Pirelli F1: Novamente um salto nos compostos para o México
sexta-feira, 24 de outubro de 2025 às 8:30A jornada americana da Fórmula 1 continua com uma viagem ao sul para o GP da Cidade do México, uma semana após a etapa em Austin. Como de costume, a atmosfera dentro do Autódromo Hermanos Rodríguez será eletrizante, graças ao entusiasmo dos fãs que lotam as arquibancadas na espetacular seção do estádio Foro Solo, um dos pontos mais fotogênicos do calendário. Também se pode descrevê-lo como de tirar o fôlego, já que o circuito está localizado a mais de dois mil metros acima do nível do mar, o que significa que o ar rarefeito tem um efeito significativo na performance dos carros.
Para esta corrida, o boné de pódio da Pirelli apresenta uma ousada base verde com detalhes em bordado dourado, ecoando o verde da bandeira, o dourado do triunfo e o vermelho do pulsar das corridas na capital. Trata-se de uma edição especial produzida pela Pirelli Design com a contribuição criativa do designer Denis Dekovic. O boné pode ser encontrado em seu site de e-commerce dedicado: https://store.pirelli.com.
Os compostos
Assim como aconteceu em Austin no último fim de semana, para a etapa mexicana há novamente um salto na seleção de compostos entre o mais duro dos três e o médio. Enquanto o Médio e o Macio são, respectivamente, os C4 e C5, como em 2024, o Duro agora será o C2. Para o circuito da Cidade do México, esse composto é uma escolha extremamente conservadora, com uma diferença considerável em termos de tempo de volta em comparação com os outros dois, além de oferecer menos aderência.
No ano passado, o Macio só entrou em jogo na classificação e, depois, na corrida, apenas em uma tentativa de garantir o ponto extra pela volta mais rápida. Agora, porém, o cenário pode mudar consideravelmente. A vantagem proporcionada pelos C4 e C5 pode, de fato, levar as equipes a apostar em uma corrida predominantemente realizada com esses compostos. No entanto, isso traz o risco de possivelmente ser necessário fazer uma segunda parada nos boxes devido à degradação. Quem optar pelo C2 poderá administrar um trecho mais longo com relativa tranquilidade, apostando em uma única parada até a bandeirada final, embora isso implique uma redução na performance.
O uso dos dois compostos mais macios certamente será avaliado com atenção durante as três sessões de treinos livres, quando as equipes poderão realizar stints longos com o tanque cheio e verificar o estado dos pneus. Historicamente, os níveis de granulação no México são bastante acentuados, já que o ar rarefeito em alta altitude reduz a quantidade de downforce aerodinâmico que os carros conseguem gerar.
Em um circuito que já oferece pouca aderência devido ao seu uso limitado, os pneus tendem a deslizar, o que leva a granulação. Também será interessante observar se a maior resistência a esse fenômeno oferecida pelos compostos atuais ajudará a limitá-lo e, portanto, beneficiará aqueles que são mestres na gestão de pneus.
Em 2024
Todos os pilotos, exceto Sergio Pérez, adotaram uma estratégia de uma única parada no ano passado. A maioria começou com o composto Médio, enquanto seis pilotos, todos eles terminando fora do top 11, preferiram o Duro para o primeiro stint. A estratégia mais eficaz, tanto na teoria quanto depois confirmada na pista, revelou-se ser a Médio-Duro.
Não foram necessárias habilidades especiais de gerenciamento de pneus para estender o stint com o composto Médio, que, em geral, apresentou apenas uma ligeira tendência a granulação e uma degradação muito limitada. O stint mais longo com o composto de faixa amarela (Médio) foi de 39 voltas, feito por Piastri, enquanto com o composto de faixa branca (Duro) chegou a 49 voltas, com Bottas.
A pista
A corrida é disputada ao longo de 71 voltas pelos 4.304 metros do Autódromo Hermanos Rodríguez, na Cidade do México, que conta com 17 curvas. Sua principal peculiaridade é a altitude, que supera os 2.200 metros acima do nível do mar, o que significa que o ar é muito rarefeito. Por isso, os carros geram menos downforce, tornando o acerto e a gestão técnica particularmente exigentes para as equipes.
