Massa pede USD 82 milhões por Crashgate 2008

quarta-feira, 24 de setembro de 2025 às 13:27

Felipe Massa

Massa pede compensação milionária pelo caso Crashgate

Felipe Massa busca uma compensação financeira de USD 82 milhões em uma ação movida no Tribunal Superior de Londres. A audiência está marcada para 28 de outubro e será crucial no andamento do caso ligado ao escândalo Crashgate de 2008.

Dezesseis anos após perder o campeonato por apenas um ponto para Lewis Hamilton em sua corrida em casa, no GP do Brasil, Massa insiste que seguirá com o processo até obter o que considera um resultado justo e imparcial. O ex-piloto da Ferrari mira a FOM, a FIA e Bernie Ecclestone, alegando que todos falharam na condução do esporte durante o GP de Singapura de 2008, corrida que se tornou o epicentro do escândalo Crashgate e de suas consequências.

A base da acusação de Massa

O caso de Massa se apoia na acusação de que a liderança da Fórmula 1 sabia, ainda em 2008, que o acidente de Nelson Piquet Jr. no GP de Singapura foi orquestrado. O objetivo seria ajudar Fernando Alonso, companheiro de equipe do brasileiro na Renault, a vencer a corrida.

Nelsinho Piquet – Singapura 2008

Em entrevista concedida em 2023, Ecclestone admitiu que ele e Max Mosley, então presidente da FIA, já estavam cientes das circunstâncias na época. No entanto, ambos decidiram não agir para evitar o que chamaram de “um enorme escândalo”. Massa alega que esse silêncio manchou uma disputa pelo campeonato decidida por margem mínima. Os réus, por sua vez, negam todas as alegações.

O episódio decisivo em Singapura

Na noite polêmica em Singapura, Massa liderava a corrida quando Piquet Jr. bateu no muro. Logo depois, a Ferrari chamou o brasileiro para trocar pneus, mas a parada se transformou em desastre: a mangueira de combustível permaneceu acoplada no carro quando ele deixou os boxes. Esse erro custou preciosos segundos e arruinou a corrida.

O brasileiro terminou em P13, fora da zona de pontos. Esse resultado se mostrou determinante no desfecho do campeonato, já que, semanas depois, Hamilton conquistaria o título em São Paulo com apenas um ponto de vantagem.

Massa quer responsabilização e justiça

Massa declarou ao The Times que a responsabilização é fundamental para evitar fraudes futuras no esporte. Em suas palavras, aqueles encarregados de proteger a Fórmula 1 violaram diretamente seus deveres. Ele acrescentou que tal conduta é inaceitável em qualquer esfera da vida, especialmente em um esporte seguido por milhões de fãs, incluindo crianças.

“Vamos perseguir isso até o fim para alcançar um resultado justo e imparcial — para mim, para o automobilismo no Brasil e para o esporte como um todo”, afirmou o brasileiro.

Representado por Nick De Marco KC, Massa esclarece que não busca reescrever a história do campeonato de 2008. Seu objetivo é obter indenização de até USD 82 milhões pelos prejuízos financeiros e esportivos que ele afirma ter sofrido. Hamilton, campeão daquela temporada, não é réu no processo.

O impacto atual do caso

O momento do processo dá um novo rumo à longa saga. Em 2025, Hamilton, agora heptacampeão, corre pela Ferrari, a mesma equipe defendida por Massa na época do escândalo. Embora o caso judicial não envolva o britânico, a narrativa é inevitável: enquanto a Fórmula 1 revive um de seus capítulos mais controversos, seu piloto mais vitorioso pilota novamente um carro vermelho.

O que esperar da audiência em Londres

O que virá a seguir deve ser metódico, não dramático. A audiência do dia 28 de outubro no Tribunal Superior servirá para definir parâmetros importantes: quais provas poderão ser apresentadas, quais pontos legais terão prioridade e como o cronograma do processo será conduzido.

Trata-se de um território complexo, no qual qualquer resolução — favorável ou não a Massa — não surgirá de forma imediata.

Consequências possíveis para a Fórmula 1

Os riscos, no entanto, são claros. Se Massa convencer o tribunal de que a liderança da Fórmula 1 sabia em 2008 do acidente orquestrado e silenciou, surgirão sérias dúvidas sobre governança e transparência da FIA. Por outro lado, caso o tribunal rejeite suas alegações, isso pode encerrar um capítulo doloroso que se arrasta há mais de uma década.

Massa mantém sua posição firme

Por enquanto, a mensagem de Massa é clara: ele não vai recuar. O paddock da Fórmula 1 já ouviu essa postura antes, mas em outubro será um tribunal que decidirá até onde ela pode levar.

AS - www.autoracing.com.br

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