McLaren voltou a dominar a Fórmula 1?

segunda-feira, 27 de outubro de 2025 às 20:41

McLaren – Lando Norris e Oscar Piastri

Lando Norris, da McLaren, voltou a dominar a F1 no GP do México, demonstrando que o MCL39 tinha mais potencial a ser extraído do que muitos acreditavam. Será o suficiente para o título0 de pilotos? Veremos.

O fim de semana do GP do México pode ser claramente considerado um dos melhores da carreira de Norris. Afinal, ele dominou completamente a classificação e a corrida, da largada à bandeirada.

A McLaren também recuperou a competitividade do MCL39 após vários GPs difíceis. Os desempenhos decepcionantes depois das férias de agosto mostraram que o MCL39 não era mais o carro mais rápido do grid. No entanto, as condições e o traçado do México contaram uma história diferente. A McLaren mexeu e reencontrou as grandes qualidades do carro. Isso incluía resfriamento e gerenciamento de pneus, especialmente em superfícies escorregadias e em condições de calor.

O desempenho no GP do México é um grande alívio para toda a equipe. Agora, eles sabem que ainda podem lutar por vitórias e, consequentemente, pelo título. Isso ocorre mesmo após terem interrompido o desenvolvimento do carro no final de julho. Portanto, o foco atual da equipe está no carro de 2026.

Consequentemente, a previsão deve se confirmar: a McLaren não trará mais atualizações significativas para o carro neste ano. Apenas as atualizações já previstas, que as equipes levam para cada tipo de pista, serão implementadas.

Este aspecto foi dito pelo chefe da equipe, Andrea Stella, logo após a classificação, em entrevista à imprensa: “Depois de algumas corridas em que tivemos hesitações, possivelmente sem conseguirmos maximizar o potencial disponível no carro, então aqui nos reagrupamos e tentamos garantir que poderíamos otimizar muito. Isso vale do ponto de vista do acerto do carro e das especificações do carro, para torná-lo o mais rápido possível.”

A chegada ao México e a vantagem técnica do MCL39

Do ponto de vista técnico, a McLaren chegou ao México sem nenhuma atualização nova em seu carro. Além disso, o nível de downforce era muito semelhante ao adotado para o GP dos EUA.

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Outro aspecto bastante interessante foi a dimensão do sistema de arrefecimento do MCL39. Este se destacou em comparação com o dos carros rivais. O design do sistema de arrefecimento por baixo do carro é muito eficiente. Portanto, isso permitiu aos pilotos da McLaren guiar o carro muito mais próximo do carro da frente. Eles também puderam usar aletas menores nas laterais das tampas do motor, enfrentando menos problemas de turbulência e na UP (Unidade de Potência).

Sexta-Feira: derrapando e nervoso

Mesmo sem atualizações, o ritmo parecia bastante competitivo desde o TL1. O MCL39 demonstrava um desempenho promissor no primeiro setor. Contudo, ele ainda derrapava bastante no segundo e terceiro setor com o pneu macio.

De fato, devido às más condições de aderência, a temperatura da superfície do pneu aumentava curva após curva. Isso levou Piastri a perder um bom tempo para Leclerc na última parte da volta.

O cenário pareceu mudar no TL2, quando Norris entrou no carro. O piloto inglês parecia muito mais confiante no carro desde as primeiras voltas. Isso ocorreu apesar de seu nervoso MCL39 ainda derrapar bastante nas curvas de alta velocidade e na tração na saída de algumas curvas.

Estratégia de acerto para evitar granulação

Como já aconteceu este ano, uma das fraquezas do carro da McLaren reside na granulação frontal. Para evitar que ela apareça no composto macio durante trechos longos, a equipe decidiu mexer. Em outras palavras, eles deslocaram ligeiramente o equilíbrio para a dianteira. Também reduziram o tamanho da asa traseira e da asa da viga (beam wing). Isso foi feito apesar da rarefação do ar e das exigências de altitude.

Assim, isso colocou o carro “na ponta do nariz” com pouca carga de combustível. Consequentemente, forçou Norris e Piastri a controlar as derrapagens. O objetivo era evitar o superaquecimento excessivo no eixo traseiro.

Apesar desses problemas, o MCL39 se comportou muito melhor nas simulações de trechos longos. Norris, em particular, foi o único capaz de estabelecer uma média de 1:21.8. Isso foi quase 7 décimos mais rápido que Verstappen. Dessa forma, esse desempenho demonstrou a grande superioridade do carro no gerenciamento da temperatura dos pneus. Este aspecto permitiu à McLaren dominar muitas corridas nesta temporada.

Otimização e pole position

O ritmo demonstrado nas simulações de classificação, porém, não pareceu convincente para Norris. Ele expressou sua decepção na habitual entrevista pós treino: “O equilíbrio do carro está um pouco instável. O mesmo das últimas semanas, nas voltas voadoras estamos com dificuldades no momento. Estamos trabalhando duro, então vamos ver o que podemos fazer e o que podemos encontrar.”