A reta principal tem mais de 1,2 quilômetro de extensão, onde os carros atingem velocidades muito altas, em parte devido à mínima carga aerodinâmica. O asfalto é muito liso e, no início do fim de semana, oferece pouca aderência, já que o circuito é pouco utilizado. Assim, ele “emborracha” ao longo dos três dias, o que se reflete em melhores tempos de volta. Os pilotos também precisam ter cuidado para não travar as rodas nas frenagens, pois a temperatura da superfície dos pneus cai rapidamente nas duas longas retas. Devido ao seu traçado incomum, este também é o circuito onde os pilotos mudam de marcha com menor frequência.
Palavra-chave: teste
O longo programa de desenvolvimento e testes de validação para definir os pneus de 2026 chega oficialmente ao fim na Cidade do México. Após o GP, a Pirelli voltará à pista nos dias 28 e 29 de outubro (terça e quarta-feira), junto com as equipes Sauber e Mercedes, para o teste final dos compostos mais macios da gama, antes da validação definitiva marcada para 15 de dezembro, sendo que as construções já foram validadas em 1º de setembro.
O desenvolvimento dos novos pneus ocorreu ao longo de 15 sessões de testes, cada uma com duração de dois dias, realizadas em sete países diferentes. Três delas aconteceram em 2024: em Barcelona (17–18 de setembro) e Mugello (8–9 de setembro) para compostos de pista seca, e em Magny-Cours (13–14 de novembro) para compostos de pista molhada.
As doze sessões restantes foram realizadas este ano, com a maioria dos dias de teste ocorrendo em circuitos espanhóis e italianos. Os pneus slick foram testados duas vezes em Barcelona (4–5 de fevereiro e 3–4 de junho, após o GP) e uma vez em Jerez (12–13 de fevereiro), enquanto na Itália foram avaliadas tanto soluções para pista seca quanto molhada. Isso ocorreu em Fiorano (19–20 de junho), em pista molhada artificialmente, enquanto em Monza (9–10 de setembro), após o GP da Itália, e em Mugello (25–26 de setembro), os testes foram afetados pelo mau tempo, o que prejudicou parcialmente as sessões inicialmente planejadas para pneus slick.
Em Paul Ricard (29–30 de janeiro) e Silverstone (7–8 de maio), a pista também foi molhada artificialmente para testar os pneus de Chuva e Intermediário. A Pirelli retornou ao circuito inglês após o GP da Grã-Bretanha (8–9 de julho) para trabalhar na extremidade mais dura da gama slick, cuja nova construção foi desenvolvida com base nos dados coletados durante os testes de pré-temporada no Bahrein (2–3 de março).
Antes do próximo teste no México, os compostos mais macios também foram avaliados em Budapeste (5–6 de agosto), na semana seguinte à corrida. Todas as equipes de Fórmula 1 participaram das diversas sessões de teste, após comunicarem sua disponibilidade à FIA e à Pirelli.
A nova linha de pneus de 2026, que mantém as rodas de 18 polegadas, mas com pneus ligeiramente mais estreitos, será testada por todas as equipes juntas durante o teste pós-temporada em Abu Dhabi, marcado para os dias 9 e 10 de dezembro no Yas Marina, usando carros-mula adaptados para acomodar o novo tamanho de pneu.
Área de Estatísticas
O circuito nomeado em homenagem aos irmãos Rodríguez já sediou 24 edições do GP, sendo vinte — a primeira em 1963 — realizadas sob o nome de “GP do México”, enquanto as quatro mais recentes levam o nome da capital do país. Max Verstappen é o piloto mais bem-sucedido neste traçado, o que explica por que a Red Bull está entre as equipes com maior número de vitórias no México, somando cinco no total (2017, 2018, 2021, 2022 e 2023).
Para encontrar o piloto com mais pole-positions, é preciso voltar aos anos 1960, quando Jim Clark, pilotando pela Lotus, conquistou a pole quatro vezes entre 1963 e 1967. As duas poles mais recentes ficaram com a Ferrari, graças a Charles Leclerc em 2023 e Carlos Sainz em 2024. A corrida do ano passado foi, na verdade, a última vitória até o momento do piloto espanhol, agora na Williams. O GP do México também teve um significado especial para o atual piloto da Ferrari, Lewis Hamilton, que celebrou aqui seus títulos mundiais de 2017 e 2018, além de deter o recorde de mais pódios nesta corrida, com seis no total.
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