o que aconteceu em seguida”.
Mesmo assim, a resposta não convenceu. Pelo contrário, provocou uma reação imediata dentro do paddock. Muitos criticaram a falta de coordenação e lembraram que, em um esporte obcecado por segurança, erros desse tipo simplesmente não deveriam acontecer.
Além disso, o caso reacendeu o debate sobre os protocolos de pista, que – segundo pilotos – continuam confusos e lentos.
VSC revolta pilotos e fãs no fim da corrida
A situação piorou mais tarde. A direção de prova acionou o safety car virtual (VSC) a apenas duas voltas do final, exatamente quando Max Verstappen pressionava Charles Leclerc pela segunda posição.
De acordo com a FIA, o acionamento ocorreu por causa do carro de Carlos Sainz, que soltava fumaça após uma rodada. No entanto, as câmeras mostraram o espanhol da Williams já seguro atrás das barreiras, o que tornou a decisão ainda mais polêmica.
O consultor da Red Bull, Helmut Marko, ironizou a situação: “Um presente de despedida tardio de Sainz para a Ferrari”.
Mesmo com a ironia, a FIA insistiu na defesa. “Sempre que fiscais entram na pista para remover um carro, precisamos neutralizar a corrida. Por isso, acionamos o VSC até o veículo ficar totalmente seguro”.
Ainda assim, o argumento não convenceu. As câmeras aéreas flagraram Sainz manobrando sozinho atrás das barreiras, o que gerou mais desconfiança. Mais tarde, a FIA publicou uma imagem tentando provar que o carro ainda estava parcialmente exposto, mas o estrago na credibilidade já era irreversível.
Albers critica duramente: “A decisão arruinou o final da corrida”
O ex-piloto Christijan Albers foi direto ao ponto: “A decisão arruinou o final da corrida. O público quer ver disputa na última volta, não uma neutralização sem sentido. Chega dessas desculpas da FIA”.
Além disso, ele classificou como absurda a justificativa sobre a fumaça. “Todo carro de F1 solta fumaça quando é desligado. Só o caso de Lawson realmente merecia um safety car”.
Em seguida, Albers apontou um padrão preocupante. “Qual corrida nesta temporada a FIA conduziu bem? Eles nunca admitem erro. Em vez disso, preferem relatórios longos e punições incoerentes. É frustrante”.
O holandês ainda destacou que a federação possui recursos gigantescos, mas continua repetindo falhas básicas. “Um esporte que movimenta bilhões não pode aceitar esse tipo de erro”.
Pilotos perdem a paciência com a FIA
A irritação se espalhou rapidamente pelo paddock. George Russell, por exemplo, classificou a largada como “uma bagunça completa”.
“Quem cortou curvas saiu impune. No fim, quem seguiu as regras saiu prejudicado”.
Na Aston Martin, o chefe Mike Krack revelou que Fernando Alonso ficou furioso com a falta de consistência.
“Na curva 1, cada um faz o que quer. Entendo o medo da FIA de errar, mas o padrão muda a cada circuito. É impossível aceitar isso”.
O próprio Alonso respondeu de forma sarcástica: “Agora cortar curvas é permitido, certo? Evitar contato é uma coisa, mas ganhar três posições assim é demais. Vamos fazer o mesmo na próxima”.
Enquanto isso, Lewis Hamilton também não escondeu a revolta. Punido por uma manobra semelhante à de Max Verstappen, o heptacampeão foi enfático: “Existe um duplo padrão claro. Todo mundo vê isso. É revoltante”.
Por sua vez, Frederic Vasseur, chefe da Ferrari, reforçou a crítica: “A direção de prova falhou. Aqueles 10 segundos nos custaram o quarto lugar. A FIA precisa entender o impacto de cada decisão”.
FIA enfrenta um problema estrutural
No fim, Albers resumiu o sentimento geral com clareza. “Toda corrida traz confusão, demora e contradição. Isso não é bom o suficiente para a F1”.
De fato, o GP da Cidade do México deixou evidente o que muitos já afirmavam há meses: a FIA perdeu o controle da consistência nas decisões. Enquanto a entidade continuar ignorando os próprios erros, a confiança dos pilotos – e também dos fãs – continuará se deteriorando.
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