Por outro lado, Piastri usou o dia mais como um experimento. Ele tentou coisas diferentes para entender por que não teve um desempenho tão bom quanto o de seu companheiro de equipe nos últimos GPs. “Acho que tentamos muitas coisas, vamos analisar e ver o que funcionou e o que não funcionou, mas, no geral, me senti razoável.”

A virada no sábado

Para o TL3 de sábado, o equilíbrio e o acerto do carro pareciam ter evoluído da maneira certa. Em primeiro lugar, tanto Norris quanto Piastri pareciam muito mais confiantes no MCL39 durante a volta única. Eles conseguiram forçar bastante nos três setores, sem se preocupar tanto com os problemas de temperatura dos pneus. Norris conseguiu gerenciar os pneus melhor nos dois primeiros setores. Portanto, ele conquistou sua vantagem decisiva no último setor da pista.

O ritmo demonstrou o ótimo trabalho feito pela equipe durante a noite. Para deixar o carro mais forte no terceiro setor, eles adotaram uma configuração mecânica mais macia no eixo longitudinal. Assim, isso permitiu que Norris e Piastri tivessem melhor aderência mecânica em curvas de baixa velocidade. Também proporcionou melhor tração, principalmente na saída da curva 17, a última antes da grande reta.

Além disso, eles abaixaram o carro para extrair o máximo desempenho dos túneis Venturi. Desse modo, isso liberou mais downforce no segundo setor, onde Norris, em particular, conseguiu uma boa diferença em relação a Piastri.

Essas mudanças permitiram que Norris se sentisse muito mais confiante no carro. Ele liderou o TL3, com uma impressionante vantagem de três décimos e meio sobre Hamilton em P2, e seis décimos à frente de seu companheiro de equipe, em P5.

Classificação e a preocupação de Norris

O desempenho não mudou na classificação. Depois que Leclerc conquistou a pole provisória em sua primeira volta no Q3, Norris conseguiu manter a calma. Ele marcou um tempo excepcional de 1:15.586, com uma diferença de 2 décimos e meio para o piloto da Ferrari, na segunda posição.

No entanto, após a classificação, o piloto da McLaren expressou uma preocupação importante: “O carro é incrivelmente rápido, mas não é fácil de pilotar. Acho que nós dois reclamamos disso como pilotos. Contudo, quando você pega aquele ritmozinho, ele voa. Foi aí que eu estava hoje.”

Em contraste, seu companheiro de equipe Oscar Piastri teve dificuldades. Ele conseguiu apenas o P8, quase 6 décimos atrás de Norris. O australiano pareceu ter dificuldades para controlar o carro em condições de baixa aderência. Lembre-se que isso já havia acontecido em pistas como Mônaco e Baku nesta temporada.

A gestão de pneus e o domínio na corrida

Após um desempenho tão positivo, a maior preocupação de Norris era a largada. Com uma reta de 800 metros antes da curva 1, o pole position costuma ser o que mais perde no México. Certamente, o inglês tinha mais a perder do que Hamilton e Leclerc, devido à sua posição no campeonato.

No entanto, ele conseguiu sair da curva 3 na primeira posição. A partir daquele momento, ele controlou o ritmo. Ele terminou a corrida com uma vantagem fenomenal de 32 segundos sobre Leclerc em P2.

O ritmo demonstrado quando os pneus começaram a se desgastar provou que a gestão de pneus do MCL39 voltou a ser a referência para todas as outras equipes. Isso é especialmente relevante em uma pista tão implacável com os pneus.

Andrea Stella descreveu o desempenho de seu piloto nas entrevistas pós corrida: “Ele conseguiu capitalizar o desempenho e a força do carro. De certa forma, essas condições especiais de baixa aderência se encaixaram perfeitamente. É sua maneira natural de extrair tempo de volta. Isso é quase o oposto das características de Oscar.”

Desafios finais e o futuro incerto

O ótimo desempenho de Norris é a demonstração clara de que o MCL39 reencontrou sua janela ideal em condições favoráveis. A alta temperatura e o alto desgaste dos pneus causado por condições escorregadias exploraram a força do carro na gestão de pneus. Isso se uniu a um desempenho ideal na classificação.

Por outro lado, as dificuldades de Piastri nos últimos GPs ressaltaram que ele provavelmente tem mais dificuldades do que Norris em traçados de baixa aderência como COTA e México. Para ele, a próxima rodada em Interlagos representará uma ótima oportunidade para voltar às primeiras posições.

De qualquer maneira, ninguém tem certeza do que acontecerá daqui em diante. A McLaren “achou” o carro novamente numa pista muito atípica e em condições totalmente diferentes das próximas. As últimas quatro corridas (Interlagos, Las Vegas, Catar e Abu Dhabi) encerrarão a temporada.

AS - www.autoracing.com.br

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