Stella quer diálogo com FIA por liberdade de expressão dos pilotos

Andrea Stella

Andrea Stella, chefe da McLaren, afirmou que irá buscar uma conversa direta com a FIA. O objetivo é claro: recuperar o espaço para que os pilotos possam se expressar com liberdade, sem o risco constante de sanções ou censura.

Nos últimos meses, a federação tem adotado uma postura mais rígida em relação à conduta verbal dos competidores. Essa política tem gerado desconforto nos bastidores do paddock – principalmente após ações lideradas pelo presidente Mohammed Ben Sulayem.

Após críticas, FIA recua parcialmente

Durante o GP da Inglaterra, Ben Sulayem admitiu ter ouvido os apelos dos pilotos. Como resultado, a FIA revisou a Seção B do Código Esportivo Internacional, atenuando as penalizações relacionadas ao uso de palavrões.

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“Ouvimos os pilotos”, disse o dirigente de 63 anos.

Entretanto, a tensão continua. O artigo 12.2.1.f permanece em vigor e ainda permite punições severas por qualquer declaração que possa, supostamente, ferir a imagem da FIA ou de seus representantes.

Verstappen e Piastri agora evitam polêmicas

Não por acaso, Max Verstappen tem adotado um comportamento mais contido nas entrevistas oficiais da FIA. O holandês, que costuma falar com franqueza, já mencionou publicamente sua preocupação com esse artigo.

Do mesmo modo, Oscar Piastri preferiu o silêncio após receber uma controversa punição de 10 segundos em Silverstone por frear atrás do safety car.

“Acho que seria banido do campeonato se eu dissesse o que penso”, ironizou o australiano, visivelmente irritado. “Não vou dizer muita coisa. Posso acabar me complicando”.

Stella: “Não podemos criminalizar opiniões justas”

Stella, por sua vez, saiu em defesa de seus pilotos. Ao mesmo tempo em que recomenda cautela nas reações, ele acredita que o ambiente da Fórmula 1 precisa permitir a liberdade de opinião – principalmente em situações tensas de corrida.

“Em um ambiente tão acalorado, sempre orientamos nossos pilotos a revisar os vídeos antes de comentarem”, explicou à revista Auto Motor und Sport.

Apesar disso, o chefe da McLaren entende que o medo de represálias está limitando os discursos – o que, segundo ele, é um problema maior.

“Se você não pode mais fazer uma declaração justa porque pode ser punido, aí entramos em outra discussão”, afirmou.

Stella reforçou que não se trata de confronto, mas sim de equilíbrio.

“Vamos revisar isso junto à FIA. Não queremos uma disputa. Pelo contrário, estamos todos do mesmo lado nessa questão”, garantiu. “Sempre adotamos uma postura cooperativa com a FIA e os comissários”.