Fornecer motores para a McLaren foi um erro, brinca Wolff
quarta-feira, 16 de julho de 2025 às 10:29
Andrea Stella e Toto Wolff
Toto Wolff, chefe da Mercedes, reconheceu que fortalecer a McLaren com motores Mercedes pode não ter sido a decisão mais acertada.
Embora o comentário tenha vindo em tom bem-humorado, ele escancarou uma realidade incômoda: a equipe cliente agora supera a fábrica em várias situações.
Desde 2021, quando a McLaren retomou o uso das unidades de potência da Mercedes, a equipe de Woking evoluiu de forma impressionante.

Na época, ele estava no pelotão intermediário. Entretanto, ao longo dos últimos anos, passou a disputar vitórias e se consolidou como a principal força com motores Mercedes.
McLaren sobe ao topo enquanto Mercedes observa
A renovação do contrato entre as duas equipes, assinada em 2023, estende a parceria até 2030. Contudo, o acordo foi fechado antes da ascensão meteórica da McLaren. Hoje, paradoxalmente, a cliente supera a fornecedora em performance.
“Olhe onde eles estavam três ou quatro anos atrás”, disse Wolff à Sky Italia. “Na época em que assinamos o contrato, eles estavam em 18º. Portanto, foi fácil tomar essa decisão”.
Apesar disso, ele não escondeu o arrependimento. “Com o conhecimento de hoje, talvez não tenha sido a escolha mais inteligente da minha vida fechar esse acordo com eles, haha”, brincou.
Engenharia afiada e domínio no calor
Segundo Wolff, o segredo do sucesso da McLaren está na engenharia precisa. De fato, a equipe laranja demonstra consistência justamente onde a Mercedes falha: em pistas com altas temperaturas.
“Eles acertaram tudo do ponto de vista técnico. Por isso, entregam um desempenho impressionante, principalmente em condições quentes”, explicou o austríaco.
Enquanto isso, a Mercedes continua vulnerável ao calor, um problema que já se repetiu diversas vezes nesta temporada.
Frio favorece Mercedes, mas inconsistência é alarmante
Por outro lado, em condições frias, a equipe de Brackley ainda consegue se destacar. O exemplo mais claro veio no Canadá, onde George Russell venceu e Kimi Antonelli também subiu ao pódio. Contudo, essa performance não se repete de forma consistente.
“Em Montreal, com temperaturas mais baixas, nos saímos muito bem”, afirmou Wolff. “Mas em Spielberg, onde sabemos que a McLaren é forte há anos, ficamos mais de um minuto atrás. Isso é inaceitável para uma equipe e uma marca como a nossa”.
Diferença de performance entre pistas preocupa
Wolff também destacou o impacto do regulamento atual sobre o comportamento dos carros. Segundo ele, a diferença entre circuitos e condições climáticas continua sendo um obstáculo significativo.
“É inacreditável como a performance muda de uma pista para outra com esses carros de efeito solo”, analisou. “Lutamos pela vitória em um fim de semana e somos completamente irrelevantes no seguinte”.
Essa oscilação, segundo o chefe da Mercedes, precisa ser eliminada com urgência. Caso contrário, a McLaren continuará ditando o ritmo – com o mesmo motor.
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